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Vários municípios do RN já ultrapassaram os 800 mm de chuvas este ano

Chuvas em Mossoró já passaram dos 800 mm neste ano – Foto: Reprodução

Dos 167 municípios do Rio Grande do Norte em 25 já choveu mais de 800 mm; 60 cidades já registraram mais de 600 mm este ano. Índices acima da média para um Estado onde as precipitações médias totalizam de 600 a 700 milímetros, como informa o meteorologista e professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), José Espínola Sobrinho.

Ele lembra que desde janeiro as previsões meteorológicas apontavam para chuvas acima da média na maioria das localidades.

Em Mossoró, especificamente, até a segunda, 27, choveu 808 mm, ao longo de 70 dias. Em nove dias de chuvas em janeiro os registros somaram 32 mm, um pouco abaixo da média, que é de 67 mm. Em fevereiro foram 16 dias chuvosos, totalizando 308 mm, mais que o triplo da média, que é de 95 mm; porém, como lembra o meteorologista, em um só dia Mossoró registrou uma chuva de 103 mm. Já em março, foram 24 dias de chuvas e um acumulado 225 mm, também acima da média que é de 163 mm. Até segunda, 27, já havia chovido 243 mm ao longo de 21 dias neste mês de abril, a média para o mês é 168 mm, segundo o meteorologista.

No ano passado as chuvas na cidade se distribuíram ao longo de 98 dias. Mesmo assim, o acumulado foi menor, 752 mm.

A previsão é de que nos próximos três meses as chuvas totalizem cerca de 175 mm, segundo reunião realizada entre os meteorologistas do Nordeste por videoconferência na semana passada, como informa José Espínola.

Como nos últimos meses choveu acima dos níveis médios e o Atlântico Sul continua aquecido, isso pode se configurar. “Nos meus 42 anos que trabalho em Meteorologia, eu nunca tinha visto o Atlântico ficar quente de dezembro até agora direto”, observa Espínola.

Esse comportamento oceânico é, segundo ele, a explicação para alguns fenômenos que foram observados na região no período chuvoso deste ano, como a ocorrência de raios e até a presença de nuvem de rolo.

O meteorologista explica que há muita energia envolvida na atmosfera. Como o Atlântico está muito quente, gera energia e ela precisa se dissipar e isso ocorre em forma de raios e ventos.

De acordo com Espínola, é possível que ainda ocorram fenômenos como relâmpagos e trovões, principalmente nos dias mais quentes.

Por isso o meteorologista alerta para que as pessoas estejam precavidas. “Essas chuvas à tarde com relâmpago são muito perigosas”, diz ele, alertando para que sejam evitados banhos de mar, caminhadas na rua com guarda-chuvas, cujos cabos metálicos podem funcionar como verdadeiros para-raios. Ele alerta também para evitar banhos de chuveiro elétrico, pois se um raio cair próximo ao local, como o chuveiro está conectado a uma rede elétrica e a água serve como condutora, pode ser perigoso.

Municípios onde acumulado de chuvas ultrapassou 800 mm – De 1º de janeiro a 29 de abril: 
Martins (particular): 1244,7
Portalegre (particular): 1090,3
Riacho de Santana (EMATER): 1063,5
Natal (UFRN): 1035
Caraúbas (particular): 975,9
Antônio Martins (EMATER): 906
Pau dos Ferros (particular):897
João Dias (EMATER): 895,9
Serrinha dos Pintos (Prefeitura): 894,7
Santana do Matos (EMATER): 885,6
São Francisco do Oeste (Prefeitura): 881,8
Lucrécia (EMATER): 881,4
Viçosa (Prefeitura): 877,8
Campo Grande (particular 2): 855,2
Dr. Severiano (EMATER): 853,3
Parnamirim (Base física da EMPARN): 850,3
Coronel João Pessoa (EMATER): 840,7
Tibau (Prefeitura): 839,4
Francisco Dantas (EMATER): 833
Itau (particular): 827
Messias Targino (Prefeitura): 825,7
Timbaúba dos Batistas (Prefeitura – Fazenda Timbaúba): 822
Mossoró (Prefeitura): 817,8
Água Nova (Prefeitura) 816,1
Patu (particular): 805,4

Benefícios para agricultura e para os reservatórios

De acordo com o meteorologista, apesar de agricultores de algumas regiões já terem reclamado do solo encharcado, de uma maneira geral esse período chuvoso tem sido excelente para a agricultura. Isso porque as chuvas estão caindo aos poucos, com exceção de algumas mais intensas, que são boas para os reservatórios, mas não servem para a agricultura, uma vez que encharcam o solo e o solo da região é raso.

Segundo ele, o ideal para a agricultura são as chuvas de 10 mm a 15 mm, com intervalo de alguns dias entre elas.

Justamente porque o solo está encharcado e os pequenos açudes já encheram, o período chuvoso deste ano também está propício para os reservatórios. O meteorologista comenta que toda chuva que cai a partir de agora vai para os grandes reservatório e cita como exemplos a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que ontem, 27, estava com quase 50% de sua capacidade, e a Barragem de Umari, em Upanema, que está com cerca de 80% do seu volume total.

Nevoeiro

Quem levantou cedo em Mossoró foi surpreendido pela mudança na paisagem de alguns pontos da cidade, que chegou a ficar escondida sob um nevoeiro. O fenômeno é consequência da temperatura mais baixa e da umidade elevada, registradas no início da manhã da terça-feira passada, 28, como informa José Espínola Sobrinho.

Ele explica que por volta das 5h30 a temperatura em Mossoró era de 23º e a umidade estava entre 95% e 100%. Como ontem o dia permaneceu nublado com chuvas durante toda a tarde e houve pouca radiação. A radiação que havia sido absorvida começa a ser perdida e o vapor não consegue subir para a atmosfera porque a umidade já está saturada, assim, as nuvens se formaram mais próximo à superfície.

Nevoeiro cobriu Mossoró no início da manhã desta terça-feira, 28 – Foto: Reprodução

 

Correção realizada às 17h25 de 29 de abril: 25 municípios potiguares ultrapassaram o acumulado de 800 mm de chuvas e não 30 cidades. 

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Defesa civil alerta de chuvas intensas no RN nas próximas horas

Defesa civil alerta para chuvas intensas (Foto: cedida)

Com base em dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Defesa Civil Estadual alerta para a ocorrência de chuvas intensas nas próximas horas em Natal. Os acumulados de precipitação são de até 80 milímetros em 24 horas na capital potiguar. Com isso, as chuvas podem provocar danos e acidentes, sobre tudo em áreas de encostas e onde há ocorrência de alagamentos.

O técnico da Defesa Civil Estadual, Dalchem Viana, alerta que a população deve permanecer atenta, pois o risco se dá pelo acumulado das chuvas e pela previsão de mais precipitação nas próximas horas. Segundo ele, as precauções são evitar áreas de possíveis deslizamentos e locais de alagamento.

A equipe da Defesa Civil está atenda aos riscos e monitora permanentemente os dados meteorológicos, geológicos e hidrológicos para o Rio Grande do Norte.

Em caso de emergência, a população deve ligar para 98120-1297 (também Whatsapp), 190, 193 ou 3232-5155.