A senadora Zenaide Maia (Pros-RN), presidente da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher, abriu o debate sobre violência política contra mulheres, promovido pelo colegiado, defendendo a necessidade de maior presença feminina nos espaços de poder e cobrando ações do governo para o enfrentamento à violência de gênero. “Entre 2017 e 2018, foram 2.357 feminicídios, ou seja, uma mulher morta a cada oito horas em nosso país. Em 2018, enquanto o índice de homicídios caiu 10% em relação ao ano anterior, o de feminicídios cresceu 4%”, apontou a senadora, que também chamou atenção para os cortes racial e social das estatísticas sobre o assassinato de mulheres. “Os números comprovam que o maior número de vítimas, 60%, é de mulheres negras, entre 20 e 39 anos, e de baixa escolaridade. O que o governo oferece para essas pessoas?”, indagou a parlamentar.
Para Zenaide, a educação é a forma de prevenir a violência contra a mulher e a participação feminina nos espaços de poder é essencial para o avanço das pautas de interesse delas. “2020 é ano de eleições municipais. Precisamos que mais vozes femininas se levantem, porque juntas somos mais”, defendeu a senadora.
A audiência pública desta quinta-feira foi pedida pela deputada Áurea Carolina (Psol-MG) e comandado pela deputada Talíria Petrone (Psol-RJ). Foram convidadas para o debate, a pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp), Jackeline Romio; a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marlise Almeida; a gerente do Programa “ONU Mulheres”, Ana Carolina Querino; a jornalista da plataforma “Meu voto é feminista”, Juliana Romão; a professora da Fundação Getúlio Vargas, Lígia Fabris; e a representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Braulina Aurora.