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Enquanto potiguares morrem na fila por uma vaga de UTI/covid-19 o Rio Grande do Norte se debruça sobre Natal ser ou não sede da Copa América 2021.
Justo Natal, capital dos ônibus lotados, onde pobres se amontoam sem direito a isolamento social submetidos a um prefeito negacionista que escolheu o quanto pior como política sanitária na pandemia.
Em vez de estarmos discutindo o que importa: como conseguir mais vacinas, como ampliar o número de leitos críticos, como proteger o povo da covid-19…
O debate na mídia é: ser ou não ser sede da Copa América.
Ah, mas e o turismo?
Realmente compensa esse moído todo no contexto em que estamos?
Pelo que senti nos acalorados debates das redes a maior parte das pessoas se posiciona contra a ideia. O bolsonarismo local tem apelado para o discurso emocional amparado na narrativa da hipocrisia dos que se calaram diante Campeonato Brasileiro que começou no domingo sem levar em consideração que muitos, como esse que vos escreve, criticaram o retorno do futebol lá atrás.
Mas a discussão não deveria ser essa, mas sobre a quem interesse fazer do tema um cavalo de batalha? De repetente só se falou neste assunto.
Por quê?
Fátima Bezerra (PT) foi contra. Álvaro Dias (PSDB) foi a favor.
Mas que tal falarmos do que realmente importa? Gente morrendo na fila da UTI/covid, ônibus lotados servindo de “covidário” ou a bagunça da vacinação em Natal?
Em um cenário de normalidade sanitária a Copa América em Natal seria maravilhosa e eu estaria esfregando as mãos para comprar meu ingresso como fiz na Copa de 2014 e na Copa América de 2019.
Mas no meio do desastre que vivemos é só mais um componente mórbido de uma sociedade doente.