O Rio Grande do Norte registra 40 óbitos de pessoas com confirmação do coronavírus. Dez dos óbitos ocorreram em Mossoró, sendo a última confirmação referente a um paciente que residia no Ceará e, por isso, não aparece no detalhamento da Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN), segundo havia informado a assessoria de comunicação.
Os dois últimos óbitos ocorridos no RN foram nos municípios de Nísia Floresta e Carnaúba dos Dantas, como informou o secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, na coletiva de imprensa de hoje, 25, em Natal.
De acordo com os dados apresentados pelo secretário, o Estado tem 781 casos confirmados de Covid-19 em 53 municípios e 3.928 casos suspeitos chegam a 155 dos 167 municípios do RN. Mas Spinelli acredita que o vírus já circula em todas as localidades. “Eu posso afirmar, sem nenhum medo, que não tem nenhum município do Rio Grande do Norte que o vírus não esteja circulando. Não tem nenhuma possiblidade”, enfatizou.
Dados divulgados pela Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN) informam que 2.838 casos foram descartados e há 289 pessoas recuperadas do Covid-19.
Antes de anunciar os números, o secretário adjunto de Saúde chamou a atenção sobre situação dos leitos hospitalares no Rio Grande do Norte, o perfil das internações dos últimos dias e a condição dos profissionais de Saúde.
“Nós tivemos uma semana extremamente preocupante, que teve que mobilizar muito os trabalhadores da Sesap, as pessoas da Saúde. É um momento delicado, onde as pessoas que estão trabalhando diretamente com Covid, das UPAs, dos hospitais estão cada dia mais tensionadas. É importante lembrar que o número de pessoas que está chegando aos hospitais ele não só está crescendo como ele está crescendo de forma perigosa, porque ele cresce com pessoas com gravidade”, disse.
Segundo ele, antes havia uma grande quantidade de pessoas procurando hospitais, mas com quadros leves, agora o movimento nas unidades tem sido de pacientes graves. “E isso preocupa muito esse perfil que a curva epidemiológica da doença tem acontecido”, acrescentou.
Além disso, de acordo com o secretário, 41,5% dos pacientes são críticos. “Quando a gente fala que 41% está ocupado não significa que esses 59% estão aptos para receber de imediato os pacientes”, disse. Ele explicou que, em primeiro lugar, são leitos localizados em regiões diferentes e em algumas unidades os leitos não são voltados especificamente para pacientes com sintomas do Covid. O secretário voltou a chamar a atenção para a situação do Oeste do Estado e para a Região Metropolitana.
“Esse momento é um momento extremamente delicado”, ressaltou.
Spinelli também chamou a atenção para a faixa etária das pessoas atingidas. “A gente percebe, claramente, que há uma redução da idade média, diferente do início da pandemia e há também essa forte tendência em pacientes homens jovens ou relativamente jovens”.
Para ele, esse é o fato que merece reflexão, pois mesmo que a maioria da população acredite na necessidade de isolamento e uma parte cumpra a medida, aqueles que não acreditam podem ter consequências graves. “Ainda persiste a tese da gripezinha e isso é muito grave”, atentou o secretário.
Petrônio Spinelli também comentou que todo o esforço feito pela Saúde pode ser neutralizado pelo comportamento social da população e reforçou a importância do cuidado, sobretudo com as pessoas mais vulneráveis, e a importância do uso de máscaras.