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A Deficiência Social – Parte 3

Jeitinho Brasileiro"

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Somos um país conhecido por sua população agir ao famoso “jeitinho brasileiro”, muitos se alegram em dizer: Ah! Eu sou esperto! Bom, a pergunta é, a pessoa é esperta ou tem uma deficiência em atuar em sociedade de forma ética e moral? Vamos pensar nisso?

Uma Pessoa “X” trabalha como caixa em um Supermercado “B”, a pessoa “X” sempre quando abre o caixa, conta o dinheiro e as moedas que têm no caixa, faz suas anotações, confere novamente recontando o dinheiro, confere tudo direitinho e começa a trabalhar. Daí, chegam certas Pessoas “Y’s” que se dizem ser espertas, pegam produtos nas prateleiras do Supermercado e se desloca ao caixa da Pessoa “X”. A compra deu R$139,00 (cento e trinta e nove reais), as pessoas “Y’s” deram duas notas de R$ 100,00 (cem reais) e receberam de troco R$ 71,00 (setenta e um reais).

Ao observar que a Pessoa “X” deu troco a mais, as Pessoas “Y’s” ficaram caladas se achando espertas e foram embora. Ao finalizar o dia, a Pessoa “X” percebe que está faltando R$ 10,00 (dez reais), e, apavorada, tira o único dinheiro que tinha na carteira e coloca no caixa para que não venha dar problemas para ele no trabalho.

Não sabemos quem é quem somente ao olhar, mas, imaginemos que a Pessoa “X” fosse um pai ou uma mãe de família, o dinheiro que ele ou ela tinham era para a janta de sua família, as crianças estudam em uma escola humilde e vão ter que ir dormir com fome e acordar com fome por causa daquelas Pessoas “Y’s” que não devolveram o que não eram delas.

Uns vão dizer: Besta foi o caixa que deu o troco errado! Se você pensou assim, saiba que é por causa de pessoas como você que existe a desigualdade no mundo, é por sua culpa que o nosso país está em um caos em meio a uma pandemia, é por sua culpa que temos um Presidente imoral que vive dizendo palavras de baixo calão nas mídias e torcendo para que mais pessoas pegue o COVID-19, pois, na mente do Presidente, se 70% (setenta por cento) das pessoas contrair o COVID-19 a economia voltará ao normal, e, é por sua culpa que mães e pais choram porque seus filhos morreram em uma troca de balas com a “PM”.

Está achando isso um absurdo, ache não, pois, tudo o que fazemos nesse mundo tem uma consequência, seja ela positiva ou negativa. Assim, peço encarecidamente, vamos libertar o nosso povo da deficiência social. Vamos tirar da deficiência, a letra “d”, e, vamos trabalhar para sermos eficientes sociais.

Muitos dizem ser utopia querer transformar o mundo, mas, se juntarmos as mãos, trabalharmos unidos, seremos fortes e modificaremos nossa nação. Alguns lendo esse texto ainda pode dizer: Ah! O autor deste artigo quer ser muito santo! Garanto, não sou santo e nem demônio, eu sou cidadão e sei o meu dever em sociedade. Não quero dar lição de moral a ninguém, mas, eu tenho essa oportunidade de plantar uma semente, uma semente que pode germinar e dar frutos, e, espero que meus frutos sejam bons.

Desta forma, finalizo perguntando a vocês: Vamos mudar o mundo? Deixe sua resposta nos comentários, e, vamos fazer uma corrente do bem!

Leia os Artigos anteriores:

 A Deficiência Social – Parte 1 -: http://blogdobarreto.com.br/a-deficiencia-social-parte-1/

A Deficiência Social – Parte 2 – http://blogdobarreto.com.br/a-deficiencia-social-parte-2/

*E Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

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A Deficiência Social – Parte 2

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Muitas pessoas acreditam que o Brasil tem recursos financeiros inacabáveis, e, se isso fosse verdade, seria muito bom. Viveríamos em uma constante riqueza e todos esbanjariam uma felicidade inigualável, mas, isso é apenas uma utopia, não ocorre isso na realidade. Na verdade, para compreendermos como nosso país funciona, temos que imaginar que o Brasil é um setor de uma empresa, e, que a empresa é o mundo. Estou fazendo essa comparação para ficar melhor a compreensão.

Cada setor dessa empresa tem uma finalidade e tem autonomia em seus recursos financeiros, imaginemo-nos que essa empresa tem a finalidade de construir uma bicicleta, e, nós do Brasil temos a responsabilidade de construir o pneu completo, e, o Brasil só produz a borracha, os aros, os cubos e os raios o Brasil tem que comprar de outros setores (Países), pois, sem comprar os demais produtos, as rodas não ficarão prontas.

Assim, o Brasil vende parte de sua borracha para outros setores, ao quais produzem as luvas do guidão, as celas, bem como outros tipos de produtos complementares, pois, são mediante a venda da borracha (produtos produzidos, minerais e grãos) que se tem recursos para comprar os materiais necessários (mercadorias, peças de automóveis, peças de computadores, etc…), pagar os funcionários (brasileiros) e melhorar o ambiente de trabalho (pavimentação das ruas; bem como a aplicação das políticas públicas de saúde, segurança, educação, trabalho, moradia, transporte, lazer, previdência social, proteção a maternidade, assistência aos desamparados, e, ainda mais a limpeza urbana).

É até engraçado pensar, mas, tem pessoas que acham que o Brasil é uma mãe, e, que esta mãe tem que resolver todos os seus problemas, arrumar o quarto, as gavetas do guarda-roupa e as louças sujas na pia da cozinha. Entretanto, o Brasil não é uma mãe, ele é um país, composto por sua soberania, territórios e seu povo, e, o que determina como ele será dirigido, é a sua Constituição.

Porém, vamos lá, respondendo à questão do lixinho jogado na rua. Um determinado cidadão tem um papelzinho em sua mão, e, observa uma lixeira a 100 metros, contudo, achando que existem garis (Limpeza Urbana), não terá problema jogar no chão. O problema não é só uma pessoa jogando lixo no chão, o pior que são várias pessoas. Ocorrendo isso, o subgerente (Prefeito) vai precisar destinar recursos para limpar o ambiente sujo, isso, se for só a sujeira, e, se aquele papel entrar em uma máquina e quebrar? Bom, o subgerente (Prefeito) terá que entrar em contato com os encarregados da subsetor (Vereadores) e observar se há recursos naquele instante para consertar a máquina.

Quando não há recursos no subsetor, o subgerente terá que entrar em contato com o Gerente (Governador), o Gerente entra em contato com o conselho dos subsetores (Secretários e Deputados Estaduais) para ver se tem recursos e se os mesmos aprovam a utilização de um determinado recurso “x” para ajeitar a máquina. Não tendo recursos, o Gerente informa ao Presidente do Setor (Presidente da República), ao qual, reunirá toda a sua equipe (Ministros) e encaminhará relatórios ao Recursos Humanos (Deputados Federais e Senadores), onde

aprovarão os recursos para consertar a máquina. Daí, se o Presidente não tiver os recursos, as coisas complicam, pois, terá que pedi emprestado a outros Setores (Países), e, esse empréstimo terá juros, e, se em um momento a borracha diminuir sua produção por causa da máquina quebrada, o Brasil ganha menos, não terá como produzir nas mesma escala, o poder de compra diminui, e, o pior pode acontecer, a empresa que produz os raios, poderá começar a produzir a borracha e o Setor Brasil terá uma concorrência. Tendo a concorrência, uma escolha tem que ser feita, melhorará a qualidade ou diminui a qualidade para deixar os preços mais viáveis?

Bom, viram a bagunça? Continuarei falando dela no próximo artigo depois do Dia das Mães, pois, na semana do Dia das Mães, entrevistarei uma mãe que tem um filho com deficiência e suas experiências do dia-a-dia.

Espero que estejam gostando da linha de raciocínio, e, espero que esta matéria ajude a conscientizar nossa população. Vamos a luta por um mundo melhor, pois, juntos somos mais fortes.

Leia o Artigo anterior – “A Deficiência Social – Parte 1”: http://blogdobarreto.com.br/a-deficiencia-social-parte-1/

*Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

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A Deficiência Social – Parte 1

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Imagine levantar de manhã bem cedo, abrir os olhos e não ver nada, tentar levantar os braços e mexer as pernas e não sentir nada. Nesse momento, acredito que você comece a entrar em desespero e sentir um medo enorme. Você tenta gritar para chamar alguém, mas, sua voz não sai, e, começa a perceber que não está escutando nada, daí, percebe também que não sente mais nada de seu corpo, nem mesmo sua própria fisiologia. É nesse momento que você percebe está preso dentre de você mesmo. Consegue se colocar neste pensamento? Seria um pânico enorme, não é?

A verdade é que muitos brasileiros se sentem assim, impotentes em meio a todo o caos que estamos vivenciando neste momento, é Coronavírus (COVID-19), a economia regredindo, o dólar subindo, o poder de compra diminuindo, amigos e familiares ficando desempregados, os servidores da Saúde e da Segurança Pública ficando sem equipamentos de proteção individuais – EPI’s, e, para aumentar todo esse sufoco que já estamos vivenciando, o Presidente da República querendo virar um ditador e Sérgio Moro pedindo a exoneração do Ministério da Justiça.

Observamos por meio das redes sociais, panelas que eram para estarem com comidas saborosas, sendo utilizadas para pedi que o Presidente “caia na real” e haja como um verdadeiro Chefe de Governo e Chefe de Estado, contudo, o Presidente se preocupa em dizer que todo o pânico do mundo e dos brasileiros é só uma “gripezinha”. Assim, é mediante a todos esses percalços, que o povo se sente como uma pessoa com deficiência múltipla, não sentindo nada, apenas pensando em como sair desta situação.

Porém, nós brasileiros podemos fazer muitas coisas, mas, talvez você pense: “Ah, ele já vai falar que votamos errado e que a culpa são dos políticos”. Bom, sigo um pensamento comum dito por pensadores filósofos e sociólogos, “Não existe políticos corruptos com um povo honesto! ” Isso significa que nosso povo é corrupto e temos políticos corruptos por causa que nosso povo não pensa no bem-comum, e sim, no bem próprio. Resumindo, o pensamento apregoado em sua maior parte é, “se para mim está bom, para que melhorar? ”. Vamos seguir em uma lógica de pensamentos de quem são os culpados do Brasil está assim, direi em uma discussão na perspectiva da ética e da moral. Vamos lá?

Primeiramente, é importante deixar de culpar os políticos, pois, o culpado somos nós. Sabe aquela escola que os matos estão tomando conta da quadra esportiva dos alunos? Muitos dizem: Esses políticos estão fazendo nada! Bom, porque não pegar algumas enxadas, convidar alguns amigos e limpar o espaço para que as crianças tenham um melhor ambiente na escola? Sabe aquele entulho de lixo que você observa em sua rua, e, pelo fato da Prefeitura ainda não ter limpado, você jogará lixo naquele local também? Bom, se tu jogar o lixo naquele determinado local, você está colaborando para a destruição de nosso país.

Em uma sociedade temos duas escolhas, sermos aqueles que pegam as enxadas e limpam o terreno da escola, ou, aqueles que jogam o lixo em lugares irregulares porque outros jogam também. Se você escolhe ser a pessoa que joga o lixo no lugar errado, saiba que você está

ajudando aumentar a corrupção, a aumentar o número de mortes por causa do tráfico de drogas, culpado pelo trânsito ser uma bagunça e culpado pela cidade estar esburacada. Acham que estou exagerando? Explicarei no artigo da próxima semana o impacto de um lixinho jogado no chão e o como o Brasil está por causa deste lixinho.

Que venhamos arregaçar as mangas das camisas, trabalhar pelo bem-comum, ajudar o próximo, não ajudar quem faz coisas erradas, e, deixar de querer levar vantagens em cima de pessoas que não têm esclarecimentos. Vamos mudar o mundo? Vamos ser diferentes? Vamos ajudar a nossa gente a viver de modo mais feliz? Vamos lutar juntos?

Esperamos fazer uma corrente do bem, pois, se juntamos as mãos e trabalharmos juntos, juntos somos mais fortes!

*Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.