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Ontem foi o dia do servidor público, mas por quais motivos alguns criticam o servidor público e tentam acabar com tal serviço?

Por Tales Augusto*

A Pandemia assolava o mundo. No Brasil, muitos servidores públicos estavam no combate ao Corona Vírus, na linha de frente, e até perderam suas vidas.

Enquanto isso, discussões e reuniões na surdina entre membros do governo Bolsonaro, fizeram com que fosse exposta uma reunião onde o Ministro da Economia Paulo Guedes proferiu que já tinham colocado uma granada no bolso do servidor público, dois anos sem aumento.

Também em meio a pandemia, vimos um servidor concursado denunciar a intenção de um esquema de ganho nas vacinas, seria um dólar por vacina, por ser servidor de carreira, concursado, não foi demitido. Mais recentemente, um delegado denunciou o Ministro de Bolsonaro, o Sales e advinha? Foi afastado do cargo, não foi demitido (exonerado), por ser concursado.

Não são recentes as críticas e perseguições aos servidores públicos, por trás de tais discursos, interesses dos mais variados. E pouco se conhece acerca do Serviço Público e sua importância no Brasil, as pessoas não pesquisam, apesar dos dados serem disponibilizados nos mais variados portais de transparência.

O 28 de outubro, DIA DO SERVIDOR PÚBLICO tem suas origens ainda no Governo Vargas. Antes, durante a República Velha, prevalecia a indicação e o clientelismo em praticamente todas as relações que envolviam o Estado e os que prestavam serviços à população. Concursos com o tempo surgiram e veio a Ditadura Militar (nada de Regime Militar, nada de passar pano). Os que não fossem conviventes com o sistema, eram demitidos, expulsos dos seus cargos.

Com a redemocratização, foi necessário criar segurança para aqueles que serviriam o público. Ao contrário do que muitos pensam, todo servidor público, seja ele concursado ou não, pode ser demitido, exonerado. Inclusive os que possuem cargos eletivos, alguns destes, com salários e regalias diversas, realidade distante da maioria dos Servidores Públicos, independente de qual ente da federação prestem serviços.

Atualmente, buscam levar ao Congresso Nacional uma Reforma Administrativa, tal ação pode levar a uma precarização dos serviços prestados e a indicação política prevalecer. Para piorar, tornar-se estável (não confundir com intocável), ficará mais e mais difícil.

Lembram das Reformas Previdenciária e Trabalhista que tiveram o atual Rogério Marinho à sua frente? Deixou vários grupos como intocáveis, incluindo os Militares das Forças Armadas.

E patrão é patrão, independente de quem for lutar pelos direitos dos Servidores Públicos é primordial. No caso do governo federal, até aqui, há uma proposta de 1% de aumento. Em relação a Lula já falei uma vez, tenho eterna gratidão, mas jamais em relação a qualquer político, devemos ter subserviência.

O Servidor Público ontem teve seu dia, temos o que comemorar? Sim! Mas é preciso valorizar o servidor e seu reconhecimento perpassa não só pela lembrança da data e o parabenizar. Que todo Servidor Público tenha condições de prestar seus serviços de forma digna e como a população necessita e que ganhe o que é justo, para a importância que ele representa!

*É Mestre em Ciências Sociais e Humanas, servidor público efetivo concursado do IFRN Campus Apodi. Autor do livro História do RN para Iniciantes, pesquisado do Êxito Escolar de pessoas Oriundas das Classes populares e sua Ascensão Social.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

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O que a bancada federal disse no Dia do Servidor? Quem se comprometeu em votar contra a PEC 32?

Ontem foi um Dia do Servidor Público diferente diante do contexto de ameaças à retirada de direitos causada pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32 que ataca os que integram a base da categoria.

O que disseram os deputados e senadores sobre a data e quem se comprometeu em votar contra a PEC 32? Você confere a seguir.

A senadora Zenaide Maia (PROS) homenageou os servidores e se comprometeu em votar contra a proposta. “A PEC 32 desmonta os serviços públicos desse país, prejudicando os pobres que não têm condições de pagar no particular”, justificou.

Assim como Zenaide, senador Jean Paul Prates (PT) homenageou os servidores se comprometendo em votar contra a PEC 32. “Nosso mandato defende um serviço público fortalecido e de qualidade, que atenda à nossa população e tenha condições para realizar um ótimo trabalho”, declarou.

O outro senador do Rio Grande do Norte, Styvenson Valentim (PODEMOS) se limitou a desejar um feliz Dia do Servidor nos Stories do Instagram.

A deputada federal Natália Bonavides (PT) reforçou o comprimisso em votar contra a PC 32. “O governo Bolsonaro é inimigo do serviço público. Paulo Guedes já falou em colocar “granada no bolso no inimigo”, tratando da suspensão dos reajustes. No dia de hoje, reforçamos a luta contra esse governo e a defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores do serviço público”, garantiu.

Rafael Motta (PSB) não chegou a fazer uma abordagem sobre a data nas redes sociais, mas em outras oportunidades ele se comprometeu em votar a PEC 32.

Beto Rosado (PP) escreveu que sem os servidores públicos o Brasil para, mas não fez qualquer menção à proposta que retira direitos deles. Mesmo caminho adotado por João Maia (PL) que não tocou no assunto limitando-se a dizer que os servidores têm importância singular para a sociedade.

Pré-candidato ao Governo do RN, Benes Lecádio (Republicanos) disse que os servidores prestam serviços essenciais, mas não quis se comprometer em relação à PEC 32.

Walter Alves (MDB), General Girão (PSL) e Carla Dikson (PROS) não se manifestaram a respeito da data.