O principal motivo para quem votou em Lula em outubro foi tirar Jair Bolsonaro do poder. Ninguém aguentava mais um fascista que celebrava a morte dia sim, dia também. Ninguém suportava um presidente eleito democraticamente que flertava diariamente com o golpismo e apequenava a função de presidente.
O Brasil estava no abismo sob o comando de um ignorante que não tinha visão de país e entregou a economia a um liberal com a cabeça presa nos anos 1980 como Paulo Guedes.
A bagunça institucional em que fomos enfiados levará anos para ser superada desde que tenhamos uma sucessão de presidentes comprometidos com o Estado Democrático de Direito.
Só isso já seria suficiente para não existir motivos para não se arrepender de ter feito o “L” e garantir a posse do governo Lula III, que completa três meses hoje.
A democracia derrotou o golpismo em 8 de janeiro; as Forças Armadas estão sendo devolvidas as suas funções; a crise do Ianomamis teve uma resposta humanitária; o Brasil está recuperando terreno na política internacional; voltamos temas relevantes como taxa de juros, desigualdade social e reformas como a tributária; o Bolsa Família está sendo reestruturado; o Programa Mais Médicos está de volta; a libertação do PPI no preços dos combustíveis está no horizonte; o Minha Casa, Minha Vida está revigorado.
Não faltam motivos para termos certeza de que fazer o “L” era a melhor opção a não ser que você preferisse que continuássemos acumulando tragédias humanitárias e a volta de fascista ao poder.
Aos poucos estamos sentindo o gostinho de ter um governo que busca ser previsível e estável, focado no desenvolvimento.
Sim. Lula fala umas besteiras de vez em quando, mas é num volume infinitamente menor que o antecessor. Aliás, políticos falam besteira. O anormal era o volume e o tipo de besteira que Bolsonaro fala.
Lula tem umas alianças ruins para ter maioria no Congresso Nacional.
Também escolheu uns ministros toscos, mas por outro lado temos gente brilhante como Flávio Dino na justiça, Fernando Haddad na fazenda, Simone Tebet no planejamento, Sílvio de Almeida nos direitos humanos e tantos outros.
Mas reflita. Diante do que tínhamos não há motivos para arrependimento do “L” feito.
Cobrar é necessário e vamos seguir cobrando, mas está bem melhor do que aquele ambiente carregado dos últimos quatro anos.