A operação Plata, deflagrada nesta terça-feira (14) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), identificou que Geraldo dos Santos Filho, conhecido por Pastor Júnior, possui um patrimônio de R$ 6.189.579,42, valor considerado incompatível com seus rendimentos laborais declarados.
Ele foi preso na manhã desta terça-feira, por usar uma igreja para lavar dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem o irmão dele, Valdeci Alves dos Santos como uma das principais lideranças.
Em 2019, Geraldo Filho foi preso usando documento falso em nome de José Eduardo Medeiros de Moura. Ele e a esposa teriam constituído uma empresa jurídica para a lavagem de dinheiro.
A suspeita é a de que Geraldo e a mulher, através de “laranjas”, lavavam dinheiro também através de igrejas evangélicas. A suspeita é que o casal abriu pelo menos sete igrejas nos Estados do Rio Grande do Norte e São Paulo.
A ação cumpriu mandados de busca e apreensão em algumas dessas igrejas para apurar o crime de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas por parte de integrantes de uma facção criminosa.
O grupo também lavava o dinheiro com a compra de imóveis, fazendas, rebanho bovino, automóveis e abertura de mercados.
As apurações do MPRN apontam que Valdeci e Pastor Junior mantinham o esquema de lavagem de dinheiro há pelo menos duas décadas, envolvendo irmãos, filhos, sobrinhos e comparsas fora da família.
O material apreendido nas igrejas será analisado pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras pessoas nos crimes.
Valdeci já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília, onde foi cumprido novo mandado. Geraldo e outras cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Norte nesta terça e encaminhadas ao sistema carcerário potiguar.