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TJRN decreta prisão preventiva de Wendel Lagartixa por envolvimento em triplo homicídio

Nesta quinta-feira (11/7), a Câmara Criminal do TJRN julgou um novo recurso do Ministério Público, relacionado ao caso do PM reformado Wendell Lagartixa, acusado, junto a outros denunciados, de integrar grupo envolvido em seis homicídios qualificados, sendo três deles consumados. O Órgão Julgador, à unanimidade, atendeu ao pleito do MP, que, dentre outros pontos, argumentou pela “imprescindibilidade” da prisão preventiva, ante o descumprimento das medidas cautelares impostas.

Segundo o Acórdão, o acusado teve sua prisão temporária decretada pelo período de 1º de julho de 2022 a 15 de setembro daquele ano, imposta pela 2ª Vara Criminal de Natal, desconstituída pela Câmara Criminal.

“Como dito, sobrevieram fatos reveladores da ineficácia das medidas cautelares, as quais, como destacado, não foram suficientes para conter o instinto delituoso do denunciado, agora preso em flagrante na Bahia, por crime de porte de arma de uso restrito”, explica o relator do recurso, desembargador Saraiva Sobrinho, o qual foi acompanhado à unanimidade pelos demais Integrantes do Órgão julgador, desembargadores Glauber Rêgo e Ricardo Procópio.

“Embora a prisão no curso do processo seja medida de caráter excepcional, revela-se oportuna e necessária sua manutenção”, destacou o voto, ao citar trecho do parecer da 2ª PJ.

Ainda segundo o relator, não bastassem os fatos da demanda principal, a hipótese de o denunciado portar armas de fogo de uso restrito, “sendo esse comportamento, por si só, apto a vulnerar a ordem pública”.

Conforme informações colhidas junto à Câmara, caso o recorrido seja posto em liberdade no estado da Bahia, certamente será destacado no julgado a condicionante dessa liberdade à inexistência de outra ordem prisional.

O Caso

Segundo a denúncia, ofertada pelo Ministério Público Estadual, as vítimas do triplo homicídio foram mortas a tiros, no interior de um bar, em abril de 2022, no bairro da Redinha, Zona Norte de Natal (RN). Os acusados, um policial militar da ativa, dois ex-policiais militares e um quarto indivíduo, são apontados como membros de grupo de extermínio. Eles ainda tentaram assassinar mais três outros homens que estavam no local. Duas das vítimas – um ajudante de cozinha e um servente de pedreiro – teriam sido executadas como “queima de arquivo” por terem testemunhados uma terceira execução.

Em 2013, Wendell Lagartixa também foi preso em operação da Polícia Federal, acusado de participar de um grupo de extermínio e estar envolvido em outra investigação da PF.

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Wendell Lagartixa é preso na Bahia por porte ilegal de arma

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Enquanto viajava para o Rio Grande do Sul e cruzava a Bahia, o veículo em que estava o policial militar reformado Wendel Fagner, o Wendel Lagartixa, e o irmão foi parado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 16h, no KM 830 da BR-116, em Vitória da Conquista. No veículos, os policiais encontraram uma arma de fogo de uso restrito com fraude processual. No momento da abordagem, o irmão teria assumido a responsabilidade pela arma, reconhecidamente ilegal, e sido preso, segundo informado pelo próprio Wendel em vídeo publicado em suas redes sociais.

De acordo com a Polícia Civil, em conversa preliminar com os policiais rodoviários federais, Lagartixa teria assumido que estava portando a arma de fogo e que ela estava com registro irregular. Segundo a Polícia Civil, ao receberem a informação de que a situação seria apresentada ao delegado plantonista, Wendel mudou a versão e alegou que a arma era do motorista, que é seu irmão.

Nos autos, o motorista assumiu ser o responsável pela arma, bem como os outros ocupantes buscaram confirmar esta versão. No entanto, a Polícia Civil informou que ao serem analisadas as declarações dos PRFs, que esclarecem a posição exata de cada envolvido dentro do veículo, associadas às contradições presentes nos depoimentos dos outros ocupantes e do interrogado, chegou-se a conclusão que o PM reformado Wendel Fagner estava portando a arma de fogo, mas convenceu seu irmão a assumir o crime, bem como os outros dois ocupantes para confirmarem a versão. Diante disso, Wendel foi detido e encaminhado para o Sistema Prisional da Bahia.

Durante a madrugada deste sábado (11), a filha de Wendel, Anne Lagartixa, divulgou um novo vídeo contanto outra versão. Nele, ela afirma que mesmo o tio tendo assumido a responsabilidade da arma, o preso acabou sendo Wendel. Ela diz ainda que o tio vinha sendo ameaçado e que ninguém sabia que ele tinha levado a arma. “Do nada, o delegado chegou, liberou meu tio e levou pai no lugar dele. A gente não sabe o motivo”, afirmou Anne, acrescentando que “o que está acontecendo é perseguição política”.