O Centro Acadêmico do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) manifestou repúdio à ida do prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) no último dia 3 de agosto ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) na condição de palestrante falando sobre o livro “A escravidão Indígena e a História não contada”.
Para os estudantes de história a ida do prefeito a entidade rebaixa a instituição.
“Pensemos, agora, no que convém ao IHGRN, que tão prontamente atendeu aos anseios narcísicos do prefeito, e promoveu o lançamento de um livro que afirma “a história não contada”. Em primeiro lugar, enquanto estudantes de História, muito nos dói assistir a uma instituição, a qual carrega uma responsabilidade social tão grande, pelos documentos que reúne e pelo papel que deve cumprir com a memória do povo potiguar, rebaixar-se a esse nível. O único motivo legítimo para o aparecimento de Álvaro Dias no IHGRN é para prestar contas sobre o desmantelamento histórico da cidade da qual é prefeito”, diz um dos trechos da nota divulgada no dia 2.
O documento ainda lembra que Álvaro teve um papel deprimente na pandemia da covid-19 quando defendeu o uso da ivermectina, uma medicação usada para tratamento contra piolho e verme. Além de defender a abertura do comércio e reduzir a oferta de transporte público promovendo aglomerações.
“O prefeito, que esteve à frente durante todo o período pandêmico, assistiu à população trabalhadora desamparada e a vida do povo natalense em risco e tomou providências para o lucro do grande empresariado que controla sua gestão. Nesse sentido, conivente com a barbárie apresentada pelo governo federal, incentivou o tratamento sem comprovação científica, por meio de cloroquina, e, especialmente, ivermectina. No mesmo período, foi responsável pela legitimação dos interesses empresariais do Sindicato dos Empresários do Transporte Urbano (SETURN), cartel de empresas de ônibus da Região Metropolitana de Natal”, frisou.
Além de ter se tornado sócio benemérito do IHGRN, Álvaro este ano foi eleito para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANL), fato que irritou bastante setores culturais do Estado.