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RN não tem noção do tamanho da desaprovação de Robinson Faria

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O governador Robinson Faria (PSD) está desgastado. Mas qual o tamanho desse desgaste? Já dá para comparar com o recorde de 80% alcançado pela hoje prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini (PP)?

Só quem sabe desses dados são os políticos que fazem pesquisas, mas não divulgam por interesse. Afinal de contas não está ruim apenas para o governador. A classe política está desmoralizada no Rio Grande do Norte.

A pesquisa mais recente em nível de Estado encontrada pelo Blog do Barreto foi divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte em abril do ano passado. O quadro para o governador era o seguinte:

Aprova: 32,7

Desaprova: 50,1

Não sabe dizer: 17,2

Os dados mostram um quadro perfeitamente reversível, mas os acontecimentos posteriores a essa data apontam aumento do desgaste do governador com os atrasos nos pagamentos dos servidores, violência, crise no sistema prisional e na saúde mostram que a situação tende a ter piorado.

Prova disso é que o governador sequer teve palanque nas eleições para prefeito de Natal e Mossoró. Nesta última cidade ele só confirmou que deu apoio “por debaixo dos panos” à Rosalba Ciarlini.

Sorte de Robinson que os seus adversários também estão profundamente desgastados e estão evitando divulgar pesquisas muito embora limitando um recorte a avaliação do governador omitiria o desgaste dos adversários. Era assim que faziam com Rosalba quando as pesquisas mostrando o desgaste dela eram frequentes.

Vale lembrar que 2017 não é ano eleitoral e o registro de pesquisas na Justiça Eleitoral não é obrigatório.

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Da esperança do novo à decepção do mais do mesmo

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Sejamos justos e não passionais. Francisco José Junior (PSD) tentou acertar. Tentou, mas deu tudo errado. Ele passou no teste da interinidade e foi aprovado no vestibular das urnas em 4 de maio de 2014.

Na faculdade do Palácio da Resistência ele não foi um bom aluno. Pelo contrário, colou dos veteranos as ideias de sempre. Terminou reprovado pelo povo. Teve que pateticamente se retirar da campanha à reeleição.

Francisco José Junior errou pela ansiedade. Quis mostrar muito serviço na hora errada. Foi assim no “novo transporte público”. Anunciou que a espera de décadas tinha terminado quando na verdade ela continuava.

Errou quando escolheu se meter em assuntos que não diziam respeito à prefeitura. Praticamente assumiu a responsabilidade de cuidar da alta e média complexidade na saúde. Errou quando achou que as BICs seriam a panaceia da segurança. Pior: insistiu no erro.

Priorizou a politicagem como os antecessores. Insistiu no mais do mesmo quando teve a chance de ser o novo do sonho à realidade.

Tinha tudo para ser um grande prefeito. Jovem, inteligente, articulado, bom orador… transformou as qualidades em defeitos dando espaço para o velho voltar porque na cabeça do povo ficou a tese de que velho por velho melhor o que deu certo (pelo menos no imaginário popular).

O prefeito teve a chance de ser o moderno. Ser moderno é ser democrático. Saber lidar com as críticas separando cirurgicamente o que a perseguição da sugestão. O prefeito preferiu culpar a imprensa pelos seus próprios erros. A mídia não inventa. No máximo deturpa e quando se tem a verdade ao seu lado a deturpação é facilmente descontruída.

O prefeito poderia encarnar a novidade cercando-se de quadros preparados, mas preferiu a tática de cercar-se de bajuladores. Colocou o carro na frente dos bois acumulando poder demais assumindo a FEMURN. Ostentou força metendo-se na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa e apoiando um tal Galeno Torquato para deputado estadual.

O prefeito foi inconsequente ao não dialogar antes de decidir-se sobre as questões dos taxistas e dos camelôs. Teve o tom autoritário dos oligarcas nesses episódios. Foi o novo travestido de velho.

Outra prática velha dos burgomestres mossoroenses foi imposta por Francisco: humilhar o vice. Luiz Carlos Martins (PT), político respeitado foi jogado numa salinha porque a Vice-Prefeitura foi transformada em prédio da Procuradoria do Município. O prefeito sempre passou o cargo ao sucessor em momentos de crise. Jogava bomba no colo de quem deveria ser o principal aliado.

O chefe do executivo municipal errou ao exagerar nas contratações de terceirizados criando um exército de revoltados com os salários atrasados. Fez pior que os antecessores. Poderia ter enxugado a máquina antes, mas preferiu os métodos antigos.

Não foi o novo no trato com a Câmara. Muito menos com a mídia. Achou-se acima do bem e do mal, tratando vereadores e jornalistas como mercadorias. Não ouviu conselhos.

A partir de amanhã Francisco José Junior conhecerá o sentimento que Fafá Rosado sabe muito bem: o de quem um dia foi incensado e se tornou esquecido. Ele terá dois anos, caso não aconteça nada de anormal, para refletir e surfar nas ondas do esquecimento para quem sabe retornar como deputado estadual. Pelo menos ele promete voltar.

Francisco José Junior teve a chance ser o novo, mas caiu na armadilha do mais do mesmo. Deu no que deu.