A governadora Fátima Bezerra (PT) tinha com os servidores estaduais nenhuma reivindicação de reajuste salarial. A luta vinha até então sendo apenas por pagamentos em dia, o que é o mínimo do mínimo, diga-se.
Aí ela que tem como vice-governador um procurador do Estado (Antenor Roberto), decide enviar para a Assembleia Legislativa um reajuste de 16,38%.
O benefício é para quem está no topo da cadeia alimentar da folha de pagamento do Estado. A “ralé” fica prejudicada e esquecida.
A primeira classe da categoria que recebe R$ 29.650 passa a ganhar R$ 35.462. Como são 57 procuradores divididos em três classes o impacto fica em torno de R$ 300 mil mensais. Insignificante para uma folha de R$ 450 milhões/mês, mas do ponto de vista simbólico injusto para quem ganha bem menos e tem que arcar com os estragos causados pelos salários atrasados.
Os procuradores estão com salários atrasados, mas serão membros de uma categoria de além de ganhar bem acima das demais tem o “privilégio” de ter reajuste salarial.
De forma legítima, os sindicatos que integram o Fórum dos Servidores Estaduais também querem o mesmo reajuste.
É justo.
Resta saber se um Estado que atrasa salários tem condições de bancar reajustes.
Mas…
….Caneta que beneficia os mais endinheirados também deve beneficiar a “ralé”.