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RN é o Estado que menos recebe recursos federais para área social no Governo Bolsonaro

Mesmo com dois ministros (Rogério Marinho que deixou o cargo em abril, mas segue influente, e Fábio Faria) e a maior parte dos deputados federais votando de acordo com a vontade do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Rio Grande do Norte foi o Estado que menos recebeu emendas na área social.

E olhe que estamos falando de um Estado com a segunda maior desigualdade de renda do país e cujos pobres perderam 30% da renda em 2021 e os ricos cresceram 3% no mesmo período. Os dados são do IBGE.

Segundo a Folha de S. Paulo deste domingo (ler AQUI) o Rio Grande do Norte recebeu apenas R$ 7 milhões em emendas para a área social numa média de R$ 4,56 por pessoa em situação de pobreza. A reportagem aborda justamente a prioridade dada pelo Governo Federal para aliados e por ignorar os critérios técnicos.

Os aliados de Bolsonaro no Estado conseguiram aparelhar a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), que inclusive se habilitou para receber recursos do orçamento secreto.

No entanto, a prioridade não é a área social. A preferência é por obras como calçamento e recapeamento asfáltico. Tanto é verdade que em outra reportagem da Folha de S. Paulo (ler AQUI), publicada em março, o RN era o sexto que mais recebeu recursos na área de infraestrutura.

A área social não é prioridade para os bolsonaristas do Rio Grande do Norte.

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RN tem segunda maior desigualdade do Brasil e pobres tiveram queda de 30% na renda

A desigualdade de rendimento no Rio Grande do Norte em 2021 é a maior desde 2012. A constatação está no módulo “Rendimentos de todas as fontes” 2021, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado pelo IBGE.

Medida de desigualdade, o índice de Gini do rendimento domiciliar por pessoa foi de 0,587 no Rio Grande do Norte em 2021, o segundo maior do Brasil e maior da região Nordeste. Neste indicador, quanto mais próximo do número 1, maior é a desigualdade.

 Em relação a 2020, quando o índice era de 0,512, houve um aumento de 0,075, o maior do país. Além disso, o Gini potiguar foi superior ao índice nacional (0,544).Em 2021, outros cinco estados também atingiram seu próprio recorde de desigualdade: Roraima (0,596); Paraíba (0,562); Pernambuco (0,579); Rio de Janeiro (0,565); e Mato Grosso do Sul (0,496).

Pessoas em idade de trabalhar

O Rio Grande do Norte também tem a terceira maior desigualdade de renda do Brasil entre as pessoas com idade de trabalhar em 2021.

O índice de Gini do rendimento médio mensal real, das pessoas de 14 anos ou mais (com origem em todos os trabalhos), do RN também alcançou a maior marca da série histórica iniciada em 2012: 0,542. Só Distrito Federal (0,551) e Paraíba (0,558) têm desigualdade mais acentuada.

No RN, pobres tem queda de 30% na renda, enquanto ricos ficam 3% mais ricos

Entre os potiguares no grupo dos 5% de menor renda houve uma queda de 30% no rendimento médio mensal real por pessoa em 2021. Essa parcela da população tinha uma renda média R$ 79 em 2020. Em 2021, o valor caiu para R$ 55.

No outro extremo das classes de renda, a população que faz parte do 1% de maior renda do estado teve um crescimento de 3% no rendimento médio mensal real por pessoa em 2021. Em 2020, a média de renda dessa população era de R$ 11.576 e subiu para R$ 11.934.

Rendimento médio mensal domiciliar do RN é o maior do NE

A pesquisa levantou que o rendimento médio mensal real domiciliar do potiguar em 2021 foi de 1.110 reais, o maior entre os estados nordestinos. Desde o ano de 2012, o RN mantém-se com rendimento médio superior ao da região Nordeste.

Número de domicílios que recebem bolsa família não voltou a patamares pré-pandemia

Em relação ao recebimento de rendimentos de programas sociais, o número de domicílios que receberam Bolsa Família no RN em 2021 aumentou 36%, saindo de 124 mil em 2020 e ficando em 169 mil domicílios. Apesar do aumento, trata-se de uma quantidade muito abaixo do registrado em 2019, quando 288 mil residências potiguares recebiam o benefício. Já a quantidade dos domicílios que receberam outros programas sociais (como o auxílio-emergencial) caiu 30% em 2021, indo de 395 mil para 275 mil.

Fonte: IBGE