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Crônica

O mito, a lenda

Por Cid Montenegro*

]Em um 11 de agosto na Cidade de Angicos, Centro do RN nascia o primeiro filho homem de seu Nezinho e dona Liquinha,

ALUIZIO ALVES,

pois a primogênita foi d. Maristela.

Formou se em direito, mas, muito cedo, um quase menino o povo lhe convocou para ser deputado federal constituinte tendo como um líder conselheiro José Augusto de Medeiros.

Na UDN quem comandava era o senador Dinarte Mariz.

Assim como o cantor Orlando Silva que não podia sair as ruas com o clamor popular a ponto de ter camisas rasgadas, Aluízio passava pela mesma situação no Rio Grande do Norte.

Em 1960, ele nâo tinha outra coisa a fazer a não ser respeitar a vontade do povo e ser governador.

A rejeição de Dinarte qualquer analogia já previa porque se tratava da disputa pela liderança.

Com minoria nos diretórios e derrota certa na convenção Udenista deixou a UDN do seu grande amigo Carlos Frederico Werneck de Lacerda para se filiar ao PSD.

Naquele ano o Rio Grande do Norte não elegeu um governador, e sim, um líder, ou muito mais do que Isso:

O MITO.

As pessoas tinham mais que amor, tinham uma devoçâo por ele.

Muitos chamavam o palanque de altar.

Nem o Padre Monsenhor Walfredo chegou a tanto.

Com o galho verde da esperança velhos, jovens e crianças andavam dezenas de quilômetros, de noite, na madrugada e até o amanhecer, nem minha amiga Glória Perez teria a capacidade de criar uma novela desse quilate.

Ele foi amigo dos amigos e enfrentava os inimigos de frente.

Entre aluizistas históricos cito D. Joanita Arruda, seu Manoel Torres, Raimundo Soares, seu Chico Seráfico, senadora Rose Cantidio de Mossoró, d. Marluce Arruda Câmara, Dr. Laércio Bezerra, Joaquim Úrsula, Nilo Soares, Chico Torres entre muitos outros.

Amizade dos Alves com os Montenegro vem do meu avô ex-deputado Major Montenegro e seu Manoel Nezinho Alves e passou de várias gerações, independente de política.

Conheci e convivi por diversas vezes com Dr. Aluizio e devo aos meus amigos Claudinho Emerenciano e Garibaldi Filho essa aproximação maior.

Dr. Aluizio me tinha uma grande atenção, nunca deixou de ir a um aniversário meu, de retornar telefonema, de me convidar para almoçar no seu apartamento Manoel Ribeiro perto da rádio Poti.

Muitas vezes eu o pegava um domingo de manhã para fazer visitas a país de amigos meus.

Lembro bem de d. Das Dores e seu Tota do Centro Feminino eu levei a na granja em Macaíba.

Um dia que eu ia beber contratação seu Reinaldo para ir dirigindo.

Ele não gostava muito e dizia: ” Eu nâo sei o que é um gole, o gosto de qualquer bebida alcoólica. “

Levava nas Rocas, Quintas, Cidade Nova, Nova Natal, Felipe Camarão…

Depois almoçar.

Impressionante a memória dele, falava detalhes de campanhas como se tivessem sido um dia antes.

Lembrava nomes, municípios.

Uma vez um amigo de Santos Reis perguntou a ele qual foi seu adversário mais forte ?

Ele respondeu: Dinarte, o mais estrategista Tarcísio, mas só era forte estando no governo, Dinarte era forte em qualquer situação.”

Ouvi ele dizer que seu sonho era ver Henrique governador.

Em 1990 no apartamento de Zé Dias eu disse: ” Vou votar no senhor para deputado federal e ele : ” Posso lhe fazer um pedido ? Faça como eu, vote em Henrique. “

Também perguntei: Dr. Aluizio, porque o senhor nâo se candidata a senador? Tem o apoio de todos e completa sua ilustre carreira.

Ele: “Montenegro o líder sou Eu, mas Garibaldi eleitoralmente é mais forte inclusive na nova geração. “

Amigos, é por essas e muitas que ele foi o maior da história do nosso estado.

Quando o assunto era futebol ele dizia que não entendia de nada, tinha dois irmãos apaixonados pelo ABC, (Dr. Zé Gobat e seu Agnelo), os sobrinhos também e tinha dois filhos fanáticos pelo Vasco (Aluizinho e Henrique Eduardo) e um pelo Flamengo (Henrique José).

Desculpem a delonga e tenho muito mais para contar.

Se não fosse o Major Montenegro politicamente nos Montenegro ninguém tinha sido nada e se nâo fosse Aluízio Alves politicamente ninguém era ninguém.

Uma questão de justiça e gratidão.

Porém eu disse a ele e saiu em um dia de domingo na coluna do amigo Woden Madruga:

” Só três seres humanos arrastaram multidões no semi-árido do Nordeste do Brasil.

Frei Damiâo, Padre Joâo Maria e Aluízio Alves. “

Frase de Cid Montenegro. Registrou Woden ícone no jornalismo potiguar e além divisas.

É quando falei a ele essa minha frase em seu apartamento ele apenas levantou-se da cadeira, apertou minha mão e me abraçou.

Não falou nada, mas disse tudo.

Eu gosto de política e agradeço ao Senho ter convivido com o Mito e hoje pode recordar a lenda.

*É consultor de negócios.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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Reportagem

Fátima chega as eleições quebrando paradigma de antecessores neste século

Nenhum governante do Rio Grande do Norte neste século chegou ao início da disputa eleitoral para tentar a reeleição liderando todas as pesquisas.

Nem mesmo Wilma de Faria (PSB), única governadora a conseguir ser reeleita, teve esse desempenho. Quando a eleição de 2006 começou (na época a campanha começava em julho) ela estava atrás do então senador Garibaldi Alves Filho (MDB), então apelidado de “governador de férias”.

Wilma virou no final de setembro e ficou a frente de Garibaldi nos dois turnos.

Antes disso, Fernando Freire, que assumiu mandato tampão em 2022 tentou a reeleição saindo do terceiro lugar para a vaga no sendo turno sendo derrotado por Wilma por uma maioria de quase 300 mil votos.

Em 2010, Iberê também assumira o mandato tampão, substituindo Wilma. Ele sempre esteve atrás de Rosalba Ciarlini (DEM), sendo derrotado por ela ainda no primeiro turno.

Quatro anos depois amargando o terceiro lugar nas pesquisas, com menos de dois dígitos nas intenções de voto, Rosalba teve a candidatura barrada na convenção do DEM.

Já em 2018, Robinson Faria estava tentando a reeleição e iniciou o processo em terceiro lugar, posição que terminou ao final das eleições com apenas 11,85% dos votos válidos, pior desempenho de um governador que tentava a reeleição.

Apesar do empate técnico entre aprovação e desaprovação, Fátima chega ao início da reeleição liderando com folga de 20 pontos percentuais a corrida ao Governo do Rio Grande do Norte.