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Que tempos! Um senador fazer o óbvio é surpresa

No Brasil é tradição os governos que começam estabelecerem a estrutura administrativa e a regra não escrita da democracia é que essa mudança passe sem dificuldades no Congresso Nacional em respeito a independência dos poderes.

Mas no Brasil de Arthur Lira (PP/AL), com a herança do presidencialismo de coalisão colapsado pelo bolsonarismo, a história mudou. O presidente da Câmara dos Deputados segurou a votação até o limite para evitar que as alterações do relator Isnaldo Bulhões (MDB/AL) fossem negociadas, deixando o governo Lula emparedado a ponto de transformar em vitória a desfiguração de ministérios estratégicos como os do meio ambiente e povos originários.

No meio disso tudo, um nome eleito na modinha antipolítica de 2018 demonstrou entender os limites do próprio poder que exerce.

Refiro-me ao senador Styvenson Valentim (PODE) que votou a favor da Medida Provisória dos Ministérios e surpreendeu dizendo o óbvio em entrevista à 98 FM: “Ele (Lula) ganhou democraticamente a campanha eleitoral. Continuo pensando igual, mas o governo é dele. Se ele acha que deve administrar a governabilidade assim, se ele acha que deve fazer isso, então eu juntei os senadores do Podemos e todos entraram de acordo. Vamos dar o voto de confiança nele”.

Quem diria?

Qualquer estudante de jornalismo sabe que dentre os critérios de noticiabilidade está o inusitado e o surpreendente em torno de um fato. Nos tempos atuais é notícia um senador dizer que um presidente eleito democraticamente tem o direito de montar a estrutura de governo a seu modo.

Foi surpresa o voto de Styvenson e mais surpresa ainda a maneira como ele tratou o assunto. E se surpreende é notícia.

Que tempos!

Ps.: sobre as razões da postura de Styvenson sugiro a leitura do texto de Thiago Medeiros publicado em O Potiguar (clique AQUI).

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Bancada do RN se divide em votação da MP dos ministérios

A Medida Provisória que estabeleceu a nova composição ministerial do Governo Federal foi aprovada ontem na Câmara dos Deputados por 337 x 125.

Apesar da aprovação com folga, entre os oito deputados do Rio Grande do Norte o placar foi de 4 x 4. Isso porque o PL, que tem quatro parlamentares no Estado, a orientação foi de voto contrário.

Assim João Maia, Sargento Gonçalves, Robinson Faria e General Girão votaram contra. Já os petistas Natália Bonavides e Fernando Mineiro tiveram a companhia dos deputados do União Brasil Paulinho Freire e Benes Leocádio.

A MP dos Ministérios estabeleceu o Governo Federal dividido em 37 pastas e perderia validade hoje caso não fosse aprovada. As alterações feitas pelo relator Isnaldo Bulhões (MDB/AL) enfraqueceu as áreas do Meio Ambiente e Povos Indígenas.

Pressionando, o Governo Lula precisou liberar R$ 1,7 bilhão em emendas.