1.803 vidas foram salvas em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou contratados pela rede pública para o tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus no Rio Grande do Norte até às 11h27 de hoje, 18. A informação consta na Sala Pública do RegulaRN.
São histórias como a do comerciário Manuel Veras Paes da Silva, de 54 anos, residente em Mossoró, que recentemente recebeu alta do Hospital São Luiz, uma das duas unidades com leitos para o tratamento de pacientes com sintomas de Covid-19 na cidade.
O filho de Manuel, o advogado Magviniêr Vinícius da Silva, conta que por volta do dia 27 de junho o pai começou a sentir um forte cansaço. Ao amanhecer do domingo, 28, o cansaço só piorava e a família estranhou que Manuel, até então alguém que nunca se prontificava a ir ao médico, tenha se proposto a buscar assistência.
Ele foi levado para Unidade de Pronto Atendimento Raimundo Benjamim Franco (UPA do Belo Horizonte). Ao chegar à Unidade com muita febre, que não cedia, e cansaço, foi realizado o exame que diagnosticou que ele estava com coronavírus, como informa o filho. A partir daí teve início a rotina de orações.
Magviniêr Silva diz que na mesma data, o pai foi transferido para o Hospital Regional Rafael Fernandes, que dispõe de leitos clínicos para pacientes com sintomas de Covid-19. Porém, como o Rafael Fernandes não possui leitos com a complexidade de uma UTI, Manuel foi transferido para o Hospital São Luiz, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva de 29 de junho a 5 de julho. Manuel teve a felicidade de acesso ao leito de UTI no momento da solicitação da transferência e não precisou enfrentar a situação dramática vivenciada por tantas famílias que enfrentaram diversos desafios na busca por um leito.
O filho conta que, felizmente, o pai não precisou ser entubado, mas informa que ele teve mais de 50% dos pulmões comprometidos. Magviniêr Silva, que já era consciente da gravidade da doença antes do pai adoecer, menciona que essa é mais uma razão para que as pessoas acreditem que a doença não brinca.
Após ter alta da UTI, Manuel foi para a enfermaria e no dia 8 de julho recebeu a tão aguardada alta médica para retornar para casa. O filho lembra que a luta foi grande, mas agora, felizmente, o pai está com a família, em casa, se restabelecendo.
Apesar dos problemas existentes no Sistema Único de Saúde, Magviniêr Silva menciona que o SUS foi fundamental nessa recuperação do pai. “Nada a reclamar do SUS”, afirmou. “A assistência que papai teve foi fundamental”, diz, comentando que se fosse particular o valor de uma diária de UTI é bastante alto. “Imagine sem o SUS a quantidade de pessoas que teria morrido nessa calamidade”, acrescenta.
De acordo com Magviniêr Silva, o problema enfrentado foi a questão do transporte. Ele conta que no domingo, quando o pai foi transferido para o Rafael Fernandes, havia a vaga no Hospital, inclusive para outros pacientes que estavam na UPA, porém, a dificuldade era em relação ao transporte. O advogado contou que havia gente há mais de um dia esperando transporte. Como o pai ainda estava em uma fase inicial, a família conseguiu levá-lo no carro.
Magviniêr Silva agradece a Deus que tudo tenha dado certo, diz que já sabia a dimensão da doença, mas conta que quando ela atinge as pessoas próximas é diferente.