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Hospital da Mulher inicia atendimentos para mulheres em transição para a menopausa

Dentro da previsão de ampliar os serviços oferecidos à população de 63 municípios potiguares, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia (HMPMC), ainda dentro da programação comemorativa ao mês da mulher, iniciou nesta terça-feira (19) os atendimentos do ambulatório de climatério para atender mulheres que passam pela transição do período de fertilidade para a menopausa.

Segundo a médica Ada Custódio, ginecologista no HMPMC e especialista em Climatério e Menopausa pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), o início das atividades é um marco importante para o atendimento às mulheres neste período delicado de suas vidas. “É um serviço ainda muito escasso no nosso país inteiro. E é um ambulatório especializado que vai ajudar essas mulheres que estão passando por essa fase de infecção e a fase menopausal, que vêm cheias de sintomas que atrapalham na qualidade de vida, interferem na parte familiar, no trabalho, na vida das mulheres”.

A médica explica ainda de que forma o ambulatório auxiliará as pacientes atendidas pelo HM de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Conseguiremos fazer tratamento de reposição hormonal. Nas pacientes que têm contraindicação à reposição hormonal, ofertaremos tratamentos alternativos que possibilitem enfrentar essa fase de uma maneira mais leve, ajudando a mitigar as dificuldades que ela passa em casa e até as dificuldades no trabalho”, comentou.

Dona Maria José de Paiva, moradora de Umarizal, uma das primeiras usuárias do serviço, comentou sobre o atendimento no HMPMC. “Quando eu entrei aqui, a gente vem nervosa, porque vem fazer exames, consultas, e aí uma das primeiras coisas que elas fazem é nos acalmar, mostrar nossos direitos, faz uma reunião de início, que eu achei bem interessante, porque a gente já com medo de alguma coisa, mas eles passam essa segurança. Um hospital como esse para nós mulheres, principalmente nós, que não temos condições de estar pagando uma clínica particular, aqui é nota dez. O atendimento é maravilhoso, estamos nos sentindo como se estivesse numa clínica de primeiro mundo”.

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Saúde pública de Assú receberá R$ 2,5 milhões em recursos de emendas

A saúde pública do Assú receberá mais investimentos para uma maior e melhor cobertura do SUS local. Na manhã desta quinta-feira (15), o chefe do executivo, prefeito Gustavo Soares, esteve na sede da SESAP.

Acompanhado do deputado George Soares, foi assegurada destinação de emenda do parlamentar no valor de R$ 500 mil para Hospital Regional de Assú para aplicação dos custeios essenciais para a maternidade. O valor se une a também emenda de R$ 2 milhões da senadora Zenaide Maia. Somado a isso, o prefeito Gustavo Soares também fará um investimento, fazendo um repasse para a ampliação da escala do atendimento médico no regional.

Estiveram na reunião a secretária de Saúde do RN, Liane Ramalho, além do prefeito Alaor Pessoa, de Itajá e de forma virtual, a secretária de saúde, Débora Cavalcante.

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MP consegue bloqueio de R$ 9,6 milhões para Prefeitura de Natal pagar dívidas com hospitais

A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a Justiça potiguar determinou o bloqueio de R$ 9.657.022,30 das contas da Prefeitura de Natal para quitar dívidas de atendimentos em cardiologia, ortopedia e outros do SUS. O Município vinha descumprindo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MPRN e o Governo do Estado que tem por objetivo “estabelecer prazos e condições para a quitação parcelada de débitos do Estado do RN e do Município de Natal com estabelecimentos privados de saúde contratualizados para a prestação de serviços da atenção especializada ambulatorial e hospitalar em procedimentos cirúrgicos e intervencionistas ao SUS, garantindo-se a continuidade desses serviços, conforme termo de acordo em anexo”. O MPRN já entrou em contato com os hospitais prestadores de serviço, que retomaram as atividades suspensas.

Como o Município não vinha cumprido o acordado, o MPRN ingressou com um pedido de execução de título extrajudicial contra a Fazenda Pública com pedido de medidas urgentes nesta quinta-feira (23). Já nesta sexta (24), a 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal determinou o bloqueio do montante na conta única da Prefeitura. Além disso, também a pedido do MPRN, a Justiça deferiu pedido de antecipação da audiência de conciliação, que ficou reaprazada para a quarta-feira (29).

No pedido, o MPRN relatou que o acordo foi celebrado em razão da existência de débitos decorrentes do Termo de Convênio n. 90/2018, que se encontra vigente. Até o momento, o Estado do Rio Grande do Norte tem cumprido os compromissos assumidos, mas o Município de Natal não tem adimplido os parcelamentos realizados com os prestadores de serviços INCOR Natal, Hospital Memorial, Hospital do Coração e Hospital Rio Grande, com os quais mantém contratos regulares.

Por causa dos atrasos nos pagamentos, o Município de Natal tem recebido comunicados dos prestadores de serviços com ameaças de suspensão dos atendimentos.

Essa irregularidade no pagamento resultou na formação de filas de espera em diversas linhas de cuidado, a exemplo da cardiologia e traumato ortopédica.

No TAC, o Município de Natal se comprometeu a quitar parceladamente a dívida existente, sendo 18 parcelas mensais e sucessivas, com a primeira sendo quitada no mês de agosto passado. Mas o Município não se encontra adimplente com as obrigações previstas no TAC, conforme informações dos prestadores de serviços.

 

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Lula sanciona lei relatada por Zenaide que garante assistência psicológica do SUS as mulheres antes e após o parto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta quinta-feira (09), a lei relatada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN) que garante assistência psicológica gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) à gestante e à mãe no período da gravidez, do pré-natal e do puerpério (período pós-parto).  A Lei nº 14.721 entra em vigor em seis meses em todo o país.

Em outubro, o Senado Federal aprovou o parecer favorável de Zenaide ao projeto de lei (PL 130/2019) que amplia esse direito para as mulheres.  Pelo texto, gestantes, parturientes e puérperas devem ser encaminhadas para atendimento psicológico de acordo com a avaliação médica. Além disso, determina-se aos estabelecimentos de saúde públicos e privados ações de conscientização sobre a saúde mental da mulher durante a gravidez e o puerpério

“O Ministério da Saúde reconhece que a depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mulher com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. Além disso, a literatura menciona efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência”, frisa Zenaide.

A parlamentar, que também é médica, lembrou que já há previsão legal de o poder público dar assistência psicológica à gestante e à mãe, mas seu relatório detalha e amplia expressamente essa obrigação exatamente para evitar interpretações que excluam a assistência psicológica.

Depressão pós-parto

Conforme Zenaide os transtornos mentais perinatais são variados: durante a gravidez e após o nascimento do bebê, as mulheres podem apresentar ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, psicose pós-parto, transtorno de pânico e fobias. No mundo, ainda de acordo com Zenaide, cerca de 10% das mulheres grávidas e 13% das mulheres no pós-parto sofrem de algum desses problemas, especialmente a depressão.

“Nesse sentido, é fundamental a existência de ações de conscientização sobre a saúde mental na gestação e no pós-parto. É obrigação do poder público garantir assistência psicológica nesses momentos críticos para a saúde das mulheres e de seus bebês, especialmente para aquelas expostas a outros elementos complicadores, como violência doméstica, baixo apoio social, complicações na gravidez e no parto, gravidez na adolescência e dificuldades financeiras”, assinalou a senadora.

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Prefeitura do Assu inicia cadastro do programa passe livre para pessoas com deficiência

Foi iniciado nesta sexta-feira (29), o cadastro do programa Passe Livre Intermunicipal e Interestadual para pessoas com deficiência. Dessa forma, os beneficiados terão acesso gratuito ao tipo de transporte, assim como as pessoas com deficiência que precisarem de acompanhante.

Para solicitar o programa, as pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva, visão e outras devem se dirigir até a Secretaria de Assistência do Município, de segunda à sexta, das 8h às 13h.

A documentação necessária para o cadastro é: laudo de avaliação médica do SUS, SESAP ou SMS com identificação do beneficiário e informação sobre a deficiência (no caso de doenças crônicas no laudo deve constar se é invalidade e quais as sequelas existentes). Comprovante de renda mensal (Comprovante de benefícios ou contra-cheque ou Bolsa família ou INSS ou Declaração emitida pela Assistente Social da Prefeitura onde mora). Comprovante de renda familiar (Folha resumo do Cadastro Único não podendo passar de um salário mínimo por pessoa da família).

Além disso, é necessário preencher uma declaração de Hipossuficiência (Declaração que não tem condições financeiras disponível no Setor de Gratuidade do DER).

É necessário levar a documentação original e xerox do RG, CPF, comprovante de residência, foto 3×4 com fundo branco, e caso necessite de acompanhante levar documento do mesmo e comprovação no laudo.

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Orçamento secreto: cidade do RN fez o equivalente 120 testes de diabetes por habitante em sete meses. Confira outros números suspeitos coletados em auditoria do MPF

Os números do orçamento secreto no interior do Rio Grande do Norte finalmente vieram à tona graças a um relatório elaborado pelo Ministério Público Federal em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Departamento Nacional de Auditoria do SUS.

Um dos dados mais impressionantes são de Antônio Martins onde nos primeiros sete meses de 2022 foram feitos 120 testes de diabetes para cada habitante. É como se tivesse sido feito um teste de diabetes a cada 42 horas em cada habitante no período numa cidade que tem 7.162 moradores. A título de comparação a cidade recebeu R$ 650 mil em emendas parlamentares em 2018 e em 2021 este numero saltou para 1,170 milhão e em 2022 já chegaram 1.345.720,00.

Os dados mostram que na cidade de Olho D’água do Borges foram feitas 228 aferições de pressão por habitante enquanto em Fernando Pedroza foram 226 dispersões de medicamentos superior ao número de habitantes. Fernando Pedroza também registrou aumento significativo das emendas que saltaram de R$ 220 mil para R$ 985 mil em 2021. Este ano já foram R$ 450 mil. Já Olho D’água dos Borges recebeu este ano 1.309.321,00, bem mais que os R$ 300 mil que chegaram em 2019 e um pouco menos que os 1.409.950,00 que vieram em 2018.

Já na cidade de Carnaúba dos Dantas, a saúde do povo vai muito mal. São 108 atendimentos de urgência por habitante realizados em 2022. Ano passado foram R$ 300 mil em emendas e só nos primeiros sete meses deste ano já são 900 mil.

Já em Riacho de Santana, foram anotados 117 exames de urina por morador. A cidade recebeu R$ 400 mil em 2018 e em 2021 já estava com 1.187.529,00. Este ano já chegaram a cidade 924.606,00 em emendas.

O aumento dos serviços prestados, fora do normal, coincide com o aumento de recursos de emendas do orçamento secreto.

Em nível de comparação, em 2018, antes do orçamento secreto, o Rio Grande do Norte 4.548.200,00 em emendas e esse número saltou para R$ 52.488.311,00 e em 2022 já vieram R$ 30.379.773,00.

O orçamento é secreto pela falta de transparência e pela dificuldade de identificar a autoria do envio dos recursos. Há dificuldade para fiscalização e margem para desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Saiba mais sobre o levantamento AQUI.

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Orçamento secreto: relatório do MPF aponta indícios de mau uso de verbas federais da saúde em prefeituras do RN

O Ministério Público Federal (MPF) determinou o envio aos órgãos responsáveis de um relatório que confronta as verbas federais recebidas pelos municípios do Rio Grande do Norte – oriundas de emendas parlamentares, inclusive do recente “orçamento secreto” – com o número de procedimentos alegadamente efetuados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nessas cidades, no período de janeiro de 2015 a julho de 2022.

O relatório é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado entre o MPF, a UFRN e o Departamento Nacional de Auditoria do SUS e aponta vários casos de prefeituras que registraram a realização de procedimentos que alcançaram um número (em apenas um ano) dezenas e até centenas de vezes maior que o de habitantes. Os dados podem refletir desde erros nos registros, até manipulações cujo objetivo pode ter sido “criar procedimentos” para justificar o envio e o desvio das verbas federais.

O procurador da República que acompanha o acordo de cooperação, Fernando Rocha, destaca que o levantamento alerta para a necessidade de mais investigações, tanto do MPF quanto por parte de outros órgãos de controle, até se concluir sobre a possibilidade, ou não, da prática de crimes contra os cofres públicos. “Não podemos ainda apontar responsáveis, nem especificar as irregularidades, mas claramente os números demonstram existir algo muito, muito errado”, enfatiza.

Fernando Rocha observa que, levando em conta os dados coletados, “é possível identificar que a partir de 2020 – que coincide com a execução das denominadas emendas de relator RP9 (o chamado “orçamento secreto”) – nos diversos municípios pesquisados houve um brusco e acentuado aumento dos procedimentos de saúde, muitos dos quais incompatíveis com as médias populacionais”.

Perguntas

O relatório foi produzido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN), teve como fontes órgãos e plataformas oficiais e tentou responder a duas questões básicas: primeiro se há algum procedimento de saúde, dentre os ofertados pelo SUS, cuja quantidade executada seja incompatível com a população do município e, segundo, se os municípios onde foram registradas essas ocorrências apresentam também alguma correlação histórica com os repasses de emendas parlamentares recebidas.

Em relação à primeira questão, o documento destaca casos como os do município de Olho D’água do Borges, onde registrou-se a aferição de pressão arterial equivalente a 228 vezes em cada habitante no ano de 2020. Em Fernando Pedroza realizou-se um número de “dispensações de medicamentos” (entrega do remédio ao paciente) 226 vezes superior ao da população, no ano de 2017. Já em Antônio Martins houve proporcionalmente 120 testes de glicemia para cada habitante, ao longo apenas dos sete primeiros meses de 2022 (o relatório traz dados até julho deste ano), “o que equivale a realizar o teste a cada 42 horas em toda a população”.

Nesses mesmos sete meses, em Carnaúba dos Dantas, foram registrados o equivalente a 108 “atendimentos de urgência em atenção primária com remoção” por morador. Já em 2017, Riacho de Santana realizou 117 exames de urina por habitante.

Suspeitas

Recentemente surgiram diversas denúncias, em nível nacional, de uso inadequado dos recursos públicos, a partir da manipulação dos números de procedimentos supostamente realizados pelo SUS nos municípios, na tentativa de justificar repasses financeiros. Em 2020 foi aprovado o chamado “orçamento secreto”, permitindo aos parlamentares a administração de verbas federais de forma anônima. O Tribunal de Contas da União (TCU) já alertou para os riscos decorrentes desse novo instrumento de distribuição de recursos públicos.

O objetivo do relatório do Lais/UFRN foi apresentar à Auditoria do SUS (AudSus) uma análise da produção da rede assistencial do sistema no Rio Grande do Norte e seus municípios. Foram observados onde os procedimentos ocorreram, qual a incidência e quais desses foram considerados como indícios de irregularidade ou de possível anormalidade. Contudo, apenas os procedimentos considerados ambulatoriais puderam ser analisados. “A ausência dos demais dados da APS (atenção primária à saúde) inviabiliza uma análise mais aprofundada do estudo em tela”, descreve.

Transparência

Em relação a todas as emendas (que somam R$ 1,07 bilhão no período analisado), o ano de 2021 superou os valores de 2020 em 163,4%. E, nos sete primeiros meses, 2022 já superou o total de 2021 em R$ 18,6 milhões. Levando em conta somente as do “orçamento secreto” os municípios receberam R$ 202 milhões nos últimos três anos, com um aumento de 463,8% entre 2020 e 2021. Em seu despacho, o representante do MPF indica que o advento dessa nova modalidade de emenda resultou em diminuição da transparência, dificultando o controle por parte dos órgãos de fiscalização.

“Para além da maior dificuldade de se identificar o destino desses recursos, o relatório revela a impossibilidade técnica de se saber qual parlamentar foi o proponente das emendas. Tais características da nova sistemática inaugurada em 2020 desestabiliza o sistema de controle dos recursos públicos, permitindo que o gestor destinatário fique absolutamente livre de fiscalização e controle, o que é inconcebível pelos valores republicanos pressupostos na Constituição Federal”, resume o procurador.

Uma das considerações dos autores do relatório diz respeito à fragilidade dos sistemas de informação do SUS, que não foram capazes de alertar os gestores e autoridades de saúde pública quanto às “anomalias” ocorridas. “Aspecto que contribui, também, para que esse tipo de problema se propague e seja recorrente”, reforça. Os pesquisadores destacam também que as plataformas atualmente disponíveis nos municípios não apresentam para a população uma área pública de transparência, que possa ser utilizada para o controle social, o que ajudaria na fiscalização pela população e pela imprensa.

“Neste contexto, os resultados desse relatório apontaram diversas inconsistências, as quais podem estar impactando direta e negativamente no orçamento do SUS, devido ao mau uso dos recursos. Se confirmadas tais inconsistências, podem estar impactando, também, na condução das políticas públicas de saúde, pois os gestores, em diversos níveis, estão tomando ou tomaram decisões com base em uma falsa realidade, norteados por dados com pouca ou nenhuma integridade ou fraudulentos”.

O relatório, que é público, será encaminhado à CGU, TCU e outros setores do próprio Ministério Público Federal.

Fonte: MPF

Confira o relatorio producao da rede assistencial

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MPRN denuncia vereador e ex-secretários envolvidos na Operação Fura-Fila

Diogo Rodrigues da Silva é apontado como “cabeça” do esquema (Foto: reprodução)

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) denunciou um vereador e ex-secretários municipais de Saúde e Assistência Social por fraudes no sistema de marcação de consultas e exames do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Ao todo, oito pessoas já são rés em quatro processos distintos que resultaram da operação Fura-fila, deflagrada pelo MPRN no dia 20 de abril passado. As participações de um deputado estadual e de outras pessoas no suposto esquema ainda estão sob investigação.

O vereador Diogo Rodrigues da Silva, da cidade de Parnamirim, é apontado como suposto cabeça do esquema. Ainda antes de se eleger em 2020, ele teria montado o esquema de inserção de dados falsos no Sistema Integrado de Gerenciamento de Usuários do SUS (SIGUS), sistema informatizado utilizado pela Sesap e por alguns municípios do Estado para regular a oferta, autorização, agendamento e controle de procedimentos ofertados pelo SUS, burlando a fila do SUS. A suspeita é que ele teria como braço-direito no esquema a própria companheira, Monikely Nunes Santos, funcionária de um cartório em Parnamirim.

Diogo Rodrigues e Monikely Nunes foram denunciados pelo MPRN por corrupção passiva, peculato, inserção de informações falsas em banco da dados da administração pública e lavagem de dinheiro. O vereador também responde pelo crime de fraude em licitação.

Somadas apenas as quatro denúncias já oferecidas pelo MPRN e recebidas pela Justiça potiguar, Diogo Rodrigues responde 300 vezes por corrupção passiva, 300 vezes por peculato, 476 vezes por inserção de informações falsas em banco da dados da administração pública, 83 vezes por lavagem de dinheiro e uma vez por fraude em licitação.

Além de Diogo Rodrigues e Monikely Nunes, o MPRN já são réus em processos após a denúncia do MPRN: Eliege da Silva Oliveira, ex-secretária de Saúde de Ielmo Marinho; Gleycy da Silva Pessoa, secretária de Saúde de Brejinho;  Anna Cely de Carvalho Bezerra, secretária de Assistência Social de Brejinho; Alberto de Carvalho Araújo Neto, secretário de Saúde de Arês; Maria Célia Rodrigues da Silva, mãe do vereador Diogo Rodrigues; e Bruno Eduardo Rocha de Medeiros, que foi sócio da Medeiros e Rocha LTDA, empresa responsável pelo SIGUS.

O MPRN ainda apura o suposto envolvimento do deputado estadual Manoel Cunha Neto, conhecido por Souza. Ele é investigado pela prática de peculato eletrônico, falsidade ideológica e corrupção passiva. Outras pessoas também estão sendo investigadas pelo MPRN.

O caso

As investigações do MPRN foram iniciadas em 2019, após denúncias de servidores da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Na apuração, o MPRN descobriu que desde 2017 a organização criminosa inseria dados falsos e alterava informações legítimas. Essas invasões na ferramenta de regulação interferem na sequência de elegibilidade de procedimentos médicos gerenciados pelo Sistema. Desta forma, o grupo furava a chamada “fila do SUS”, propiciando vantagens indevidas aos fraudadores.

Com o apoio da Polícia Militar, a operação Fura-fila cumpriu dois mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e ainda outros 22 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal, Parnamirim, Mossoró, Caicó, Monte Alegre, Areia Branca, Brejinho, Frutuoso Gomes, Rafael Godeiro e Passa e Fica. Também houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na cidade de São Paulo. Ao todo, 27 promotores de Justiça, 42 servidores do MPRN e 90 policiais militares participaram da ação.

Com o oferecimento e recebimento das denúncias iniciais, o MPRN disponibiliza a peça que resultou na deflagração da operação Fura-fila. Obedecendo à determinação judicial, dados de pacientes foram suprimidos.

Fonte: MPRN

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Ao celebrar 30 anos do SUS, Zenaide defende revogação do teto de gastos da saúde

Zenaide defende revogação do teto de gastos (Foto: cedida)

A senadora Zenaide Maia (PROS) lembrou os 30 anos da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que criou o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela defendeu a valorização da estrutura e dos profissionais que atuam na rede pública de saúde e criticou a Emenda Constitucional 95, que congelou por vinte anos os investimentos na área. “Nesses 30 anos de SUS, é nosso dever lembrar a importância desse sistema que atende um país imenso como o Brasil e que precisa ser mais valorizado, inclusive no que diz respeito aos recursos. Revogar o Teto de gastos para a saúde é uma ideia que eu venho defendendo desde a promulgação da EC 95, pois, como médica, não posso concordar com ajuste fiscal em cima da saúde da nossa população”, afirmou Zenaide, em manifestação via redes sociais.

“Sem o Sistema Único de Saúde, estaríamos perdidos nesta pandemia! Se com o SUS, já vivenciamos uma tragédia, imagine as proporções que o problema tomaria sem essa rede de atendimento público?”, questionou a senadora.

A parlamentar é autora da Proposta de Emenda à Constituição 17/2020, que impede que o teto de gastos do governo atinja o SUS enquanto durar o estado de calamidade pública provocado pela pandemia.

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Mais de 1.800 vidas foram salvas em leitos do SUS para tratamento de pacientes com sintomas de Covid-19 no RN

O comerciário Manuel Veras Paes da Silva teve alta hospitalar no dia 8 de julho – Foto: Instagram/ Magviniêr Silva

1.803 vidas foram salvas em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou contratados pela rede pública para o tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus no Rio Grande do Norte até às 11h27 de hoje, 18. A informação consta na Sala Pública do RegulaRN.

São histórias como a do comerciário Manuel Veras Paes da Silva, de 54 anos, residente em Mossoró, que recentemente recebeu alta do Hospital São Luiz, uma das duas unidades com leitos para o tratamento de pacientes com sintomas de Covid-19 na cidade.

O filho de Manuel, o advogado Magviniêr Vinícius da Silva, conta que por volta do dia 27 de junho o pai começou a sentir um forte cansaço. Ao amanhecer do domingo, 28, o cansaço só piorava e a família estranhou que Manuel, até então alguém que nunca se prontificava a ir ao médico, tenha se proposto a buscar assistência.

Ele foi levado para Unidade de Pronto Atendimento Raimundo Benjamim Franco (UPA do Belo Horizonte). Ao chegar à Unidade com muita febre, que não cedia, e cansaço, foi realizado o exame que diagnosticou que ele estava com coronavírus, como informa o filho. A partir daí teve início a rotina de orações.

Magviniêr Silva diz que na mesma data, o pai foi transferido para o Hospital Regional Rafael Fernandes, que dispõe de leitos clínicos para pacientes com sintomas de Covid-19. Porém, como o Rafael Fernandes não possui leitos com a complexidade de uma UTI, Manuel foi transferido para o Hospital São Luiz, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva de 29 de junho a 5 de julho. Manuel teve a felicidade de acesso ao leito de UTI no momento da solicitação da transferência e não precisou enfrentar a situação dramática vivenciada por tantas famílias que enfrentaram diversos desafios na busca por um leito.

O filho conta que, felizmente, o pai não precisou ser entubado, mas informa que ele teve mais de 50% dos pulmões comprometidos. Magviniêr Silva, que já era consciente da gravidade da doença antes do pai adoecer, menciona que essa é mais uma razão para que as pessoas acreditem que a doença não brinca.

Após ter alta da UTI, Manuel foi para a enfermaria e no dia 8 de julho recebeu a tão aguardada alta médica para retornar para casa. O filho lembra que a luta foi grande, mas agora, felizmente, o pai está com a família, em casa, se restabelecendo.

Apesar dos problemas existentes no Sistema Único de Saúde, Magviniêr Silva menciona que o SUS foi fundamental nessa recuperação do pai. “Nada a reclamar do SUS”, afirmou. “A assistência que papai teve foi fundamental”, diz, comentando que se fosse particular o valor de uma diária de UTI é bastante alto. “Imagine sem o SUS a quantidade de pessoas que teria morrido nessa calamidade”, acrescenta.

De acordo com Magviniêr Silva, o problema enfrentado foi a questão do transporte. Ele conta que no domingo, quando o pai foi transferido para o Rafael Fernandes, havia a vaga no Hospital, inclusive para outros pacientes que estavam na UPA, porém, a dificuldade era em relação ao transporte. O advogado contou que havia gente há mais de um dia esperando transporte. Como o pai ainda estava em uma fase inicial, a família conseguiu levá-lo no carro.

Magviniêr Silva agradece a Deus que tudo tenha dado certo, diz que já sabia a dimensão da doença, mas conta que quando ela atinge as pessoas próximas é diferente.

 

Em casa, Manuel teve direito à surpresa providenciada pelos colegas de trabalho – Foto: Cedida