Categorias
Matéria

Médico se manifesta acusação de erro que resultou em morte de paciente: “os laudos me isentaram de responsabilidade”

O médico Paulo Duarte se manifestou a respeito da notícia em que é apontado como alvo de investigação por suposto erro médico que resultou na morte de Nathalia Araújo, ocorrida no dia 6 de fevereiro, durante uma cirurgia feita por ele no Hospital Gastroprocto.

A juíza Sabrina Smith Chaves, do 9º Juizado Cível da Comarca de Natal, mandou tirar do ar notícia do Blog da a jornalista Juliana Celli que revelou que um médico estava sob investigação do Ministério Público.

Na nota Paulo nega o erro médico. “os laudos me isentaram de responsabilidade”, garante.

Leia a nota na íntegra:

Diante das publicações sobre a irreparável perda de uma paciente e sobre a qual mantive reserva, inclusive em respeito à família biológica e enlutada, venho esclarecer que:

– inicialmente pontuo toda a minha admiração e respeito para com os jornalistas, especialmente por entender a importância dos profissionais para informar e levar ao público os fatos e as versões dos envolvidos;

-desde o ocorrido, o foco de toda nossa equipe tem sido dar suporte aos familiares;

-não há verdade em falar que estou sendo apontado pelo MP, CRM ou qualquer outro órgão como culpado. As verificações de praxe, inclusive a meu próprio pedido, são salutares para esclarecer e reafirmar minha posição responsável de manejar a medicina;

-não houve, em tempo algum, intenção de cerceamento do direito de expressão mas da correção do trecho da matéria acerca do MP/ RN;

-tal solicitação ocorreu primeiro entre advogados que, ao nosso sentir, representaria as partes;

-os laudos me isentaram de responsabilidade ao apontar a causa morte da paciente, onde os protocolos de segurança foram integralmente cumpridos e atestados;

Por fim, alinhado ao meu propósito, ao da minha família e da minha equipe e, em respeito a você, reforço que transparência e ética são valores inegociáveis no meu dia a dia.

Não foi e não está sendo fácil para mim, em mais de 15 anos de carreira, enfrentar minha única perda.  Nada, no entanto, se compara à dor da família, minha maior preocupação.

Dr. Paulo Duarte – Cirurgião Plástico

CRM:5626/RN; 236158/SP

RQE: 1586

Categorias
Matéria

Sindjorn repudia censura a jornalista potiguar

O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte emitiu nota de repúdio contra a decisão da juíza Sabrina Smith Chaves, do 9º Juizado Cível da Comarca de Natal, que mandou tirar do ar notícia do Blog da a jornalista Juliana Celli que revelou que um médico estava sob investigação do Ministério Público.

Juliana detalhou que o médico Paulo Duarte estaria sendo investigado por responsabilidade na morte de Nathalia Araújo, ocorrida no dia 6 de fevereiro, durante uma cirurgia no Hospital Gastroprocto.

O médico pediu a retirada da notícia, no que foi atendido, e uma indenização de R$ 10 mil. “Esse não é o primeiro caso aqui no Estado, no qual alguns magistrados precisam aprender e estudar um pouco mais as decisões do STF no tocante à Liberdade de Expressão”, afirma a nota.

Leia a nota na íntegra:

“‘Cala a boca já morreu’, essa foi a expressão utilizada pela ministra  do STF, Carmem Lúcia, para ilustrar a importância de não se calar a liberdade de expressão em uma democracia.

Reiteradas decisões, vindas do Supremo Tribunal Federal, estão derrubando pedidos e mais pedidos de censura à publicações jornalísticas nos diversos veículos de comunicação do país, mostrando a importância, não só para a democracia, mas ao direito da população em se manter informada dos acontecimentos do dia a dia.

Mesmo com todos esses posicionamentos da maior Corte do Brasil, magistrados ainda não perceberam essa importância para a sociedade e continuam a tentar censurar, inibir, calar os profissionais da imprensa com decisões antidemocráticas. Como ocorreu, recentemente, com a jornalista Juliana Celli. Juliana publicou em seu blog a notícia da morte de Nathalia Araújo, ocorrida no dia 6 de fevereiro, durante uma cirurgia no Hospital Gastroprocto, com a informação de que o Ministério Público está investigando também a responsabilidade do médico Paulo Duarte.

O médico entrou com uma ação pedindo a retirada da notícia que cita seu nome, além de uma indenização de 10 mil reais. A juíza Sabrina Smith Chaves, do 9º Juizado Cível da Comarca de Natal, acatou o pedido sem sequer ter ouvido a parte contrária, a jornalista Juliana Celli, mostrando insensibilidade e mordaça em caso de liberdade de expressão.

Esse não é o primeiro caso aqui no Estado, no qual alguns magistrados precisam aprender e estudar um pouco mais as decisões do STF no tocante à Liberdade de Expressão. Numa simples pesquisa sobre o tema em sites de busca, a magistratura conheceria os reiterados posicionamentos da Suprema Corte. “Restrições à imprensa tornam a democracia uma mentira e a Constituição uma mera folha de papel”, afirmou o então presidente do STF no ano de 2022, Luiz Fux, na inauguração da exposição “Liberdade de Imprensa – o papel do jornalismo na democracia brasileira”, localizado no Museu da Instituição”.

Nota do Blog: toda minha solidariedade à colega!