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Isolda avalia que audiência reforça necessidade de lutar pela retomada da Petrobras no RN

Autora da audiência da Assembleia Legislativa que debateu os preços praticados dos combustíveis pela 3R Petroleum no Rio Grande do Norte, a deputada estadual Isolda Dantas (PT) avaliou que as informações apresentadas reforçam a necessidade de lutar pelo retorno da Petrobras ao Estado.

O fato mais grave revelado pela audiência é que 100% da gasolina vendida pela 3R no mercado potiguar é importada dos EUA e Europa. “Por isso pagamos uma gasolina tão cara”, argumentou a parlamentar. Além disso, ela acrescentou que a privatização da Refinaria Clara Camarão penalizou muito os potiguares. “Precisamos seguir na luta, inclusive para a retomada de uma Petrobras forte na autonomia e para soberania aqui no Rio Grande do Norte”, finalizou.

Durante a audiência gerente de novos negócios da 3R Petroleum, Kim Pedro, ainda informou que a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), depende, necessariamente, da importação, por não conseguir processar o petróleo bruto, transformando em gasolina ou diesel. Durante a explanação, foi afirmado que a RPCC, comprada pela 3R da Petrobras, produz apenas querosene de aviação.

Além da 3R Petroleum, participaram da reunião, organizada em conjunto pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo e pela Comissão de Defesa do Consumidor, dos Direitos Humanos e Cidadania: o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos), o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras (Sindipetro) e o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).

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Governadora manifesta preocupação com preço dos combustíveis no RN em audiência com presidente da 3R Petroleum

Na primeira visita oficial depois de assumir as operações da Refinaria Clara Camarão, o diretor presidente da 3R Petroleum, Matheus Dias, apresentou nesta terça-feira (13) à governadora Fátima Bezerra um resumo dos planos da empresa para o Rio Grande do Norte. Na semana passada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a transferência da totalidade da participação da Petrobras no Polo Potiguar para a 3R, companhia brasileira de capital aberto produtora de óleo e gás, com foco na exploração de campos maduros.

O polo concentra três subpolos de exploração de petróleo e gás (Ubarana, Canto do Amaro e Alto do Rodrigues na Bacia Potiguar), além de toda a estrutura do Ativo Industrial de Guamaré (AIG), composto pelas unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré.

Segundo Matheus Dias, nessa primeira semana de operação, a empresa já percebe um potencial para aumentar a capacidade de refino e de ter uma operação mais eficiente. Em paralelo, a Companhia contratou/renovou com as terceirizadas, observando a base salarial e os benefícios aplicáveis ao setor, e com os principais fornecedores, a fim de propiciar a expansão dos seus negócios no Rio Grande do Norte.

A questão do emprego também foi abordada na reunião. De acordo com a 3R, o modelo de negócio da companhia prevê a primarização das funções estratégicas, mantendo os profissionais com conhecimento das operações, e estabelecendo contratos com parceiros estratégicos que já cuidavam da operação do ativo industrial.

A governadora Fátima Bezerra demonstrou ainda preocupação com o preço da gasolina no RN, acima da média praticada no Nordeste. “Em que pese o respeito à autonomia da empresa e às suas decisões, eu não posso deixar de ressaltar a importância de se manter um preço justo dos combustíveis vendidos na refinaria Clara Camarão. Isso tem impacto direto na economia e na vida das pessoas”, afirmou a governadora.

Ao assumir o controle da Clara Camarão, o preço da gasolina A – sem a mistura obrigatória do etanol anidro – subiu 17 centavos em relação ao praticado anteriormente. No RN, o valor cobrado na refinaria tem peso entre 30% e 35% na formação do preço final ao consumidor. A 3R Petroleum considera a situação pontual, de início de operação. Em nota, esclarece “que os preços dos produtos derivados produzidos pela Companhia seguem parâmetros de mercado – tais como o dólar, o valor de referência internacional do petróleo, custos logísticos para recebimento de derivados na região Nordeste, entre outros. Vale destacar que ajustes nos preços podem ocorrer de forma recorrente, amparados por critérios técnicos e condições de mercado”, explica.

Na reunião, a governadora também pediu que a 3R mantivesse o bom relacionamento com as comunidades das regiões em que opera, e apoio a projetos culturais e esportivos no RN, além da geração de empregos.

A cadeia do petróleo já foi responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava os 100 mil barris/dia. Com base em dados de 2021, a Redepetro/RN, estima que o petróleo tem atualmente um peso de 13% na formação do Produto Interno Bruto do RN, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos.

As concessões do Polo Potiguar registraram no primeiro quadrimestre de 2023, uma produção média de 16,5 mil barris de óleo por dia e 37,3 mil m³/dia de gás natural. Considerando a produção proforma, a Companhia alcançou 42,3 mil barris de óleo equivalente por dia em abril de 2023.