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Prefeito de Apodi diz que vai vetar projeto que autorizava abate de animais de rua

Por Valcidney Soares, do Portal Saiba Mais

O prefeito de Apodi, Alan Silveira (MDB), afirmou que irá vetar integralmente o projeto de lei aprovado pela Câmara do município que prevê o abate de animais de rua e a destinação da carne daqueles considerados saudáveis e culturalmente usados para consumo humano para escolas.

O projeto 094/2021 é de autoria do vereador Charton Rêgo (MDB) e foi divulgado em reportagem na agência Saiba Mais na segunda (18). A aprovação havia ocorrido na quinta-feira passada, dia 14.

Em sua rede social, Silveira afirmou que outro texto deve ser elaborado entre o vereador a partir de audiências feitas junto com entidades de defesa dos animais.

“Dialogamos com o nosso corpo técnico e com o vereador Charton Rêgo. Foi decidido o veto integral do projeto de lei 094/2021. O vereador que é um autêntico defensor do bem estar animal em nosso município, junto com a Câmara, irão (sic) realizar audiências e dialogar com as entidades para apresentar a redação em comum acordo, de forma a deixar claro a todos a nossa mais singela intenção: cuidar dos animais e da saúde pública de Apodi”, disse o chefe do Executivo.

Abate para consumo humano – De acordo com o projeto aprovado, os animais que não forem requisitados pelos proprietários dentro do prazo de oito dias enfrentarão o abate.

“Sendo animais que culturalmente são usados para consumo humano, e estando estes em perfeitas condições de saúde, serão abatidos sob inspeção sanitária do município e sua carne destinada às creches e unidades escolares municipais”, diz o projeto.

Já os animais cuja carne não seja utilizada para consumo humano serão doados a pessoas físicas ou jurídicas radicadas fora da zona urbana. Os animais doentes serão abatidos e enterrados.

Em uma nota de esclarecimento, Rêgo se defendeu e afirmou que o projeto foi “amplamente distorcido e propagado de forma equivocada”.

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Iniciativa voluntária necessita de apoio da população para alimentar animais abandonados

Maior parte dos bichinhos alimentados é composta por felinos (Foto: Cedida)

O cheiro da ração e o chamado carinhoso avisa aos animais que um humano preocupado com a situação dos bichinhos está na área.  Ansiosos pela visita que se tornou mais constante nos últimos dias, eles seguem para saciar a fome de comida e solidariedade. É assim que gatos e cachorros em situação de abandono recebem o professor Alysson Mandela.

Desde o início da pandemia, quando a rotina foi alterada em razão da necessidade de suspensão de diversas atividades para intensificar a segurança com a saúde da população, Aliysson tem intensificado o trabalho em prol dos animais abandonados. Todos os dias ele leva ração para os animais que ficam no Campus Oeste da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Para continuar com o gesto, ele precisa da ajuda da população, pois a quantidade de ração disponível atualmente só é suficiente para alimentá-los até esta sexta-feira, como informa o professor.

Ele explica que o envolvimento com a causa começou cuidando dos próprios bichinhos, cujo número foi aumentando com o passar do tempo. Em seguida, passou a ter cuidado em alimentar os animais de rua. De início, distribuía cerca de três quilos de ração, hoje são 30 Kg de ração por semana.

O professor comenta que sempre frequentava a Ufersa para atendimento aos pets e começou a fazer o resgate de alguns bichinhos. Inicialmente, conseguia promover adoções, mas à medida que os seus contatos adotavam, fazer essa mediação ficou mais difícil.

Alysson conta que há dois anos vai a Ufersa todos os domingos para alimentar os animais. Em período de aulas, de segunda a sexta-feira, os alunos já os alimentam. Com o início da quarentena e a suspensão das aulas, ele passou a realizar a tarefa diariamente.

Por falta de tempo e condições, a iniciativa acontece no Campus Oeste, onde dezenas de animais são beneficiados. “São tantos animais que a gente gasta cerca de cinco quilos de ração por dia”, conta o professor.

Além disso, Alysson comenta que, quando sai à noite leva dois a três quilos de ração e volta sem nada. No caminho da sua casa para a casa da sua mãe, onde almoça, ele também aproveita para espalhar solidariedade.

Ele explica que há vários pontos onde coloca ração, mas esses pontos são limitados em relação à quantidade de animais abandonados. “Muito animal, muito abandono”, diz ele. Só na Ufersa, segundo Alysson, são mais de 50, a maioria formada por felinos.

Mas para conseguir realizar esse trabalho ele precisa de apoio, pede doações e percorre vários pontos da cidade para arrecadar o que as pessoas se propõem a doar. O difícil, segundo ele, é a necessidade de várias viagens para conseguir uma quantidade limitada de doações, mesmo assim, ele vai onde as pessoas ajudam e, às vezes, precisa tirar do próprio bolso.

De acordo com Alysson, o preço médio do pacote de ração de 25 Kg é cerca de R$ 110,00, mas ele consegue comprar por R$ 96,00, com um fornecedor que se sensibilizou com a causa. Ele informa que a curto prazo precisa de doações, principalmente de ração, sobretudo para atravessar o período de suspensão das aulas. Para os animais resgatados também é necessário suporte para os cuidados.

Os pedidos de apoio para alimentar os animais da Ufersa também estão presentes no perfil SOS Pets Ufersa (@sospetufersa), uma “rede de cooperação voluntária em prol dos animais da Ufersa”, como se define o perfil, onde é possível visualizar algumas ações voluntárias e ver parte dos animais presentes na universidade.

Como ajudar

Para colaborar com a doação de ração, as pessoas podem entrar em contato com Alysson (@alyssonmsw) através do (84) 98855-2818 (WhatsApp). Quem quiser contribuir financeiramente pode doar através de transferência bancária.

Dados bancários:

Caixa Econômica Federal – Agência 0560, Operação 001, Conta Corrente 00010888-3, em nome de Alysson Ricardo Monteiro

Bradesco – Agência 5396; Conta poupança 1001646; Dígito 0, em nome de José Venízio Alves de Sousa

Nuconta: Banco 260-Nu pagamento S.A. – Agência 0001; Conta6537247; Dígito 6, em nome de José Venízio Alves de Sousa

Ausência de políticas públicas

Alysson Mandela lamenta a ausência de políticas públicas voltadas para os animais em situação de abandono e lembra que em Mossoró não há abrigos e nem hospitais públicos para os animais. O professor espera que nas eleições seja possível mudar essa realidade e eleger representantes que pensem na causa animal.

Ele também cita o fato de que alguns estabelecimentos, mesmo com grande número de animais abandonados em seu interior ou entorno, proibirem as pessoas de darem esse suporte. “Má vontade das empresas em geral de não permitirem que as pessoas alimentem os animais”, comenta.