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Cantora fala sobre realidade de quem faz arte de forma independente durante a pandemia

Ao longo da pandemia, diversos artistas têm oferecido sua arte para proporcionar, leveza, reflexões, lazer e até promover debates sociais para quem está em casa. O que muitas vezes não é visto nas transmissões on-line são as dificuldades enfrentadas por quem faz arte, sobretudo, para quem trabalha de forma independente.

Por conhecer bem a realidade dos artistas independentes, a cantora Eva Rocha, conhecida também como Cabocla de Jurema e cuja única fonte de renda é a música, resolveu utilizar a live para contar com o apoio dos internautas.

“Para mim essa live foi difícil de construir”, diz ela, explicando que as pessoas têm a ideia de que a arte leva leveza para quem estar em casa, mas a situação dos artistas é difícil.

Preocupada com a sua situação financeira e com os compromissos a cumprir, ela, que tem como única fonte de renda a música, resolveu transformar a ansiedade em produção. Contatou algumas amigas e decidiu fazer uma live para arrecadar dinheiro. Cada pessoa interessada em doar decidiria quanto vale o show e faria a contribuição conforme o desejo e as condições.

Alguns contratempos depois, com a ajuda das amigas, devidamente mascaradas, a live foi para o ar no YouTube do bloco Alô Frida. “Fiquei muito feliz porque muita gente estava assistindo”, diz ela, acrescentando que o público incluiu as mulheres da zona rural.

Os resultados financeiros também foram positivos. Ela conta que conseguiu pagar despesas e investir em um celular para continuar com a produção.

E enquanto espera tudo isso passar, Eva, que tem um trabalho autoral com o rap, está em um projeto que conta com 153 MCs de vários países, incluindo Moçambique, Portugal, Angola, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, além do Brasil.

No Rio Grande do Norte, além da rapper, outras quatro pessoas participam do projeto. A articulação está sedo feita por grupo de WhatsApp e a ideia é que seja lançado ainda este ano. “Eu sempre gostei muito de rap. Fui uma das minhas influências quando criança”, conta.

Por enquanto, ela não pode contar muito sobre o projeto, mas fala sobre o seu estilo musical. “Eu canto e escrevo o que me é permitido. Eu busco trazer a questão da ancestralidade, o povo negro retratado. Eu canto para o meu povo, eu canto para a minha gente. Eu canto sobre mim, das diversas formas”, afirma.

Para oportunizar a artistas um rendimento durante o período de pandemia, essa semana a Câmara aprovou a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, que dá direito a uma renda emergencial no valor de R$ 600,00 por três meses. A Lei ainda precisa ser sancionada.

A atriz da Companhia Escarcéu de Teatro, Lenilda Sousa, que está envolvida nas discussões, acompanhando a medida. Lenilda diz que, como também é professora, não tem necessitado de auxílio. Porém, apesar de ter conhecimento de artistas de teatro que estão desenvolvendo atividades, não tem conhecimento de nenhum recurso financeiro voltado para a classe.

Ela diz que está na esperança de que a Lei não seja vetada e de que os recursos cheguem. Lenilda explica que, segundo a última versão aprovada, os recursos serão encaminhados para os municípios, que farão a gestão dos valores.

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