Por Mirela Lopes, da Agência Saiba Mais
Assustada desde que foi agredida por duas vizinhas na última quarta (7), Flávia Carvalho, uma gerente de vendas de 36 anos, deixou o apartamento num condomínio no bairro de Candelária, na Zona Sul de Natal, onde morava com as duas filhas, e está na casa de parentes.
Flávia, que registrou dois boletins de ocorrência (BO), sendo um por injúria racial e outro por lesão corporal, vai processar as vizinhas. Além dos BO’s, ela também fez exame de corpo de delito, para que fossem averiguadas as agressões sofridas.
Antes mesmo de sair de casa, a vítima já havia registrado uma das vizinhas, fazendo ameaças em sua porta. Foi ao sair pra o trabalho que ela foi abordada pela mãe e agredida pela filha.
“Ontem [na quarta], armaram uma emboscada na minha saída de casa pro trabalho. Fui surpreendida, enquanto esperava o elevador. Suedja subiu pelas escadas, acionada pela mãe Regina, que neste momento me xingava e me distraia até a chegada da filha. Suedja me atacou pelas costas, de surpresa, me derrubou. Ao chão, Regina me puxava pelos cabelos e me segurava pelos ombros, enquanto Suedja proferia golpes no meu rosto e me dizia que ‘uma negra nojenta como eu não merecia morar ali, que não era bem vinda, que ia aprender a respeitar’. Eu, em choque, só pensava em manter a porta do elevador aberta pra conseguir sair dali”, relatou Flávia, que também utilizou as redes sociais para denunciar o caso.
Parte das agressões foram registradas pela câmera do circuito interno de segurança do elevador.
Flávia conta que mora no mesmo condomínio há cinco anos e que sempre manteve bom relacionamento com moradores, vizinhos e membros da administração. Mas, desde que registrou uma reclamação por barulho no livro de ocorrências do condomínio, passou a ser perseguida pelas mulheres: Regina dos Santos Araújo, que mora no mesmo andar de Flávia e é mãe da outra agressora, e Suedja Marcia dos Santos Araújo, que mora na mesma torre da mãe e de Flávia, porém, em um andar diferente.
Na manhã desta sexta (9), Flávia prestou depoimento à Polícia Civil. A previsão da penalidade para os crimes de injúria racial e de lesão corporal é de três anos de detenção. O caso foi registrado na 10ª Delegacia de Polícia Civil, na Zona Sul da capital.
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