Pesquisas eleitorais sempre causam controvérsia, principalmente para o setor que se sente prejudicado pelos números. O recomendado é não confrontar os institutos.
A mais recente confusão envolve o Instituto Sensatus, parceiro da Band Natal.
Não é novidade para ninguém que um dos sócios do instituto é filiado ao PT e tem cargo comissionado no Governo do Estado. A informação foi requentada pela mídia bolsonarista após os números divulgados ontem.
O que me causa estranheza nessa história é que os números do Instituto Sensatus não trazem nada fora da realidade das pesquisas divulgadas ao longo do mês de maio.
Fátima, em maio, variou entre 31,4% e 38,8% em cinco pesquisas. Na de ontem ela estava com 39,5%. Na média do mês passado ela estava com 34,8%. Comparando a média e a pesquisa a diferença está dentro do limite da margem de erro.
Outro questionamento sem sentido diz respeito ao fato de Fátima vencer no primeiro. Das cinco pesquisas divulgadas em maio, Fátima vence no primeiro turno em quatro. A média dela é, repito 34,8%, a diferença dela para a soma de todos os adversários é 7,5 pontos percentuais. Na pesquisa Sensatus é de 12,2 pp. A diferença entre a sondagem questionada e a média de maio é de 4,7%. Ou seja: dentro da margem de erro para mais ou para menos que varia entre 2,5 e 3 pontos.
Poderia encerrar por aqui.
Mas tem mais:
A mídia bolsonarista trata com espanto o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) estar a frente do ex-ministro Rogério Marinho (PL).
Na maioria esmagadora das pesquisas o pedetista está na frente. Inclusive, na pesquisa Sensatus a diferença de 4,8 pp e 4 pp nos cenários com e sem Rafael Motta (PSB) demonstra uma diferença numericamente menor, mas dentro da margem de erro, que a média das pesquisas de maio que deu a Carlos 5,2 pp e 4,9 pp nos cenários sem e com Motta, respectivamente.
Esse é mais um aspecto que descarta qualquer suspeita de manipulação atribuída ao Instituto Sensatus.
Para finalizar a pesquisa trouxe um quadro da avaliação de Fátima Bezerra dentro da normalidade. Há um ano ele vem tendo números de aprovação e desaprovação muito próximos. Com o Instituto Sensatus não foi diferente com 48,3% de aprovação e 42% de desaprovação, muito próxima do limite da margem de erro.
Os números são insofismáveis no descarte da possibilidade de manipulação da pesquisa.