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Allyson vai além da simples espetacularização da política e embarca em viagem narcisista

Certa vez o marketeiro político Emerson Saraiva, especialista em mídias digitais, cravou em um vídeo que Allyson Bezerra (UB) não era um prefeito, mas um criador de conteúdo.

Ele estava certo.

Allyson elevou a espetacularização da política, um fenômeno que vem sendo estudado por cientistas políticos e analistas do discurso desde a segunda metade do século XX, a um extremo dentro dos limites de Mossoró.

É um sujeito de seu tempo, diga-se.

Ele é o primeiro político de sua geração a governar um dos principais municípios do Rio Grande do Norte, inaugurando uma nova fase no jeito de lidar com a informação.

O novo não necessariamente é bom e o toque de narcisismo e incentivo à bajulação que Allyson imprime na sua peculiar espetacularização da política rebaixa o debate público.

A estratégia tem sido eficiente porque tem conseguido inebriar o eleitor menos atento e que se deixa levar pelo carisma digital de um prefeito que no dia a dia imprime terror no serviço público.

Allyson faz uma gestão popular, mas uma popularidade desproporcional ao que ele entrega na saúde, infraestrutura, eficiência nos prazo de obras, destruição do Estádio Nogueirão, fechamento do Teatro Municipal e tantos outros problemas que saltam aos olhos.

Mas Allyson segue sua espetacularização narcisista a aponto de ter um “babão” oficial, que atua como um “cosplay” do próprio prefeito e se submete a situações vexatórias como uma suposta esquete de humor em que ele espera o burgomestre sair do banheiro e oferece a camisa para ele enxugar as mãos. Um troço que de espontâneo não tem nada.

O troço remonta os tempos medievais em que os reis tinham o “Bobo da Corte”. A diferença é que o “Bobo” milenar tinha autorização de ridicularizar o rei e o de Allyson tem o dever de elevar a bajulação à máxima potência.

Isso se converte em outras práticas que maculam a política como o servilismo de comissionados, vereadores, mídia e aliados políticos.

A espetacularização da política de Allyson tem fortes tons de narcisismo. Um dia a conta chega.