Após um recurso da Defensoria Pública do Estado (DPE/RN) e do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a Justiça potiguar determinou que o Município de Natal restabeleça a circulação de 100% da frota de ônibus e alternativos que fazem o transporte público da capital. A decisão foi assinada nesta segunda-feira (8). O documento determina comunicação com urgência às partes envolvidas no processo.
A decisão reconsiderou a decisão anteriormente em vigor e restaurou as obrigações determinadas pela 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal. Dessa forma, a Prefeitura de Natal volta a ser obrigada a restabelecer em 100% a frota do transporte público em circulação, bem como restabelecer 20 linhas de ônibus que haviam sido suspensas no início da pandemia da Covid-19.
A Justiça levou em consideração em sua decisão os princípios da dignidade da pessoa humana, assim como o direito à vida e à saúde face ao contexto atual da pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Norte. “É evidente o impacto doloroso que vem sofrendo a coletividade, principalmente aqueles de menor poder aquisitivo, que mesmo diante do aumento de casos e mortes pelo novo coronavírus (Covid-19), e a consequente lotação de leitos de UTI em todo o estado, inclusive no Município de Natal, precisam usar, diuturnamente, o transporte público municipal para suas necessidades básicas, ao passo que permanece o número reduzido de ônibus circulando na capital, com usuários amontoados e aglomerados nos veículos, enquanto se discute “remanejamento de linhas”, “restrição de uso” e “escalonamento do horário de trabalho”, medidas estas que se mostram claramente insuficientes para conter o avanço da pandemia diante da necessidade primordial de distanciamento social e a preservação da economia”, registra.
Ele apostou na ivermectina a fez a distribuição em massa do medicamento usado para tratamento contra vermes e piolhos alegando uma milagrosa prevenção contra a covid-19.
Até hoje ele conta com o apoio de parte da classe médica da capital que ignora todas as recomendações das agências sanitárias e maioria esmagadora dos estudos que confirma a ineficácia do medicamento para covid-19.
O resultado é que a insistência de Álvaro no medicamento gerou uma acomodação dos natalenses que viram na Ivermectina uma solução para ir as ruas, tomar um banho na bela orla da capital e aglomerar sem culpa.
Resultado: dos 3.709 óbitos no Rio Grande do Norte 1.433 Natal (dados do Laboratório de Inovação em Saúde – Lais- às 11h36). A capital tem 24% da população do Estado e 38,6% dos óbitos por covid-19.
Estudo divulgado hoje pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) indica que a Grande Natal é o epicentro da pandemia.
Não foi por acaso que a relação capital x interior na saúde foi invertida. Natal precisou “exportar” pacientes acometidos por covid-19 para outras cidades do Rio Grande do Norte, dentre elas Mossoró. A medida emergencial ajudou a colapsar as redes de saúde em todo Estado.
O prefeito ignorou os convites da governadora Fátima Bezerra (PT) para discutir medidas de restrições sociais. Ela relatou a Agência Saiba Mais que teve mensagens ignoradas e ligou sem receber retorno de parte do prefeito.
Hoje Álvaro Dias virou manchete nacional por tentar afrouxar, sem base legal, os decretos do Governo do Estado provocando situações constrangedoras para os empresários durante o toque de recolher e num contexto em que mais de 80 pessoas aguardam uma vaga de UTI para se salvar da covid-19 na capital do Estado.
Quando a população reclamou da superlotação em ônibus em vez de trabalhar para aumentar a frota o tucano escolheu suspender nos horários de pico gratuidade para idosos e passe estudantil.
Se ele é entusiasta da ivermectina não podemos dizer o mesmo sobre a compra de vacinas. Ele se recusou a aderir ao consórcio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para aquisição dos imunizantes.
Álvaro Dias prioriza a popularidade porque sonha ser governador em 2022. Essa estratégia lhe garantiu uma reeleição fácil ano passado.
Falar que ele abriu Hospital de Campanha só reforça a tese do comportamento politiqueiro porque o prefeito omite que só fez isso graças a parceria com o Governo do Estado que garantiu kits de UTI com monitores, ventiladores e bombas de infusão, possibilitando a estruturação dos leitos, e o compartilhamento de insumos.
Álvaro escolheu fazer política em vez de cuidar dos natalenses.