Na última quarta-feira um grupo de bolsonaristas fez zoada nas redes sociais denunciando que a governadora Fátima Bezerra (PT) estaria gastando R$ 3 milhões em propaganda em plena crise do coronavírus.
A mensagem distorcida ignorava (ou ao menos fingia ignorar) que o Governo do Rio Grande do Norte está sem contratos com agências de publicidade desde 28 de fevereiro e que a ação de caráter educativo duraria seis meses custando um terço do orçamento estadual para comunicação.
Pois bem!
O presidente Jair Bolsonaro pregou uma peça com seus apoiadores no Estado. Ontem ele lançou, com a mesma dispensa de licitação, a campanha o “Brasil Não Pode Parar”.
O custo: R$ 4,8 milhões.
O valor é logicamente baixo em relação ao orçamento federal. A questão aqui não é discutir o custo nem se pode ou não se fazer propaganda nestes tempos. O trato aí é de coerência. Os bolsonaristas locais se calaram.
Em outro ponto o presidente derruba o argumento dos seus apoiadores no Estado. Em decreto ele colocou a comunicação como serviço essencial nestes tempos de pandemia.
Está certo, diga-se!
Bolsonaro sabe tanto que a comunicação é fundamental que usa verba pública para defender suas teses políticas contra a orientação dos cientistas.
A governadora Fátima Bezerra errou com o recuo e os bolsonaristas tiveram uma vitória de pirro no seu moralismo de goela.
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