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Mossoró gasta o triplo de Campina Grande com festa junina e não tem retorno em arrecadação de impostos

O Mossoró Cidade Junina sempre foi um sucesso de público, mas nem na gestão de Allyson Bezerra (UB) nem de seus antecessores conseguiu ser bem-sucedido em termos de retorno para os cofres públicos ao contrário do discurso de todos os inquilinos do Palácio da Resistência.

A constatação está em um relatório elaborado pelo especialista em gestão pública Anderson Quirino a partir do Diagnóstico sobre os Impactos Socioeconômicos do Mossoró Cidade Junina 2024, produzido pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN), numa parceria com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL/Mossoró).

Em 2024, o evento custou aos cofres públicos R$ 30.549.728,25 mas o retorno tão propalado pelo prefeito Allyson Bezerra (UB) não aconteceu na arrecadação municipal em tributos como o Imposto sobre Serviços (ISS) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS/Cota Parte Municipal), tributos que podem gerar arrecadação a partir de eventos como o Cidade Junina.

Os dois impostos tiveram arrecadação de R$ 25.923.446,66, pouco mais que a média mensal entre janeiro e maio deste ano que foi de R$ 24.567.947,62.

Isso não que dizer que não há algum impacto do MCJ na arrecadação tanto que em junho a arrecadação foi de R$ 1.355.499,04 a mais que a média mensal, mas pouco diante do que é investido.

O prejuízo aparece ao comparar o investimento x retorno.

O ISS e a Cota Parte do ICMS somados ao patrocínio de R$ 4 milhões somam R$ 5.355.499,04, o que corresponde a apenas 17% dos recursos aplicados. O déficit é de R$ 25.194.229,21.

Numa comparação com Campina Grande, conhecido como o maior “São João do Mundo” as falhas ficam mais gritantes.

A prefeitura paraibana investiu R$ 9.470.000,00, arrecadou R$ 50.040.527,74 em patrocínios, ISS e Cota parte do ICMS e teve um superávit de R$ 39.861.197,84.

Mossoró gastou três vezes mais que Campina Grande e registrou déficit.

“Conforme observado na Tabela 3, acima, em virtude da participação de 42 (quarenta e dois) patrocinadores, bem como a correalização com o Ministério da Cultura, o São João de Campina Grande/PB tornou-se autossustentável, gerando, inclusive, superávit na relação entre investimento realizado X arrecadação obtida com a venda das cotas de patrocínios”, afirma o estudo. “Tal exemplo, portanto, demonstra que, tendo em vista o potencial existente, o Mossoró Cidade Junina pode passar a ser autossustentável com a oferta de uma maior quantidade de cotas de patrocínio, tendo como despesas essenciais, apenas, a manutenção dos locais de realização do Evento e outras atividades culturais cuja responsabilidade seja eminentemente da Administração Municipal”, complementou.

Diferença

Campina Grande é um evento nacional, já Mossoró é ainda regional. Campina Grande faz parcerias, inclusive com o Ministério da Cultura, enquanto Mossoró tem dificuldade para dialogar com os Governos Federal e Estadual.

Mossoró tem um evento regional com turistas de cidades do Rio Grande do Norte. A pesquisa da UERN encontrou visitantes de apenas 76 cidades de outros estados, a maioria do vizinho Ceará.

Nota do Blog: a solução, logicamente, não é acabar com o MCJ, mas tornar o evento mais rentável aos cofres públicos. Uma postura mais aberta a parcerias ajudaria, mas o individualismo do prefeito Allyson Bezerra (UB) complica. O Blog foi informado este ano que ele não topou parceria com o Governo do Estado para receber recursos via Lei Câmara Cascudo que abateriam o déficit do evento.

 

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Estudo da UERN mostra retorno de R$ 11 para cada R$ 1 investido no Mossoró Cidade Junina

O papel da Uern como instrumento de apoio ao desenvolvimento de Mossoró e do Rio Grande do Norte foi um dos pontos mais abordados durante a apresentação da pesquisa “Impactos socioeconômicos do Mossoró Cidade Junina (MCJ)”, exibida na manhã desta terça-feira (9), na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró.

Promovido pela Faculdade de Ciências Econômicas (Facem), em parceria com a CDL, o estudo realizou uma série de entrevistas com visitantes, ambulantes e outros profissionais envolvidos com o evento para obter dados relacionados ao impacto econômico do MCJ e à impressão do público sobre pontos como segurança, infraestrutura e organização.

Durante a apresentação do relatório, o presidente da CDL Mossoró, Stênio Max, ressaltou a importância das parcerias firmadas entre as esferas pública e privada, visando ao avanço social e econômico das cidades, e apontou a Uern como uma das principais entidades capazes de promover esse processo no município.

“A pesquisa é um dos frutos dessa parceria que a gente sabe que dá certo. E a gente vê o quanto a Uern avançou nos últimos anos e está ainda mais qualificada para isso”, frisou o presidente da CDL, citando o contrato firmado entre a Câmara e a empresa Júnior Lastro, formada por alunos da Facem, como mais um exemplo positivo da relação entre a academia e a iniciativa privada.

“É uma grande satisfação pra gente disponibilizar a nossa expertise. A Uern acredita nesse estado e acredita que todo o motor de transformação e de desenvolvimento econômico se dá através das parcerias”, corroborou a reitora da Uern, professora Cicília Maia, que destacou a relevância dos eventos acadêmicos e científicos para as cidades onde estão localizados os campi da Universidade.

Por sua vez, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, ressaltou que o estudo será fundamental para a avaliação da última edição do MCJ e para o planejamento dos próximos eventos.

“Ficamos muito felizes por esse trabalho, tendo a Uern como parceira e protagonista desse processo. Isso é a universidade sendo muito bem utilizada, como ela é bem utilizada no dia a dia, pelos nossos estudantes e pela comunidade”, pontuou o prefeito.

A apresentação da pesquisa foi feita pelo professor Leovigildo Cavalcanti, da Facem, que destacou os principais dados obtidos através do levantamento.

Durante a apresentação, também foi entregue o relatório produzido pelos alunos bolsistas sobre a participação na pesquisa. Ao todo, 22 estudantes da Uern participaram do levantamento.

Principais dados

De acordo com a pesquisa, 788 mil pessoas visitaram o MCJ neste ano, representando um aumento aproximado de 10% em relação ao público presente em 2017, quando foi realizado o último estudo do tipo pela Uern.

A estimativa é que os gastos do público com o evento, neste ano, tenham somado R$ 115,6 milhões, o que corresponde a R$ 146 reais gastos por participante, em média.

Para cada real investido pela Prefeitura no evento, conforme a pesquisa, houve um retorno de aproximadamente 11 reais movimentados nos setores hoteleiro, de bares e restaurantes, ambulantes e permissionários e pelas quadrilhas, além dos gastos efetuados pelos turistas e moradores locais.

O estudo também levantou dados relacionados ao perfil dos visitantes, a exemplo da renda, local de origem e faixa etária. Também foi medido o grau de satisfação dos visitantes com o evento e a probabilidade de que eles voltem na próxima edição.

A pesquisa apontou ainda que o MCJ foi responsável por gerar em torno de 6.100 empregos diretos e indiretos.

“Os dados apontados pelo estudo indicam um recado de que o Mossoró Cidade Junina não representa um gasto, mas um investimento a ser tratado como um bem social e um bem econômico ao município”, salientou o professor Leovigildo Cavalcanti.

Leia o estudo na íntegra AQUI.

Fonte: Agecom/UERN