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CRO-RN interdita consultórios odontológicos em quatro Unidades Básicas de Saúde de Mossoró

A equipe de Fiscalização do CRO-RN interditou quatro consultórios em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Mossoró, no período de 17 a 28 de março passado, quando visitou 43 unidades de saúde, entre pública e privada.

Foram 19 UBSs com interdições éticas em consultórios das unidades Marina Ferreira, Vereador Durval Costa, Raimundo Renê e Bernadete Bezerra. O consultório da UBS Raimundo Renê  já foi liberado após a gestão sanar as irregularidades.

Já no setor privado foram 24 visitas às clínicas, consultórios e laboratórios de próteses.

Segundo o coordenador do setor de Fiscalização do CRO-RN, Damião Alves, a equipe de fiscais do Conselho no período que ficou em Mossoró checou a situação de 232 profissionais, por categorias:

CD- 165

TSB- 21

ASB- 42

TPD- 3

APD- 1

“Nesta fiscalização, o CRO-RN identificou 11 profissionais (pessoas físicas) sem inscrição, sendo seis cirurgiões-dentistas (três CDs vindos de outro CRO e outros três com inscrição caducada), dois técnicos em saúde bucal (TSB), dois auxiliar em saúde bucal (ASB) e um técnico em prótese dentária (TPD)”, explica Alves.

As UBSs com consultórios interditados

1) UBS Marina Ferreira, Barrinha, Zona Rural

Os fiscais do CRO-RN que visitaram o consultório da UBS constataram várias irregularidades, como problemas de salubridade que levaram a interdição ética do local.

Havia infiltrações nas paredes e teto com presença de bastante mofo; ar-condicionado gotejando pra dentro do consultório; expurgo e sala de esterilização servindo como depósito; falta de mobília para armazenar material e instrumentais que ficam expostos; ausência de suporte para caixa de perfurocortantes; lixeiras sem pedal.

O consultório permanece sem atendimento até que a gestão municipal de Mossoró solucione os problemas relatados no termo de fiscalização.

Foi recomendado o revestimento cerâmico das paredes como forma de solução definitiva para o problema de infiltrações com mofo.

A visita a unidade aconteceu no dia 25 de março passado.

2) UBS Raimundo Carlos Castro, na Rua Padre Elesbão, 35, Boa Vista

Nesta unidade, a equipe de Fiscalização do Conselho encontrou o consultório dentário “totalmente insalubre” com a presença de bastante mofo nas paredes e tetos; ausência de suporte para caixa de perfurocortantes. O local foi interditado eticamente e a gestão deve sanar os problemas para que a equipe de saúde bucal possa voltar a atender.

3) UBS Vereador Durval Costa, na Rua Ralfh Soppor, s/n, no bairro Alto do São Manoel

A equipe de fiscalização constatou que os problemas verificados na “visita realizada em 02/08/2023 não foram solucionados em sua totalidade, com exceção das canetas que foram disponibilizadas”.

Depois de sete meses da primeira visita, os fiscais relataram neste novo Termo de Fiscalização que permanecem reparos as rachaduras nas paredes e teto, cerâmicas soltas, lixeira sem pedal, ausência de suporte de perfurocortantes, ausência da lente protetora do refletor da cadeira, além do estofado da cadeira que precisa de reparos.

Diante da negligência da gestão, o consultório foi interditado no dia 19 de março passado.

4) UBS Bernadete Bezerra, Rua Margarida Militão, s/n, bairro Dom Jaime Câmara

O consultório interditado tem duas cadeiras instaladas para o atendimento de duas equipes de Saúde Bucal. Uma das cadeiras, segundo os fiscais, está com defeito de vazamento na mangueira, obrigando as equipes de SB se revezarem nos atendimentos os pacientes. As bases das cadeiras estão enferrujadas.

Na parte física do consultório, a Fiscalização do CRO-RN constatou diversos pontos de infiltrações nas paredes e teto, com “presença acentuada de mofo, bem como paredes descascadas”, ralo exposto e tampado com saco plástico.

As janelas com venezianas, que facilita acúmulo de sujeiras e impede uma assepsia eficaz, segundo os fiscais. A sala de esterilização também apresenta infiltrações e mofo acentuados.

O coordenador de Fiscalização do CRO-RN explica que os consultórios interditados ficam sem atendimentos até a gestão resolver os problemas apontados no Termo de Visita à UBS. No caso da gestão municipal demora em sanar as irregularidades, o CRO-RN encaminha oficio ao Ministério Público comunicando o problema e relatando que os usuários do Sistema Unificado de Saúde (SUS) daquela área de atendimento ficam prejudicados.

A presidente do CRO-RN, Dra. Jane Nóbrega, afirma que a interdição ética do consultório acontece em último caso, quando as condições insalubres do ambiente são prejudiciais aos pacientes e ao exercício profissional de dentistas e auxiliares (ASBs e TSBs).

“Muitos coordenadores municipais de Saúde Bucal e mesmo diretores de unidades básicas agradecem o Conselho quando os fiscais interditam os consultórios, alegando que eles solicitam reparos aos municípios e os gestores só vão tomar alguma providência depois da interdição ética ou mesmo das visitas dois fiscais”, diz Jane Nóbrega.

Fonte: CRO-RN

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Audiência sobre LDO municipal será amanhã

A Câmara Municipal de Mossoró realizará audiência pública, amanhã (26), às 9h, para debater a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. A matéria está contida no Projeto de Lei do Executivo nº 101/2024, em tramitação na Casa.

Parte do calendário de análise da LDO, a audiência pública é obrigatória por lei e contará com representação da Prefeitura a expor sobre a proposta. Também participarão vereadores e outros representantes da sociedade civil, que poderão opinar e tirar dúvidas.

O debate subsidiará, por exemplo, a apresentação de emendas dos vereadores e das vereadoras ao projeto. O prazo para isso começou ontem (24) e segue até 9 de maio.

Após essa etapa, a Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC), onde se encontra a proposição, tem até 31 de maio para proferir parecer sobre as emendas, e até 3 de junho para publicar parecer sobre o projeto da LDO em si.

A primeira votação do projeto, em plenário, está prevista para 4 de junho; a segunda, para 12 de junho e a votação da redação final, para 18 de junho. A LDO lança as bases na Lei Orçamentária Anual (LDO), a ser aprovada na Câmara em dezembro.

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Ao manter secretário por 15 meses em situação ilegal, Allyson está apto a sofrer impeachment ou afastamento judicial

Desde janeiro de 2023 o agora ex-secretário municipal de planejamento Kadson Eduardo passou ao rol de condenados do judiciário com o trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso) de ação movida pelo Ministério Público Federal que o acusou de falsificação de documentos.

A história respinga no prefeito Allyson Bezerra (União) por ter mantido o secretário por 15 meses no cargo em situação irregular porque a Lei da Ficha Limpa Municipal determina a exoneração de auxiliares condenados.

A exoneração só aconteceu após o Blog do Barreto revelar ao público do Rio Grande do Norte a situação irregular e após a oposição provocar o Ministério Público.

Há dois caminhos para a manutenção de Kadson Eduardo resultar em afastamento de Allyson da cadeira mais confortável do Palácio da Resistência: o político com impeachment na Câmara Municipal e o judicial. A primeira hipótese é improvável, a segunda vai depender do conteúdo da denúncia formulada ser convicente.

A base está no Decreto Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, conhecido como “Lei dos Prefeitos”.

O líder da oposição Tony Fernandes (Avante) disse em pronunciamento na Câmara Municipal que não deixará o caso cair no esquecimento. “O prefeito alega que o caso está encerrado, mas não está pelo fato do prefeito ter cometido crime de responsabilidade. Isso implica numa série de imbróglios judiciais, que podem acarretar, inclusive, em perda de mandato e em inelegibilidade”, frisou.

Para isso ele pode recorrer ao artigo 4º da “Lei dos Prefeitos” par provocar um pedido de impeachment com base nesta redação:

Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:

(…)

VII – Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;

Outro caminho é a provocação judicial com base no artigo 1º que permite uma decisão sem precisar do crivo da Câmara Municipal:

Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:

(…)

XIII – Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei;

Tony afirma que a lei se encaixa perfeitamente com o gesto praticado por Allyson ao manter por 15 meses no cargo um secretário condenado com trânsito em julgado.

“Justamente o que aconteceu no caso. Há falta de zelo com a gestão pública. É importante que se diga: os atos também devem ser investigados, até porque são nulos. Se olharmos o que fala a lei, automaticamente se ele estava no cargo que não poderia estar, os atos são nulos, bem como os salários. Não estamos falando de uma empresa privada, e sim da administração pública”, disse.

Kadson é considerado o “braço direito” de Allyson e homem forte da gestão municipal.

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Gestão de Allyson tem R$ 1,5 bilhão a mais que a antecessora

Blog do Magnos

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), não tem do que reclamar quando o assunto é arrecadação. O volume de recursos arrecadado pelo Município de Mossoró durante o seu governo cresceu quase 75% em relação ao governo Rosalba Ciarlini.

De acordo com dados do Portal da Transparência, de 1° de janeiro de 2021 a 31 de março de 2024, na atual gestão, a Prefeitura de Mossoró arrecadou R$ 3.350.178.320,95, enquanto que de de 1° de janeiro de 2017 a 31 de março de 2020, na gestao anterior, o montante foi de R$ 1.914.887.172,47. São R$ 1.435.291.148,48 a mais para Allyson gastar.

Ao longo da gestão Allyson, a arrecadação aumentou anualmente, saltando de R$ 844 milhões, em 2021, para R$ 1,1 bilhão, no ano passado. E deve continuar crescendo. Considerando a arrecadação média dos três primeiros meses de 2024, o montante deve superar R$ 1,5 bilhão neste ano.

Arrecadação gestão Allyson

2021

R$ 844.555.966,75

2022

R$ 994.220.858,51

2023

R$ 1.129.321.388,14

2024

R$ 382.080.107,55 (Até 31 de março)

Arrecadação gestão Rosalba

2017

R$ 526.574.056,58

2018

R$ 569.288.651,20

2019

R$ 615.486.800,97

2020

R$ 203.537.663,72 (Até 31 de março).

Fonte: Portal da Transparência

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MP investiga suspeita de superfaturamento na gestão de Allyson

Blog Cesar Santos

Jornal De Fato

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) instaurou inquérito para apurar denúncia de superfaturamento em contratos do projeto “Estação Natal”, da gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil). A portaria 5543871, da 19ª Promotoria do Patrimônio Público, assinada pelo promotor de justiça em substituição, Hermínio Souza Perez Júnior, de 19 de abril de 2024, está publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

Trata-se de suposto superfaturamento no contrato de empresa sediada em Goiânia-GO e outra em Parnamirim-RN para instalação e ornamentação natalina nos anos de 2021 a 2023. Vários itens aparecem com valores absurdos, conforme documento do pregão e de pagamento por parte do município. Um deles chamou bastante a atenção: um vaso (jardineira) que custa entre R$ 24 a R$ 26 no comércio da cidade, a Prefeitura pagou R$ 790 pela unidade.

A 19ª Promotoria do Patrimônio Público parte da notícia de fato oferecida pelo vereador Paulo Igo (MDB), agora transformada em inquérito civil, que denunciou o caso em entrevista ao Jornal de Fato e no plenário da Câmara Municipal de Mossoró, no dia 15 de março.

Paulo Igo realizou a pesquisa para embasar a grave denúncia. Com documentos em mãos e expondo o vaso no plenário do Legislativo, acusou a gestão municipal de pagar dois preços exorbitantes pela mesma jardineira. Na edição de 2021, a Prefeitura adquiriu 20 unidades do vaso ao preço unitário de R$ 235, totalizando uma despesa de R$ 4.700. Na edição seguinte, em 2022, os mesmos vasos tiveram um valor unitário de R$ 790, resultando em um gasto total de R$ 15.800, a despesa mais que triplicou.

O vereador também apresentou documentos mostrando que no mesmo projeto “Estação Natal”, a gestão Allyson pagou uma despesa de mais de R$ 262 mil só com eletricistas, o que é considerado totalmente fora da realidade. “O mais grave é que esses serviços geralmente são realizados por servidores do próprio município e por terceirizados”, alertou.

O vereador apresentou cópias dos contratos da decoração natalina de 2021, 2022 e 2023, para mostrar a evolução de despesas com praticamente os mesmos itens utilizados nos três anos. Em 2021, a Prefeitura de Mossoró pagou um total de R$ 1.006.998,88. Em 2022, subiu para R$ 2.142.973,01, aumento de mais de 100%. E, em 2023, a decoração custou R$ 2.308.000,00.

“Chama a atenção que em 2021 e 2022, a Prefeitura contratou uma empresa localizada em Goiás, bem distante de Mossoró, para realizar o trabalho de montagem e desmontagem da decoração natalina, mas quem realizou esses serviços foram os servidores do município. Eu tenho imagens para provar o que estou denunciado. Fiz de madrugada, quando os servidores estavam trabalhando para ninguém perceber”, disse Paulo Igo.

De fato, em 2021 e 2022 a gestão Allyson Bezerra contratou a Construtora São Bento Ltda., cujo CNPJ é 10.499.738/001-07, com sede à Avenida Guarujá, 740, Sala 01, Jardim Atlântico, Goiânia, capital de Goiás, distante 2.247 km de Mossoró.

Já a “Estação Natal” de 2023 ficou a cargo da empresa Lux Energia – Castro & Lopes Ltda -, com CNPJ 32.185.141.001/0001-12, com sede à rua Dom Nivaldo Dantas, Emaús, Parnamirim/RN.

VEJA A PORTARIA DO MPRN

PORTARIA 5543871 – 19ª PmJPP

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, por intermédio da 19ª Promotoria da Comarca de Mossoró, no uso de suas atribuições legais

CONSIDERANDO a Resolução n° 23/2007 do Conselho Nacional do Ministério Público, que disciplina a instauração e tramitação do Inquérito Civil e do Procedimento Preparatório;

CONSIDERANDO o teor do artigo 20 e seguintes da Resolução n° 012/2018, do Conselho Nacional do Ministério Público Potiguar, que deu nova regulamentação à instauração e tramitação do Inquérito Civil e do Procedimento Preparatório, tratados nos artigos 70 a 76 da Lei Complementar 141/96;

CONSIDERANDO que a Notícia de Fato n. 02.23.2039.0000014/2024-82 foi instaurada em 22/03/2024, tendo como objeto apurar suposta irregularidade no Pregão 02/2023 da Prefeitura de Mossoró, que trata da contratação de empresa para instalação e ornamentação natalina;

CONSIDERANDO a viabilidade da continuação das investigações para averiguar o objeto do procedimento e, posteriormente, eventual proposição de Ação Civil Pública e/ou Denúncia ou Arquivamento;

RESOLVE:

1) CONVERTER a Notícia de Fato n. 02.23.2039.0000014/2024-82 em INQUÉRITO CIVIL, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades na contratação de empresa para instalação e ornamentação natalina, pela Prefeitura de Mossoró, durante os anos de 2021 a 2023;

2) DETERMINAR o encaminhamento dos autos ao setor de contabilidade da CATE, solicitando perícia técnica na documentação que trata dos processos licitatórios para contratação de empresa para instalação e ornamentação natalina nos anos de 2021, 2022 e 2023 (Pregões Eletrônicos n. 71/2021, 06/2022 e 02/2023), da Prefeitura de Mossoró, visando apurar possível superfaturamento nos contratos, bem como possível aumento desproporcional do valor total destes de um ano para o outro.

Ressalte-se que o presente procedimento teve início a partir de representação feita por vereadores da Câmara Municipal de Mossoró, informando sobre possível superfaturamento nos contratos de aquisição de serviços especializados de elementos decorativos natalinos feitos pela Prefeitura de Mossoró nos últimos 03 (três) anos.

À Secretaria Ministerial para cumprimento. Mossoró, 19 de abril de 2024.

Hermínio Souza Perez Júnior

19º Promotor de Justiça em substituição

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Allyson afirma que “assunto Kadson” está encerrado. Líder da oposição lembra que prefeito deve responder por crime de responsabilidade

Tribuna do Norte

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União) quebrou o silêncio e disse que “dá por encerrado” o caso da demissão, no dia 19, do advogado Kadson Eduardo de Freitas Alexandre do cargo de secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, pasta que chegou a acumular com a de secretário municipal de Cultura. “A partir do momento que tomamos conhecimento nós buscamos dar uma solução. De forma efetiva foi dada solução”, se pronunciou o prefeito sobre a condenação do auxiliar de sua proximidade.

“A oposição cumpre o que ela quer fazer e estou muito focado em trabalhar, acabou de ser divulgada uma pesquisa em Mossoró e sempre que é divulgada uma pesquisa, já espero que tenha essas questões”, minimizou o prefeito, com relação a decisão tomada pela bancada de oposição em acionar judicialmente o chefe do Executivo por crime de responsabilidade, em virtude de ter mantido Kadson Eduardo no primeiro escalão da gestão municipal durante 15 meses, depois de sentença condenatória transitada em julgado por falsidade ideológica, na Vara da Justiça Federal em Pau dos Ferros, região Oeste do Rio Grande do Norte.

Allyson Bezerra afirmou, por ocasião do lançamento da programação do “Mossoró Cidade Junina”, na manhã da terça-feira (23), no Sesc da avenida Rio Branco, em Natal, que “essa questão foi tratada de forma rápida e efetiva” com a exoneração publicada no “Diário Oficial do Município”.

“Encaro como uma situação já resolvida”, acrescentava Bezerra, que também informou que somente em julho vai tratar da escolha do candidato a vice-prefeito para a campanha de reeleição em 6 de outubro, embora destacasse ter fechado a filiação de 14 dos 23 vereadores mossoroenses ao seu partido – União Brasil, para a disputa do pleito proporcional com uma chapá de 22 pré-candidatos: “Isso nunca um partido politico do Estado fez, isso nunca um gestor fez, trazer a união de 14 vereadores com mandatos, seja em Natal, seja em Mossoró, seja onde for, para a disputa do pleito”.

Allyson Bezerra adiantou que devera contar com o apoio de pelo menos seis partidos, incluindo Solidariedade, PSDB, REDE e PSD) para tentar a reeleição. “Já conversei com todos, só vamos ter essa discussão próximo da convenção partidária, estamos focados em obra, o evento Sal e Luz, o Mossoró Cidade Junina”, repetiu.

Líder da oposição afirma que prefeito tenta esconder o caso

O líder da oposição na Câmara Municipal de Mossoró, vereador Tony Fernandes (Avante), rebate o posicionamento do prefeito Allyson Bezerra, dando por encerrado o episódio Kadson Eduardo, mantido em cargo comissionado após sofrer condenação transitada em julgado por falsificação de documento público.

“Ao contrário do que o prefeito fala, a situação não foi resolvida, porque ele deve responder por crime de responsabilidade por ter mantido um condenado criminalmente acumulando secretarias no município”, enfatizou Fernandes.

Para o vereador, o prefeito “tenta esconder tudo o que tem acontecido” na gestão de Mossoró, mas “a oposição não vai se intimidar” e vai cobrar pelos atos de ilegalidade que também foram praticados pelo ex-secretário enquanto esteve à frente das pastas do Planejamento e da Cultura.

“O prefeito não tem transparência com a gestão pública e nem tem zelo com o erário”, acusou Fernandes, citando que o MPRN já havia instaurado inquérito para apurar suposto superfaturamento em contratos do projeto “Estação Natal”.

Por coincidência, a portaria 5543871, da 19ª Promotoria do Patrimônio Público, assinada pelo promotor de justiça em substituição, Hermínio Souza Perez Júnior, foi publicada no “Diário Oficial do Estado”, no mesmo dia em que o “Diário Oficial do Município” publicou a demissão de Kadson.

A denúncia partiu do vereador Paulo Igo (MDB), acusando superfaturamento no contrato de empresa sediada em Goiânia-GO e outra em Parnamirim-RN para instalação e ornamentação natalina nos anos de 2021 a 2023. “Chama a atenção o preço por um vaso, tipo jardineira, no valor de R$ 24 a R$ 26, no comércio de Mossoró, mas que a Prefeitura teria pago R$ 790 por unidade”.

Paulo Igo já havia levado o caso ao plenári em 15 de março, o qual denunciou que na edição de 2021 do projeto “Estação das Artes”, a Prefeitura adquiriu 20 unidades do vaso ao preço unitário de R$ 235, totalizando uma despesa de R$ 4.700. No ano seguinte, em 2022, os mesmos vasos tiveram um valor unitário de R$ 790, e um gasto total de R$ 15.800.

Segundo a denúncia de Igo, em 2021, a prefeitura pagou R$ 1.006.998,88. Em 2022, foram pagos R$ 2.142.973,01 e em 2023, a decoração custou R$ 2.308.000,00.

Em 2021 e 2022 a gestão Allyson Bezerra contratou a Construtora São Bento Ltda., cujo CNPJ é 10.499.738/001-07, com sede à Avenida Guarujá, 740, Sala 01, Jardim Atlântico, Goiânia, capital de Goiás, distante 2.247 km de Mossoró. A decoração da “Estação Natal” de 2023 ficou a cargo da empresa Lux Energia, com CNPJ 32.185.141.001/0001-12, com sede à rua Dom Nivaldo Dantas, Emaús, Parnamirim/RN.

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“Braço direito” de Allyson acumulava salários ilegalmente na Prefeitura de Mossoró

“Braço direito” do prefeito Allyson Bezerra (União) e recém-demitido da secretária municipal de planejamento Kadson Eduardo acumulou funções na gestão municipal em alguns momentos.

O último deles foi entre fevereiro e abril quando assumiu interinamente a pasta da Cultura após a misteriosa saída de Igor Ferradaes.

Salário de fevereiro veio com parte dos dias trabalhados na cultura (Fonte: Portal da Transparência)

Neste curto período, Kadson acumulou dois salários de secretário. Um secretário municipal recebe R$ 11.775,00.

Em fevereiro ele recebeu os valores da segunda pasta parcialmente totalizando R$ 20.410,00. Já em março, trabalhando no mês cheio, ele ficou com R$ 25.120,00, acima do atual salário de prefeito que é de R$ 23.550.

As informações constam no Portal da Transparência.

Salário de março veio quase dobrado (Fonte: Portal da Transparência)

A acumulação de salários no serviço público é ilegal conforme estabelece a Constituição Federal em seu Art. 37, inciso XVI, da CF/88:

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

  1. a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
  2. b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
  3. c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001).

Como se sabe Kadson é advogado e não exerceu a função de professor nem de profissional da saúde, mas uma interinidade como secretário de cultura enquanto estava a frente da pasta da administração a qual foi exonerado no último sábado após a condenação por falsificação de documentos vir à tona.

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Allyson se cala sobre escândalo envolvendo “braço direito”, agora ex-secretário

O prefeito Allyson Bezerra (União), sempre atuante nas redes sociais, escolheu o silêncio a respeito da condenação do seu “braço direito” e agora ex-secretário Kadson Eduardo.

Até o momento nenhuma selfie no Instagram ou post no Twitter ao menos para defender a honra do amigo, condenado a dois anos de prisão em regime aberto por falsificar um documento público para participar de uma audiência.

Isso não quer dizer que o prefeito não esteja abalado. Num primeiro momento ele tentou fingir que a história não aconteceu e até mandou a turma que faz o serviço sujo para ele atacar a reputação desta página acusando-a de fake news após dar a notícia em primeira mão.

Mas o assunto nunca esteve no controle e a Lei da Ficha Limpa Municipal obrigou o prefeito a exonerar um dos homens fortes da sua gestão.

Numa estratégia, o prefeito agilizou os parceiros na mídia para vender a ideia de que a demissão se deu após a condenação. Na verdade, a sentença transitou em julgado em janeiro de 2023 e se manteve abafada por 15 meses.

A demissão se deu após o assunto vir à tona e Allyson está calado.

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Lei da Ficha Limpa Municipal obriga Allyson a exonerar “braço direito”, que chegou a ser cotado para vice

De cotado a vice do prefeito Allyson Bezerra (União) a condenado por falsificação de documento público, a situação do secretário municipal de administração Kadson Eduardo não está complicada apenas por ter sido excluído do processo político e perdido a interinidade na Secretaria Municipal de Cultura.

Pela Lei da Ficha Limpa Municipal sancionada em 12 de abril de 2012, Kadson deve ser exonerado do cargo por ter condenação transitada em julgado, que não cabe mais recurso.

Além disso, o crime pelo qual foi condenado é contra a fé pública, tema tipificado na Lei da Ficha Limpa Municipal de autoria do então vereador Lairinho Rosado e sancionada pela ex-prefeita Fafá Rosado.

O artigo 1º da lei é claro:

“Art. 1º – Fica vedada a nomeação para cargos em comissão no âmbito dos órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo do Município de Mossoró as pessoas inseridas nas seguintes hipóteses: I. Os que tenham contra sua pessoa representação julgadas procedentes pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, desde a decisão até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos; II. Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 08 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

  1. A Contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;”.

Kadson é considerado o “braço direito” do prefeito tendo ocupado diversas funções importantes na gestão. Allyson tem relutado em exonerar o secretário por se tratar de um auxiliar estratégico na gestão.

No entanto, a condenação por falsificação de documento público coloca em xeque a credibilidade de uma gestão com alto índice de aprovação.

Uma eventual demora em exonerar Kadson pode resultar em uma ação do Ministério Público para provocar o ato via decisão judicial.

Confira o processo e a condenação de Kadson Eduardo AQUI

Leia a lei da Ficha Limpa Municipal:

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Audiência sobre situação do Estádio Nogueirão é marcada por ausência de representantes da Prefeitura de Mossoró

A Câmara Municipal de Mossoró realizou, na manhã de hoje, 18, uma audiência pública para debater a situação do Estádio Manoel Leonardo Nogueira, conhecido popularmente como Nogueirão. A audiência, de iniciativa do vereado Isaac da Casca (MDB), trouxe à tona questões críticas sobre o estado do equipamento esportivo e enfatizou a necessidade imediata manutenção.

Ninguém da Prefeitura de Mossoró compareceu.

Na composição da mesa, estiveram presentes o vereador Isaac da Casca, a vereadora Marleide Cunha, Hieraldo Santos, professor de educação física da UERN, Hermeson Pinheiro, presidente da OAB/Mossoró, o representante do Baraúnas Lima Neto, Lenilton, do Mossoró Esporte Público e o ex-vereador Genivan Vale. Também participaram da audiência os vereadores Tony Fernandes, Paulo Igo e Omar Nogueira, além de representantes de setores ligados ao esporte.

Desabamento e apelo

Em fevereiro deste ano, uma parte significativa do Estádio Nogueirão desabou. Para o presidente da OAB, Hemerson Pinheiro, o incidente é um reflexo da falta de manutenção do Nogueirão ao longo dos anos. “Em 2016, a UNI-RN apresentou um estudo que já apontava a precariedade das instalações”, explicou. Hemerson pontuou ainda o perigo da falta de manutenção da estrutura para as pessoas que residem ou frequentam o entorno do Estádio. “Todos os dias pessoas fazem caminhadas ali. Passam pelo local. E correm riscos”, alertou.

Além do perigo a segurança das pessoas, a estrutura precária do Estádio também causa preocupação por causa do impacto social e econômico e falta de preservação da história de Mossoró. O professor de educação física da UERN Hieraldo Santos destacou os efeitos que a paralização das atividades no Estádio provoca na comunidade local. “As atividades que deixam de ser desenvolvidas ali impactam na geração de emprego e renda para uma série de trabalhadores que vivem direta ou indiretamente de eventos esportivos”.

Lima Neto, que representou o time de futebol Baraúnas, fez um apelo para a recuperação parcial do estádio, citando o abandono do gramado e os custos proibitivos de realizar jogos em outras cidades. “Estamos quase perdendo o gramado dali, que está abandonado. Temos que realizar os jogos na cidade de Assu, porque Mossoró não tem estádio adequado para eventos oficiais de futebol. Torcedores gastam com deslocamento e nós gastamos com a estrutura de outros estádios, quando estes valores poderiam está sendo investidos no Nogueirão”, disse.

Reforçando o apelo para a recuperação do Nogueirão, o vereador Isaac da Casca revelou que Mossoró é a única cidade brasileira, com uma população com mais de 250 mil habitantes, que não possui estádio de futebol habilitado para receber um jogo oficial de futebol.

Ausência

Para a vereadora Marleide Cunha, a falta de representantes da Prefeitura de Mossoró e de outros vereadores da situação na audiência é problemática. “Observo aqui que não há representantes da Prefeitura e nem vereadores de situação. Não há desculpa para a ausência, temos obrigação de vir aqui debater assuntos importantes para a população”, disse.

Os vereadores Tony Fernandes, Omar Nogueira e Paulo Igo reforçaram a crítica da vereadora e condenaram a ausência da Secretaria Municipal de Esportes. “A audiência pública deixa claro que a situação do Estádio Nogueirão é uma questão urgente que requer atenção imediata. A comunidade de Mossoró e os representantes do esporte local estão clamando por ações concretas para restaurar o estádio e garantir a segurança e o bem-estar das famílias que vivem no entorno. E é um espanto que a Secretaria Municipal de Esportes não envie representantes”, disse Tony.

Nota da Prefeitura

Em contrapartida, a Prefeitura de Mossoró, por meio da Comissão de Projeto Estratégico de Gestão, enviou uma nota à Câmara, sobre um projeto técnico e a possibilidade de permuta para um novo estádio na cidade.

De acordo com a nota, assinada pelo secretário de programas e projetos estratégicos, Almir Mariano, a ideia é construir um novo estádio. A ideia, ainda de acordo com a nota, surgiu após debates e análises de diversas secretarias e representantes dos clubes mossoroenses Potiguar e Baraúnas.

Haverá uma consulta pública para que a população possa opinar. Posteriormente, o documento será enviado à Câmara Municipal de Mossoró para aprovação do edital de permuta para construção do estádio.

Ofício

Ao final da audiência, um ofício com demandas e sugestões feitas pelos participantes do debate, e com o objetivo para minimizar os impactos que a paralização do Estágio Nogueirão, será encaminhado para a Prefeitura de Mossoró.