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MPF apura situação do sistema prisional do RN

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou informações atualizadas sobre o sistema prisional do Rio Grande do Norte (RN) a diversos órgãos que atuam na temática de segurança pública e sistema penitenciário. Os ofícios foram expedidos nesta sexta-feira (17) pela Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR), órgão colegiado responsável pela coordenação, integração e revisão do exercício funcional dos procuradores da República na matéria. O objetivo é reunir dados e elementos que possam subsidiar a atuação do MPF.

No documento enviado ao Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o MPF solicita acesso ao último relatório de vistoria realizada pelo órgão, que aponta graves violações no sistema penitenciário no RN. Pede ainda o envio de outras informações consideradas relevantes para a compreensão da crise de segurança instalada no estado.

Também receberam ofícios do MPF o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e a Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública do Conselho Nacional do Ministério Público. Nos documentos, pede-se o compartilhamento de relatórios de visitas e dados de inspeções realizadas nos estabelecimentos prisionais do RN nos últimos três anos.

Atribuição – Os ofícios esclarecem que, no entendimento da 7CCR, é atribuição do Ministério Público Federal atuar no caso, sobretudo depois da decisão do Ministério da Justiça que autorizou o emprego da Força Nacional em apoio às forças de segurança do Estado do Rio Grande do Norte. Além disso, a atribuição federal decorre também da possível violação de tratados internacionais ratificados pelo Brasil e do repasse de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) ao estado.

Desde o início da onda de violência provocada por ataques criminosos na capital e em várias cidades do interior, procuradores da República que atuam no estado do RN acompanham a situação e participam de reuniões com os demais órgãos federais, estaduais e municipais – bem como com as forças policiais – para discutir a crise. Conforme noticiado nos últimos dias, a ação seria ordenada por presos organizados por uma facção criminosa, e que fazem exigências sobre as condições nos presídios.

Já tramita no MPF um procedimento a respeito da situação dos apenados no sistema prisional no Rio Grande do Norte. Na avaliação do órgão, é preciso aprofundar a análise das motivações diretas dos ataques, inclusive com apuração da relação com eventuais restrições de direitos dos custodiados. A 7CCR está em contato com os procuradores que atuam no estado para viabilizar a atuação integrada e efetiva da instituição, “objetivando a solução pacífica dos conflitos e a preservação da dignidade humana das pessoas privadas de liberdade”.

Fonte: MPF

 

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Relatório de órgão federal aponta maus tratos em presídios do Rio Grande do Norte, uma possível causa dos ataques terroristas

Uma reportagem do UOL revelou que um relatório de monitoramento do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), um órgão federal, indicou uma série de maus tratos aos presos na penitenciárias do Rio Grande do Norte.

Esta é tida como uma das possíveis causas dos atentados terroristas promovidos por facções criminosas iniciados na noite de segunda-feira.

O relatório indicou casos de tortura praticada por policiais penais; hiperlotação com casos de presídios ocupados pelo dobro da capacidade e casos de celas com uma vaga ocupada por dezenas de presos; distribuição de comida estragada com relatos de alimentos azedos e com cheiros nauseantes; saúde precária com presos convivendo com colegas acometidos por tuberculose e surtos de dermatites, com o estado deixando de fornecer kits de higiene.

A primeira vistoria foi realizada em 2017, após o massacra na Penitenciária de Alcaçuz, que resultou em 26 presos.

“Para nossa surpresa, o sistema está pior do que estava em 2017. Tudo é absolutamente absurdo. Fizemos alertas constantes sobre essas condições e fomos ignorados. A situação dos presos é um barril de pólvora”, disse ao UOL Bárbara Coloniese, perita do MNPCT que vistoriou os presídios do RN.

Na coletiva de ontem a governadora Fátima Bezerra (PT) falou sobre o assunto e disse que o caso será investigado. “Nosso Governo jamais compactuará com medidas de arbítrio e essas denúncias serão investigadas pelo próprio Governo. Nós temos feito um esforço grande aqui no sentido de avançar nos projetos de ressocialização na área de educação, na área de preparação para o trabalho no sistema prisional, inclusive é referência a nível nacional. Essas denúncias por parte da governadora o que será feito é uma investigação profunda para saber se isso procede”, garantiu.