Tag: Styvebsnon Valentim
Por Fernanda Vivas e Márcio Falcão
TV Globo
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (26) a abertura de um inquérito para apurar a conduta do senador Styvenson Valentim (Pode-RN).
Rosa Weber atendeu a um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão quer apurar se o senador cometeu crime contra a honra da deputada Joice Hasselmann (sem partido-SP) em declarações na internet.
Em julho, Joice Hasselmann acionou a Polícia Legislativa do Senado após apresentar fraturas no rosto e no corpo.
Em uma transmissão ao vivo em redes sociais, Styvenson comentou o assunto e teria afirmado: “Aquilo ali, das duas uma: ou duas de quinhentos [em um gesto, Styvenson leva as mãos à cabeça, fazendo chifres] ou uma carreira muito grande [inspira como se cheirasse droga]. Aí ficou doida e pronto… saiu batendo em casa”.
No último dia 13, a Polícia Civil do Distrito Federal concluiu que a deputada caiu, possivelmente em decorrência de efeitos de remédio para dormir.
Decisão
Na decisão em que autorizou a abertura do inquérito, Rosa Weber afirmou que há elementos mínimos que justificam a abertura de uma investigação para apurar se houve crime.
A ministra autorizou que o senador e a deputada prestem depoimentos sobre os fatos. O inquérito tem prazo inicial de 90 dias.
O pedido da PGR
No pedido de abertura de inquérito, o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros afirmou que é preciso verificar o contexto das declarações e se estão no contexto da imunidade parlamentar, ou seja, se as falas têm relação com o desempenho do mandato.
“A natureza dessas declarações implica, em tese, a prática de crime contra a honra, sendo necessária a elucidação do contexto de tais expressões para compreensão da sua ligação com o exercício do mandato e seu alcance pela imunidade material parlamentar”, afirmou.
O senador Styvenson Valentim (PODE) tem se mostrado um craque quando o assunto é gerar pautas negativas (desnecessárias) contra si.
No final de semana ele foi assunto nas redes sociais primeiro pelo post atrapalhado no Instagram em que deixou escapulir duas imagens com cenas de sexo oral.
Muita gente pudica se chocou com a história.
Deixando a histeria de ordem sexual de lado, o grave mesmo envolvendo o senador foi a acusação leviana de que os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) teriam participado do assalto que levou vacinas há uma semana.
Disse Styvenson em sua conta no Instagram:
Não bastava os profissionais da saúde fingindo que aplicava injeção pra ficar com ela… agora perderam a timidez e partiram pro assalto. Imagina quanto num tá valendo uma vacina dessa ? Agora pensa aí se num já tem comprador ? Produto escasso, que salva uma vida, em lugar fácil de entrar pra roubar. Falta mais nada agora as vacinas terão escolta armada ou ficaram em cofres de banco.
O comentário leviano foi alvo de repulsa do Sindsaúde que por meio de nota:
Somos profissionais de saúde da linha de frente, há mais de um ano damos nosso sangue, lágrimas e suor na luta incansável de promover saúde e conscientizar a população acerca da pandemia que nos assola e nos tira entes queridos de forma abrupta e profundamente dolorosa. Carregamos o peso de seguir atuando sob o risco de contaminação, de levar o vírus para familiares e ainda, sob um imenso desgaste físico e mental. Como se não bastasse, sofremos um violento assalto que nos pôs sob a mira de armas de fogo, agressão física e psicológica que deixou profundas marcas emocionais em cada uma e em cada um. Não é admissível que esta grande violência seja estendida ainda mais, agora para a esfera virtual, gerando suspeitas e novos riscos de mais violência.
A entidade exige uma retratação do senador que além do constrangimento poderá ganhar um processo nas costas.