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Vitória de Canindé Maia é marcada pelo estilo conciliador

Eleições - Kallio e Canindé

A notícia todos já sabem. Canindé Maia venceu a eleição para presidente da sub-seccional de Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A conquista começou a ser construída há mais de um ano quando o causídico/contador começou a se articular nos bastidores.

Bom de conversa, conciliador e atencioso… Canindé Maia tem tudo para manter o clima de calmaria na outrora incendiária (do ponto de vista negativo) OAB/Mossoró. Ainda vou fazer uma análise sobre a gestão de Aldo Fernandes que na minha opinião pacificou a entidade que passou por três eleições, a meu ver, traumáticas.

Canindé teve um grande adversário. Denis Tavares é professor da UERN e um quadro qualificado que foi para o sacrifício em nome de um grupo de insatisfeitos.

A classe dos advogados de Mossoró vive um novo momento. Os dois principais grupos se uniram e como consequência surgiu uma nova via formada com integrantes insatisfeitos do antigo grupo majoritário.

Não foi por acaso que Canindé teve 486 votos contra 261 de Denys Tavares. Uma maioria 225 sufrágios. Para se ter ideia, Aldo Fernandes teve pouco menos de 20 votos na disputa anterior.

Quadro da votação

Votantes: 759
Chapa 10 – 486
Chapa 20 – 261
Nulos: 06
Brancos: 06
Diferença 225

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Jório adota postura de magistrado

“Sou aliado e não alienado”. É o mantra do presidente da Câmara Municipal Jório Nogueira (PSD).  No meio da polêmica em torno da votação prematura da antecipação dos royalties da Petrobras ele deu uma aula de como conduzir uma sessão polêmica.

Fez uma proposta intermediária para que fosse realizada uma audiência pública hoje e a votação da antecipação dos royalties em sessão extraordinária amanhã. A bancada governista rejeitou. A oposição aceitou.

Seguiu o regimento e deu sequência aos trabalhos. Sem arroubos deixou a oposição falar à vontade dando o direito à minoria de protestar.

Hoje ele teve uma postura de magistrado. Estadista ele será no dia que mantiver uma sessão até o final quando está em jogo um projeto que contraria os interesses dele. No primeiro teste ele não passou quando estava em jogo a criação da Fundação Aldenor Nogueira.

Mas ontem Jório esteve de parabéns.

Para a bancada governista a postura de magistrado foi mais uma “tirada de braço da seringa”. “Ele abandou a bancada”, resmungou um governista ao Blog do Barreto.

Como na vida, a política é feita de escolhas. Jório preferiu conduzir a sessão de uma forma decente e assim fez.

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ABC rebaixado por culpa da diretoria

O coração do torcedor alvinegro está sofrido. O ABC está matematicamente rebaixado ao inferno da Série C. A dor é maior porque isso acontece em pleno ano do centenário. Culpados? Todos que integram a diretoria do clube que deveria fazer uma renúncia coletiva assim que terminar o Campeonato Brasileiro.

Esperar o que de um clube que trocou seis vezes de técnico ao longo da temporada sendo que o primeiro deles foi demitido com o time estando invicto?

Ir para a Série C não é garantia de retorno. O Campeonato está cada dia mais difícil. Esse ano nenhum clube nordestino subiu para a Série B. O ano de 2016 não será fácil para os alvinegros.

Nota triste para algumas pessoas de Mossoró que comemoraram a queda do ABC pelo simples fato de ser um time de Natal. Não sabem o prejuízo que isso traz para o futebol potiguar que perde vagas na Copa do Brasil e fica mais enfraquecido. Lamentável.

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“Fritadora” de vices sente gostinho de ser interina

Hoje a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) é vice-prefeita. Aliás prefeita em exercício de Natal. O destino político pregou uma peça com a socialista que sempre se irritou com quem assumiu o posto dela querendo mostrar serviço.

Wilma comandou o executivo cinco vezes. Em quatro delas teve problemas com seus vices.

Historiar é preciso.

Quando foi eleita prefeita de Natal em 1988, o vice dela era Ney Lopes de Souza (PFL). Não demorou muito para que eles se estranhassem e antes da metade do mandato, Ney já estava eleito deputado federal e de mudança para Brasília.

Quando foi eleita em 1996, Wilma tinha como parceiro de chapa Marcílio Carrilho que terminou descartado por ela.

Por ironia o único vice de Wilma que não lhe causou problemas foi justamente o mais explosivo deles: Carlos Eduardo, atual prefeito de Natal. Não se tratou de uma afinidade, mas de necessidade. De olho no Governo do Estado ela usou com eficiência o atual pedetista que lhe deu suporte nas eleições de 2002.

No Governo, ela passou o primeiro mandato à turras com Antonio Jácome que terminou trocando o PSB pelo PMN em 2005 e voltou a Assembleia Legislativa no ano seguinte.

Com Iberê Ferreira houve até um bom relacionamento, mas ele passou quatro anos sem saber se seria realmente o candidato wilmista ao Governo do Estado em 2010. A socialista também estimulava as postulações de Carlos Eduardo, Robinson Faria e João Maia. No fim predominou o peso da caneta: Wilma não abriu mão da força de Iberê que estaria com a caneta na época em que ela tentaria se tornar senadora.

Agora Wilma está de passagem pelo poder. Logo no primeiro dia ela teve agenda de quem quer mostrar serviço, coisa que seus vices lhe tiravam a paciência no cada vez mais distante passado.

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Tanta bobagem por uma mera frase

O ENEM esse ano foi marcado pela “polêmica” questão em que se utiliza pela frase de Simone de Beauvoir  “Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher”.

Alguns idiotas foram para as redes sociais dizer que é o PT querendo colocar “minhoca” na cabeça dos jovens. Outros vieram com a obviedade biológica de que a pessoa nasce homem e mulher.

Tanto tempo perdido com uma questão fácil cuja frase foi meramente alegórica. A “polêmica” é fruto de uma mistura de preconceito com falta de conceito de quem não tem leitura ou ao menos capacidade de interpretar um texto.

Resumo a frase de Simone de Beauvoir com um aprendizado que tive numa das cadeiras que paguei no mestrado com o professor português Fernando Bessa: “a sexualidade é uma construção social”.

Tudo o que somos é uma escolha nossa. Sofremos influências, mas somos nós os responsáveis pelos nossos atos.

Assim como ninguém nasce mulher. Torna-se mulher. Ninguém nasce imbecil. Torna-se imbecil.

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Um anão que cresce a cada derrota para o gigante

No intricado jogo político de Mossoró, a bancada da oposição ao prefeito Francisco José Junior (PSD) é como um anão inteligente que reconhece suas limitações físicas (neste caso a incapacidade numérica de vencer uma votação) e é capaz de transformá-las em superação.

A oposição tem conseguido tirar proveito de cada situação polêmica e convertido isso em ações que lhe rendam dividendos políticos. Veja o caso da antecipação dos royalties da Petrobras.

Enquanto o governismo não se explica, a oposição detona a proposta e utiliza as redes sociais de forma magistral com postagens de vídeos explicando as consequências negativas da iniciativa.

Em um vídeo, Francisco Carlos (PV) afirma que a iniciativa vai tirar uma das principais receitas do município por anos.

Em outro vídeo, Lairinho Rosado (PSB) clama pela participação da sociedade para convencer o prefeito a mudar de ideia e cita as cidades de Natal e Assu como exemplos municípios que estão sobrevivendo em meio a crise.

Enquanto isso, a bancada governista é o gigante desengonçado que tem muita força e vence sempre a qualquer custo, mas por onde passa deixa cacos difíceis de serem juntados.

Num parlamento não adianta apenas ter a força para vencer no voto. É preciso ter capacidade para dar satisfação ao povo.

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Chamem a “Mão Branca”

Dentro os jornais antigos que pesquiso para minha dissertação de mestrado, encontro fatos curiosos que aos poucos vou trazendo à tona neste Blog do Barreto. Hoje pela manhã um assunto me chamou a atenção em meio as confusões entre Rosados, Maias e Alves: a violência que começava a tomar conta da cidade já no comecinho dos anos 1980.

Numa das manchetes de O Mossoroense de junho de 1980 um fato me provocou reflexão: a notícia sobre uma possível vinda do grupo de extermínio “Mão Branca” liderado por policiais de Campina Grande (PB). A mera possibilidade causou pânico entre os bandidos conforme as publicações da época.

Numa das edições O Mossoroense chegou a publicar a lista dos bandidos mossoroenses marcados para morrer nas mãos dos policiais “justiceiros”.

O curioso é que a noticia meramente especulativa assustou os bandidos da época segundo O Mossoroense. A bandidagem preferiu se esconder com medo.

Claro que não é o caso de se chamar policiais para fazerem justiça com as próprias mãos, mas o cumprimento das leis e um Código Penal rígido e com previsão da obrigatoriedade do trabalho para os apenados teria um efeito semelhante ao da “Mão Branca” nos bandidos de hoje.

Aliado a isso, teríamos que ter um trabalho sério de educação, esporte e lazer. Nossa sociedade pode ser bem melhor.

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Separação dos processos de Mossoró indica solução para os problemas de Rosalba na Justiça Eleitoral

Era 18 de setembro, uma sexta-feira como hoje. Sou alertado por um leitor que todos os 12 processos de Mossoró serão julgados de uma única vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Checo e informo ao leitor que nada consta na pauta. Ele insiste e me manda um link do Diário da Justiça Eletrônica. Para minha surpresa estava lá a pauta 77 exclusiva com os 12 processos sendo que dois interessam diretamente a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) que está com os direitos políticos cassados.

A informação confirma os planos da ministra relatora do “caso Mossoró”, Maria Thereza Rocha de Assis Moura, que sugerira meses antes, em uma votação, fazer uma sessão exclusiva para analisar os processos da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.

Curiosamente só foram separados da pauta os dois processos que interessam a ex-governadora Rosalba Ciarlini que tem ido constantemente à Brasília e já ouviu declarações públicas de garantia dos apoios do ministro Henrique Alves (PMDB) e do senador José Agripino (DEM).

É preciso, claro, fazer a ressalva de que o caso de Rosalba é bem menos complicado que o da prefeita cassada Cláudia Regina (DEM). Mas é justamente esse aspecto que demonstra que a situação da ex-governadora caminha para um desfecho diferente do da contestada vencedora do pleito de 2012.

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Uma decisão previsível acabou com a greve da UERN

Estava na cara que o desembargador Cornélio Alves iria determinar o encerramento da greve. Não que a luta dos professores seja injusta. Pelo contrário. É mais do que justa.

O problema é a necessidade de o movimento terminar, o argumento técnico do Governo do Estado e o principal: o magistrado deu prazo até terça-feira (ontem) para os professores voltarem por decisão própria. Estava claro que o magistrado iria decretar a ilegalidade do movimento.

Agora a Associação dos Docentes da UERN decide se acata a decisão. Tudo pode acontecer.

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Um outro olhar sobre a crise entre Robinson e Rosalba

No site “O Potiguar” o cientista político Daniel Menezes traz uma interpretação um pouco diferente da nossa a respeito do que motivou a entrega do cargos da senadora Fátima Bezerra realizada hoje. Na visão do natalense tudo passa por uma crise interna no PT. A meu ver a minha análise e a de Daniel se complementam.

“A insatisfação vivenciada pelo grupo da senadora Fátima Bezerra só pode ser entendido, se as entrelinhas forem levadas em consideração. Os representantes do seu grupo alegaram que entregaram a pasta da Cultura, através de Rodrigo Bico.

Mas esse não é o elemento fundamental. A pergunta que deve ser feita é: das seis secretarias, espaço ímpar do Partido dos Trabalhadores numa administração estadual, Fátima Bezerra só indicou apenas um membro de primeiro escalão? Com sua movimentação e entrega dos cargos, a senadora externou uma repartição desigual que só pode ser resolvida dentro da agremiação.

O descontentamento é, sobretudo, interno. Fátima é a principal liderança do partido no Rio Grande do Norte. No entanto, ficou a mercê da maioria que Mineiro tem na burocracia interna do PT. Do ponto de vista do controle de orçamento o desequilíbrio é ainda mais gritante.

O que acontece, nesse sentido, é o seguinte: Fátima Bezerra avaliza a aliança com o PSD, mas Mineiro e outras correntes menores da agremiação se apossam dos espaços da gestão e a senadora fica só com a Cultura. Além de possíveis queixas, foi o efetivamente evidenciado”.

Fonte: http://blogdobarreto.com.br/wp-admin/post-new.php