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Confira quem são os nove potiguares presos por participar de golpe fracassado

Saiu a lista dos quase 1.400 presos envolvidos no golpe de estado fracassado no dia 8 de janeiro. Assim é possível saber quem são os nove potiguares flagrados na intentona na praça dos três poderes.

A liberação dos nomes pelo Sistema Penitenciário do Distrito Federal cumpre decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.

Parte dos potiguares (5) foram liberados com tornozeleira eletrônica. Ao todo são sete homens e duas mulheres.

Seguem presos no Centro de Detenção Provisória II

Antonio Fidelis da Silva Filho: 45 anos

Cleodon Oliveira Costa: 60 anos

Daywydy da Silva Firmino: 30 anos

Maxwell Guedes de Araujo: 43 anos

Libertados com tornozeleira eletrônica:

Bruno Soares Cassemiro: 35 anos

Francisca Ivani Gomes: 36 anos

Francisco Oliveira Germano: 49 anos

Jane Kel Pinheiro Borges: 53 anos

Thiago de Lima Pinheiro: 37 anos

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 18 jan 2023 – As lamúrias dos golpistas na prisão

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Repúdio da boca para fora dos políticos potiguares que estimularam os golpistas

Logo que a tentativa de golpe de estado fracassada chocou a parte sensata do país com as imagens de vandalismo na Praça dos Três Poderes políticos bolsonaristas correram para as redes sociais para condenar os atos.

Mas, sempre tem um “mas”, os políticos da direita potiguar logo encontraram formas de se realinhar com a tropa golpista.

Seja manifestando preocupação com os direitos humanos dos golpistas presos, seja se posicionando contra a intervenção federal no DF ou até mesmo contemporizando os atos terroristas com falsas simetrias com a esquerda.

Mas que fique claro: os políticos que serão citados a seguir ajudaram a incentivar o sentimento golpista a ponto de potiguares irem a Brasília participar do movimento, acamparem em portas de quarteis pedindo golpes e até ensaiarem organizando caravana para ir a Brasília no último domingo.

General Girão (PL) é o golpista mais entusiasmado. Desde que entrou na política ele se posiciona com um discurso extremista. Foi o único a ir ao 16 RI de Natal discursar. Chegou a prometer um “Papai Noel camuflado” na semana do Natal.

O senador Styvenson Valentim (Podemos) chegou a defender que as pessoas têm o direito de pedir a aplicação do artigo142 da Constituição Federal, cuja interpretação falaciosa do bolsonarismo permitiria uma intervenção militar. Frise-se que em nenhum trecho da constituição concede as forças armadas o status de tutoras do Estado Brasileiro.

Outro, este mais sutil, que ajudou a incendiar o sentimento golpista foi o senador eleito Rogério Marinho (PL) que sempre minimizou as falas absurdas de Jair Bolsonaro (PL) alegando que o e agora ex-presidente diz “verdades incomodas”.

Não adianta fingir. Cada um dos três a seu modo demonstrou simpatia com os golpistas e desapreço a democracia.

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O golpismo bolsonarista não chegaria a esse ponto sem tantos cúmplices

A escalada golpista do bolsonarismo não começou ontem. Tem início em maio de 2019 quando sem qualquer motivo os apoiadores do então presidente foram as ruas pedir intervenção militar, fechamento do Congresso Nacional e do STF.

Depois disso a escalada não parou.

Foram vários movimentos sempre com Jair Bolsonaro (PL) dobrando a aposta e incentivando os seus apoiadores a agirem contra as instituições. Os dois últimos 7 de setembros foram assustadores para quem tem compromisso com o estado democrático de direito.

Enquanto bradava ataques as urnas eletrônicas, judiciário e parlamento, Bolsonaro ia aparelhando as instituições. Deu uma série de benesses aos militares, incentivou a agitação política nos quartéis das polícias militares e escolheu a dedo um procurador-geral da República que funcionasse como seu advogado de defesa.

A omissão de Aras deixou que aliados radicais de Bolsonaro na imprensa e na política estimulassem o golpismo nas redes sociais.

Quando se viu em risco de impeachment, por todas as insanidades que praticou na pandemia, instalou o orçamento secreto e o esquema do tratoraço na Codevasf, para amansar o parlamento.

Assim Bolsonaro reuniu em torno de si cúmplices em sua escalada golpista. Usou como pôde os militares para questionar as urnas e quando perdeu a eleição no dia 30 de outubro contou com a ajuda de empresários e a omissão das forças armadas para espalhar golpistas nas portas dos quarteis Brasil adentro.

Enquanto pediam golpe, um crime previsto em lei, os golpistas eram tratados com todo respeito e consideração pelos militares. Na outra ponta, Bolsonaro estimulava o golpismo com o silêncio ou declarações dúbias. Os golpistas sempre contaram com a cumplicidade dos fardados.

As polícias militares em vez de agir com rigor, ofereciam proteção. O procurador-geral da República Augusto Aras vedava os olhos, se omitindo. A inação marcou todo processo de transição.

Sem ser incomodado, Bolsonaro deixou o país rumo aos Estados Unidos usando avião da FAB sem qualquer justificativa. Curtiu de longe a escalada golpista e só condenou a depredação na Praça dos Três Poderes porque se viu ameaçado de extradição. Ainda assim o fez com argumentos falaciosos.

Outro cúmplice do bolsonarismo foi o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha. Além de colocar um efetivo pequeno para conter os golpistas, escalou policiais omissos que deixaram os golpistas passarem com facilidade no rumo dos atos terroristas.

Foi necessária uma intervenção federal na segurança do DF e hoje o ministro do STF Alexandre de Moraes afastou Ibaneis do cargo.

A conta não para por aí.

Houve também o discurso que minimizava as intenções dos golpistas. A covardia da mídia do mercado financeiro que não chamava os golpistas pelo que realmente são. Os “isentões” nas redes sociais que tratavam os crimes como “manifestações legítimas” num cinismo grotesco. Esses posicionamentos legitimadores dos golpistas colaboraram para o caldo de cultura que levou a democracia brasileira à beira do precipício na tarde de ontem.

Ainda há os que atacaram o ministro Alexandre de Moraes por tentar conter a escalada golpista e as fake News que fundamentaram as teses contra a democracia brasileira. Esses também são cúmplices.

O brasileiro só aprende lições da pior forma possível. Espero que agora entendam que a democracia do país está em risco e que os golpistas não começaram a cometer crimes ontem. Os atos criminosos vêm de antes e a punição tem de ser rigorosa seguindo o devido processo legal.

O golpismo não ameaçaria o país sem tantos cúmplices ao longo dos últimos anos. São militares, empresários, cúpula do Ministério Público e políticos radicais que incentivam o caos em suas redes sociais.

Nem todos serão punidos pela lei, mas moralmente já estão derrotados.