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MPRN e Defensoria ajuizaram ação por contratação direta para Hospital de Campanha

Hospital de Campanha de Natal possui leitos clínicos e críticos – Foto: Magnus Nascimento

De acordo com postagem no site do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), em ação civil pública conjunta ajuizada pelo MPRN e a Defensoria Pública do Estado (DPE/RN),a Justiça Estadual determinou que o Município de Natal efetue, em caráter de urgência, a contratação direta dos profissionais necessários à abertura de todos os 100 leitos clínicos e 20 leitos de UTI do Hospital Municipal de Campanha.

Segundo o site, “a decisão destaca que o Município contratou diretamente ‘somente os profissionais necessários à abertura dos primeiros leitos hospitalares, passando a deflagrar novos processos seletivos para as demais contratações’”.

A publicação afirma ainda que, apesar de haver decisão anterior, determinando a contratação de todos os profissionais necessários ao pleno funcionamento dos leitos, a equipe multiprofissional do Hospital de Campanha ainda não foi integralmente composta.

“A decisão aponta uma série de medidas a serem tomadas pelo Município de Natal para garantir a celeridade na contratação, como a realização de chamamento direto de profissionais utilizando-se dos cadastros fornecidos por Conselhos de Classe (Coren); parceria com as escolas de formação profissional (enfermagem); parceria com as universidades que possuem cursos; publicação de anúncios e convocações em jornais de grande circulação, além de rádios e blogs; utilização de carros de anúncios em Natal, Região Metropolitana e cidades do interior; entre outras”, afirma o MPRN.

Através da assessoria de comunicação, o MPRN afirmou que a ação foi proposta em maio. A Justiça deferiu a contratação direta e o Hospital de Campanha contratou e abriu. “Porém, o que pedimos agora, em junho, foi que acelere a contratação para as equipes ficarem todas completas. Não faltar nenhum profissional nas equipes. RH completo”, ressaltou.

Secretário de Saúde diz que contratação foi finalizada

O secretário de Saúde de Natal afirma que em termos de quantidade de pessoal a contratação já foi concluída. Segundo ele, o Município atuou de duas formas. A primeira foi a realização de um processo seletivo simplificado, que não surtiu o efeito esperado porque o número de profissionais não foi suficiente para atender a demanda. “Primeiro porque o Hospital de Campanha é um hospital muito grande, segundo porque, na nossa rede, que são cinco UPAs e mais um Hospital Municipal e duas maternidades, além das unidades de atenção primária, que dentre das 60 unidades que nós temos, dez nós colocamos em horário estendido que elas servem como um braço das UPAs; então, essas unidades todas começaram a ter problemas por falta de pessoal, muitos atestados médicos, principalmente”, afirma.

“Nós conseguimos através de uma ação com o Ministério Público, que essa contratação pudesse ser por duas vias. A via do Processo Seletivo Simplificado e uma via de contratação direta. Então, foi graças a essa segunda alternativa que nós conseguimos colocar o hospital de Campanha hoje com 100% da sua capacidade operacional atendendo à população. De modo que hoje nós temos os 120 leito todos sendo utilizados. Os 100 leitos de internação, que apesar de ser uma internação clínica, mas ele funciona com uma Unidade de Cuidados Intermediários, porque tem todos os equipamentos de ventilação mecânica, e os 20 leitos de UTI. Então, isso foi o que permitiu, essa segunda opção de contratação que foi com o aval do Ministério Público, junto com a Justiça Federal e Estadual”, disse George Antunes.

Dados do RegulaRN informam que o Hospital de Campanha de Natal possui 23 leitos, sendo 19 de UTI, dos quais 14 estavam ocupados no início desta terça-feira, 16, e cinco estavam bloqueados (por razões coo falta de RH e manutenção), e cinco de UCI, dos quais um estava ocupado e o outros três bloqueados.

Rede de gases

Segundo o secretário de Saúde, a preocupação em relação ao Hospital de Campanha é com relação à rede de gases medicinais. Ele explica que a usina que foi colocada no local tem uma capacidade muito pequena para a dimensão da unidade e a quantidade de respiradores.

Para solucionar o problema, o secretário afirma que o Município contratou outra empresa para colocar mais cilindros de oxigênio para aumentar a capacidade de resposta da usina.

E uma empresa que disponibiliza tanques de oxigênio para unidades de grande porte foi contratada para resolver a situação em definitivo. A previsão é que os tanques cheguem ainda hoje.

Distanciamento social

O secretário de Saúde de Natal alerta que os esforços que os gestores estão fazendo podem ser prejudicado se não houver endurecimento das medidas de isolamento e se a população não colaborar.

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Conselheiro do TCE questiona hospital de campanha

Gilberto Jales abre diligências sobre hospital de campanha (Foto: Jorge Filho)

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN) determinou diligência para saber quais providências o Governo do Estado vai adotar quanto à contratação emergencial para implantação e gestão de um hospital de campanha para pacientes com Covid-19. A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) deve informar e comprovar, no prazo de cinco dias, a decisão oficial acerca da continuidade ou desistência do projeto inicial de montar a estrutura no estádio Arena das Dunas.

Em seu despacho, o conselheiro Gilberto Jales, relator do processo, justifica a necessidade de que sejam esclarecidas questões apontadas no Relatório de Acompanhamento (informação técnica resultante da atuação concomitante do controle externo na fiscalização da referida contratação emergencial do governo). A peça foi produzida por uma comissão intersetorial do TCE – Diretoria de Administração Direta (DAD) e Inspetoria de Controle Externo (ICE) – que integra o grupo de acompanhamento criado especificamente para auditar as despesas relacionadas ao enfrentamento da pandemia de coronavírus.

Apesar de anunciada na imprensa a desistência da instalação do hospital na Arena das Dunas, os auditores observam que não foi constatada a revogação do chamamento público por ato formal. Além disso, justificam que os encaminhamentos resultantes da ação fiscalizatória poderão repercutir para além daquela contratação, com caráter pedagógico e orientativo, para outras medidas a serem adotadas nas ações voltadas para o enfrentamento da emergência da saúde pública provocada pela Covid-19.

Caso prossigam com a contratação emergencial, a Sesap e o Governo Estadual devem apresentar esclarecimentos suscitados no Relatório de Acompanhamento. Um deles é comprovar que existe a necessidade da contratação de profissionais para gerenciamento do hospital de campanha, demonstrando que o quadro atual, somando-se às contratações temporárias em andamento, não são suficientes para cumprir essa função.

Ainda sobre contratação de pessoal, os auditores questionam se os profissionais que serão contratados em regime temporário, ou qualquer outro servidor público empregado no serviço do hospital de campanha, serão alocados em caráter adicional aos 633 já previstos no termo de referência e já custeados pelos recursos financeiros repassados pelo governo. Também querem esclarecimentos sobre os mecanismos de controle e como se daria o abatimento nos valores repassados à empresa contratada, no caso de haver cessão de servidores públicos, para eventualmente substituir aqueles previstos no contrato.

Outro ponto levantado diz respeito ao modelo de contratação que se pretende estabelecer, caso a melhor proposta, total ou parcial, venha a ser apresentada por pessoa jurídica não qualificada como passível de firmar contrato de gestão. O novo edital de chamamento público ampliou a possibilidade de participação para outras sociedades empresariais hospitalares, que não necessariamente enquadram-se na condição de Organização Social ou instituição filantrópica.

Os projetos de arquitetura para a concepção do Hospital de Campanha também devem ser enviados ao Tribunal de Contas, de acordo com o despacho. O governo deve prestar os esclarecimentos acerca das providências que foram tomadas para viabilizar a montagem da estrutura do hospital, informando se já existe procedimento administrativo que aborde a contratação desses serviços e em que fase se encontra.

O conselheiro Gilberto Jales determinou ainda a intimação da Controladoria Geral e do Governo do Estado, através dos seus titulares, para ciência das constatações pontuadas no Relatório de Acompanhamento, especialmente no que diz respeito à adoção de meios para conferir maior transparência e publicidade no que se refere aos valores orçamentários e à execução de despesas relacionadas especificamente ao enfrentamento da pandemia.

Outros locais

A persistir a necessidade de instalação de um hospital de campanha, o conselheiro destaca em seu despacho a necessidade de o governo observar os apontamentos dos auditores em relação à utilização das estruturas já disponíveis ao Estado.  A sugestão, que partiu do Conselho Estadual de Saúde (CES/RN), seria compartilhar o espaço do Hotel Parque da Costeira, onde a Prefeitura de Natal está instalando seu próprio hospital de campanha, ou utilizar o Centro de Convenções, cujo prédio apresenta uma estrutura mínima de funcionamento (instalações elétricas, hidráulicas), além de estar situado próximo ao Hospital de Campanha da Prefeitura.

Além do contrato do Governo do Estado, o grupo de acompanhamento designado pelo Tribunal de Contas também está avaliando o processo de implantação do hospital de campanha do Município de Natal e outras contratações no Estado.

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Checagem de fatos: Governo de SP gastou mesmo apenas R$ 8 milhões para fazer hospital de campanha?

Hospital de Campanha do Pacaembu custa bem mais que R$ 8 milhões (Foto: UOL)

Desde que se noticiou o custo de R$ 37 milhões para o hospital de campanha para as vítimas do covid-19 a ser instalado no estádio Arena das Dunas que pipocaram memes e “artes” comparando os custos da obra do Governo do RN com os custos de serviço em São Paulo, Estado mais rico e populoso do país.

O material apócrifo afirma que o hospital lá em São Paulo custa apenas R$ 8 milhões.

Após várias provocações dos nossos leitores bolsonaristas, fomos checar os fatos.

Na verdade, o Hospital de Campanha instalado no Pacaembu tem custo mais alto que os estimado nos memes.

Os R$ 8,2 milhões citados, na verdade foram um adiantamento para empresa Progen implantar as estruturas físicas nos complexos do Anhembi e Pacaembu. (ver o quinto parágrafo da reportagem AQUI e documento abaixo).

O contrato assinado é com valor total de R$ 35 milhões (ver documento abaixo) apenas para montar, repito, montar os complexos do Pacaembu (200 leitos) e Anhembi (1.800 leitos). Não é para o serviço total que inclui outras demandas.

Outro ponto ignorado pelo meme que se popularizou na Internet é que o Governo do Estado de São Paulo destinou R$ 50 milhões para a implantação de unidades de terapia intensiva no hospital a ser instalado no Pacaembu. (Confira no terceiro parágrafo da matéria AQUI).

Os serviços fornecidos pela Progen em São Paulo estão marcados com “x”

O poder público de São Paulo está contratando o Hospital Albert Einstein por R$ 20 milhões (valor estimado) para fornecimento de profissionais, equipamentos e insumos. Isso apenas para os 200 leitos (192 de enfermaria e 8 de estabilização) Pacaembu. Clique AQUI e veja a proposta do Pacaembu.

Na Arena das Dunas são 53 leitos de UTI, 45 de retaguarda e dois de isolamento.

Tabela dos serviços do Albert Einstein apenas para os leitos do Pacaembu

Em síntese: não procede que São Paulo gastou apenas R$ 8 milhões para fazer hospital de campanha com 2 mil leitos. O número de leitos lá é superior aos do Rio Grande do Norte e os valores também. Além disso, os serviços propostos possuem perfis diferentes. Os contratos no maior Estado do país são para quatro meses e no RN para seis meses.

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MP investiga favorecimento em licitação para hospital de campanha de Natal

Arena das Dunas | LinkedIn
Hospital de Campanha tem custo previsto de R$ 37 milhões (Foto: Web/Autor não identificado)

O Blog do Dina trouxe em primeira mão a informação de que o Ministério Público está investigando um possível favorecimento a uma organização social para a gestão do hospital de campanha a ser instalado na Arena das Dunas para atender vítimas do novo coronavírus.

A obra é de R$ 37 milhões. O valor tem sido alvo de vários questionamentos nas redes sociais por ser considerado exorbitante.

Os promotores consultados pela reportagem consideram muito curto o tempo entre a publicação do edital realizada ontem e o resultado do certame previsto para hoje.

“Chama também a atenção do promotores a falta de publicidade em torno das razões técnicas, ou seja, que a Secretaria Estadual de Saúde não justificou a viabilidade técnica de um hospital de campanha, tampouco explicou por que não se amplia a rede existente”, diz a reportagem.

Outro lado

Por meio de nota, o Governo do Estado negou qualquer irregularidade.

Confira a explicação:

NOTA – GOVERNO DO ESTADO

 

COVID-19

HOSPITAL DE CAMPANHA AMPLIARÁ LEITOS NA CAPITAL E REGIÃO METROPOLITANA

 

Sobre o contrato para gestão de um hospital de campanha, a ser erguido na Arena das Dunas, o Governo do Rio Grande do Norte tem a esclarecer que:

A estrutura, que ampliará de forma substancial o número de leitos na capital para fins de Covid-19, faz parte do Plano de Contingência elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e atende a uma lógica de evolução da epidemia.

As ações em curso, via Plano de Contingência, se concentraram prioritariamente em expandir novos leitos em prédios hospitalares próprios do estado. No entanto, essas estruturas foram consideradas insuficientes para atender a demanda de curtíssimo prazo que as projeções apontam. Daí a necessidade de agregarmos novos leitos.

 

Nesse contexto se insere o hospital de campanha.

O Governo tem atuado em Natal, região metropolitana, Mossoró e demais cidades do interior para ampliar a assistência aos potiguares acometidos pela pandemia, que é de preocupação internacional. No caso da capital e entorno, área mais populosa do estado, resolveu encaminhar uma chamada de preço para contratação de entidade filantrópica ou organização social que possa fazer o gerenciamento da estrutura, a ser erguida no estádio Arena das Dunas, equipando-a e disponibilizando mais leitos para assistência da população.

O contrato, quando firmado, será por tempo determinado, de no máximo 180 dias, e o valor previsto tem como base pesquisa de preço elaborada por profissionais da área capacitados para este tipo de atividade.

O Governo do Estado optou por esta modalidade, a exemplo de todos os estados do país, uma vez que não há equipamentos, insumos ou mão de obra disponíveis para suprir a demanda premente. A que dispomos, como dito antes, é absolutamente insuficiente.

O Governo do Estado reafirma o compromisso de seriedade, honestidade e transparência, marcas desta gestão, e comunica que convidará os órgãos de controle – Ministérios Públicos Estadual e Federal e Tribunal de Contas do Estado – para participarem e acompanharem as ações que visam o atendimento à população em tempos de pandemia.