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Advogado protocola pedido de impeachment de Fátima Bezerra e explica ao Blog razões para iniciativa

Fátima Bezerra é alvo de pedido de impeachment (Foto: Elisa Elsie)

O advogado Rilyonaldo Jaerdson Ferreira Marques protocolou o pedido de impeachment da governadora Fátima Bezerra (PT) na manhã desta terça-feira, 19 de maio.

O pedido se estende ao secretário estadual de saúde pública Cipriano Maia e ao vice-governador Antenor Roberto (PC do B).

Em conversa com o Blog do Barreto, Rilyonaldo alega que a chefe do executivo estadual cometeu crime de responsabilidade ao descumprir decisão judicial que obrigava o pagamento do retroativo de 121% que os servidores do Detran têm direito. Ele explica também que a petista também cometeu crime de responsabilidade ao não publicar os atos com os gastos do dinheiro que está vindo do Governo Federal para o combate ao covid-19 e não cumprir o edital de convocação de servidores, serviços e contratos.

O causídico ainda alega que Fátima praticou falsidade ideológica ao estimar 11 mil mortes por covid-19 no dia 15 de maio sendo que naquela data foram registrados 122 óbitos.

“Estou agindo com base no amparo da lei. A gente faz o juramento para isso e não compactuamos com isso. Como o nosso parlamento é corrompido caberia aos deputados fazer isso, mas como cidadão a lei me ampara para fazer o pedido”, explica ao Blog.

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Melhor que assassinato

Por Hélio Schwartsman

Quando Benjamin Franklin defendeu que os EUA incorporassem o impeachment em sua Constituição, disse que esse instituto era uma maneira melhor que o assassinato de remover líderes detestáveis (“obnoxious”).

Do final do século 18 para cá, a Câmara aprovou acusações de impeachment contra dois presidentes (Andrew Johnson e Bill Clinton), que depois foram absolvidos pelo Senado, e assassinos mataram quatro (Lincoln, Garfield, McKinley e Kennedy) —outros seis escaparam com vida de atentados. Ainda que os americanos exibam indisfarçada preferência pelo assassinato, o impeachment parece mesmo uma alternativa mais civilizada.

Daí não decorre que a tentativa de cassar o mandato de Donald Trump seja um caminho sem riscos. Os americanos não recorrem tanto ao impeachment de presidentes porque na prática é difícil afastá-los. Conseguir o indiciamento na Câmara até que é factível, já que basta a maioria simples dos deputados. Mas, para que o acusado seja condenado e perca o cargo, é preciso obter o voto de 2/3 do total de senadores. Hoje, Trump escaparia: os republicanos têm 53 das 100 cadeiras senatoriais.

Um cenário provável, portanto, é que Trump perca na Câmara, mas vença no Senado, o que poderia até beneficiá-lo eleitoralmente no pleito de 2020. O resultado líquido, como, aliás, já previra Alexander Hamilton, outro “founding father”, é que a simples tentativa de impedir um presidente aumenta a polarização da sociedade —o que nunca é bom para o lado que defende posições mais moderadas.

Em Nova York, mulher mostra bandeira dos EUA em protesto pelo impeachment de Donald Trump – Lucas Jackson/Reuters

Os democratas dizem estar cientes do risco e que deflagraram o impeachment não por interesse eleitoral, mas para preservar o país dos abusos de poder a que vem sendo submetido por Trump. Você pode ou não acreditar nisso, mas é forçoso reconhecer que votos, no Senado ou nas urnas, são um meio melhor do que tiros para afastar um líder que se tornou detestável.

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Governo ruim se tira no voto

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Garibaldi é hostilizado em Natal

Ao chegar a uma escola em Natal o senador Garibaldi Filho (PMDB), que votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, foi hostilizado por manifestantes.

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O impeachment de Dilma

https://www.youtube.com/watch?v=Xa8TDgX7N_o&feature=youtu.be

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Queda de Dilma é um manual de como um governante não deve fazer para seguir no poder

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Dilma Rousseff não é mais presidente do Brasil. A primeira mulher a chegar ao mais alto posto da nossa república não resistiu ao sexto ano de mandato por pura inabilidade política.

Ela se preocupou no segundo mandato em fazer a agenda da mídia e dos mercados. Adotou medidas impopulares, trouxe um ministro da fazenda (Joaquim levy) e rasgou o prometido nos palanques. Abandonou as medidas desenvolvimentistas do ex-presidente Lula e partiu para uma agenda que não é petista.

Dilma se iludiu que por ser honesta ela sobriveria aos corruptos e conseguiria ter apoio popular. Ela errou. Errou ao não entender que a política é complexa e que os discursos são meros adereços para enconbrir as reais intenções. Quem queria vê-la pelas costas não estava preocupado com a moralidade na política. A turma que foi as ruas patrocinada pelas aves da FIESP tinha um outro plano de voo.
A agora ex-presidente perdeu a mão. Errou na política, errou na economia e não soube ter a paciência necessária aos estadistas para lidar com Eduardo Cunha, um psicopata político capaz de qualquer coisa para se dar bem. O PT deveria ter tido a habilidade política para livrar Cunha no Conselho de Ética e barrar o impeachment.

Mas o governo quis medir forças com um cidadão que financiou quase dois terços dos mandatos da Câmara dos Deputados. Não seria fácil derrubá-lo pela via política. Mas o PT embarcou na aventura. Resultado: o processo de cassação de Cunha, mesmo com todas as provas, é o mais longo da história.

A queda de Cunha era questão de tempo. Talvez se Dilma tivesse conhecido a minha avô, a sábia Dona Darquinha, teria entendido que os maus por si se destroem. O jogo para salvar Cunha renderia algumas manchetes negativas, não seria colocando ele na berlinda que o governo Dilma ia se safar. De fato, foi a derrocada. No mesmo dia que o Conselho de Ética acatou a cassação de Cunha ele aceitou o pedido de impeachment que terminou hoje. Isso foi em 2 de dezembro.

Só Cunha tinha esse poder. Ele já tinha recusado inúmeros pedidos. Tendo o PT ao seu lado não seria dessa vez que iria aceitar.

O PT colhia os frutos de ter se acomodado numa política fisiológica em que é um amador diante dos tubarões do PMDB e suas cópias falsificadas como PP, PR, PSD e tantos outros partidos fisilógicos do chamado “centrão”.

O resultado de hoje é fruto de um trabalho não feito pelo PT para que a esquerda crescesse nesses 13 anos de poder. Na hora do aperto apenas o partidos realmente de esquerda ficaram com Dilma e a direita/“centrão” trucidou na Câmara dos Deputados e Senado.

Dilma não soube fazer o jogo político e quando acordou já estava derrotada e ao entrar no “topa tudo” o quadro era irreversível. Ela não tinha mais condições de governar o país.

Como Vargas, Jânio Quadros e Collor ela perdeu o Congresso e sem os políticos ninguém governa numa democracia pluripartidária como a brasileira.

Bastou arranjar um pretexto qualquer para derrubá-la e assim foi. Dilma foi injustiçada? Sim. Mas ela errou por não fazer o jogo da governabilidade num Congresso de novatos e extremamente conservador.

Agora assume um presidente que tem compromisso com os mercados financeiros e forte capacidade de articulação política. Um homem culto e obscuro. Um sujeito tão distante das causas sociais que não tomou posse na Câmara dos Deputados, a casa que simboliza o povo. Assumiu o posto mais importante da nação no Senado, que representa os Estados e onde se encontra a ELITE política do país.

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Tudo dentro do esperado: Fátima e Agripino em pólos opostos e Garibaldi omisso

A senadora Fátima BezerrFátima_impeachmenta (PT) subiu à Tribuna do Senado para defender a presidente afastada Dilma Rousseff e a tese do golpe jurídico/parlamentar.

Para a petista, Dilma está sendo injustiçada. “Por fim, espero sinceramente que a marcha dos derrotados nas urnas não prospere, porque não há neste Plenário biografia mais limpa e de luta do que a da senhora. Nós não compactuaremos com este golpe, com esta infâmia. Na minha modesta biografia de professora, nascida no sertão nordestino, eu me nego a colocar a minha assinatura nesta farsa. Tenho a convicção de sua inocência, e seguiremos em luta ao seu lado, em defesa da democracia”, analisou.

Na outra frente o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, seguiu defendendo ferrenhamente a queda da primeira mulher eleita presidente da república no Brasil.

O parlamentar questionou os motivos para Dilma não atender aos alertas do Tribunal de Contas da União (TCU) e Tesouro Nacional. “Vossa Excelência usou das pedaladas fiscais como alternativa por causa da escassez de recursos, mesmo diante dos avisos do que estaria por vir”, criticou.

Agripino_impeachment
Para ele a falta de réplica prejudicou o debate. “Se o formato deste questionamento envolvesse a réplica, a presidente Dilma ia sair muito complicada desta audiência. Porque, quando se pergunta uma coisa, ela responde outra e não responde as questões fundamentais. Se você, na réplica, questiona o ponto direto e Dilma não tem resposta para dar, ela, ao invés de convencer, iria desconvencer”, avaliou.

Já Garibaldi Filho (PMDB), que votará pelo impeachment, preferiu não se expor. Preferiu não se envolver no debate.