Categorias
Matéria

Deputado mistura política, medicina e fé ao distribuir receitas e ivermectina em igrejas evangélicas

O deputado estadual Albert Dickson (PROS) andou realizando consultas em templos religiosos pelo Rio Grande do Norte ao longo da pandemia em que distribuía receitas dos medicamentos comprovadamente ineficazes do “kit covid” e de ivermectina para uso “profilático” contra a doença.

Uma das histórias que chegou ao Blog do Barreto em que foi possível juntar documentos ocorreu na Igreja Assembleia de Deus na praia de Pitangui, litoral norte da Grande Natal em junho do ano passado.

Albert realizou consultas na Igreja e entregou receitas e comprimidos de ivermectina para “uso profilático”, isso em plena campanha de vacinação. “Eu até brinquei com a minha mãe que já tinha visto cheque pré-datado, agora receita médica pré-datada foi a primeira vez”, relatou fonte do blog, filho de uma frequentadora da igreja.

Receita entregue na Assembleia de Deus em Pitangui (Foto: reprodução)

Um deputado e médico atendendo em um templo religioso escancara uma assustadora mistura entre política, medicina e religião que inevitavelmente visa render frutos eleitorais na eleição deste ano.

Não é a primeira vez que Dickson se mete neste tipo de confusão. Ano passado ele virou notícia internacional por usar o canal dele no Youtube para trocar receitas do ‘kit covid” por likes, além der ter 12 vídeos removidos nesta plataforma por veicular informações falsas sobre a pandemia.

Médico/deputado entregou medicamentos ineficazes contra a covid aos fiéis da igreja (Foto: cedida)

O médico oftalmologista também já foi desmentido por diversas agências de checagem e no domingo retirou o vídeo de uma live em que incentivava as pessoas a pegar covid.

Deputado não nega fazer consultas em igrejas e afirma existir uma politização criminosa na pandemia

Além do Kit covid teve receita de óculos (Foto: cedida)

Procurado pelo Blog do Barreto, o deputado Albert Dickson enviou uma nota em que não nega que ter realizado consultas em igrejas e discorre sobre as opiniões dele a respeito da pandemia em que afirma ser alvo de uma politização criminosa.

Confira a nota

Infelizmente, até o momento sabe-se muito pouco sobre a covid-19.

Os avanços científicos registrados foram para pacientes em UTI em que a intubação tardia, a posição prona (de bruços), e o uso de corticoides e anticoagulantes diminuíram as mortes. É importante notar que todas as medidas de prevenção como a vacina, até agora parecem ter impacto na disseminação dessa doença.

Existem inúmeras questões que aguardam respostas da ciência em relação a covid-19. Cito algumas:

O “lockdown” previne mais a transmissão do que medidas de distanciamento social? Pacientes que já contraíram a moléstia estão imunes?

A mutação do vírus é mais grave do que a forma anterior?

Enquanto isso a medicina todos os dias tenta  melhorar esse quadro.

Lamentavelmente, no Brasil há uma politização criminosa em relação à pandemia entre apoiadores e críticos da esquerda e direita. Assuntos irrelevantes relacionados à covid-19 dominam o noticiário com discussões estéreis entre pessoas sem formação acadêmico-científica na área de saúde, dando opiniões porém com cunho ideológico.

Gostaria de informar que atendemos diversas pessoas todos os dias. E nossas receitas são nominais e possuem datas.

Calendários também foram distribuídos aos fiéis (Foto: cedida)

Em meio a tantas denúncias e fake News observamos Alguns pontos importantes  :

  1. O Conselho Federal de Medicina outorga através da resolução 20/2021 que qualquer médico, devidamente registrado com o CRM, pode consultar pacientes com covid.
  2. A entrega da medicação prescrita tem sido feita em postos de todo o RN, e pode também ser dada por médicos para os pacientes com a devida receita com o nome do mesmo e com a data da consulta. (Não observado nessa foto).
  3. No tocante ao calendário, não há qualquer problema ou vedação, considerando ser material em baixa quantidade, em ano não eleitoral.

Portanto, muito grato pelas observações e estamos à disposição.

Categorias
Matéria

Zenaide critica insistência em defesa de uso de medicamentos sem comprovação científica

“É como se quisessem legalizar”, diz Zenaide sobre “kit covid” (Foto: cedida)

 senadora Zenaide Maia (Pros-RN) não é integrante da CPI da Covid mas tem direito à voz na Comissão Parlamentar de Inquérito e tem usado essa prerrogativa. Na avaliação da parlamentar, a primeira semana de depoimentos termina com algumas questões que precisam ser investigadas. Uma delas é o motivo da insistência de parlamentares governistas na defesa do uso de medicamentos já declarados ineficazes contra a doença. “É como se o governo quisesse legalizar o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina para não punir quem prescreveu e quem usou dinheiro público para comprar esses medicamentos”, disse a senadora, durante o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última quinta-feira (06).

Zenaide cobrou de Queiroga uma campanha publicitária para dizer à população, de forma clara, que o chamado “kit covid” não funciona; ao que o ministro respondeu que não se manifestaria antes do protocolo que está sendo preparado pela Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Para a senadora, o certo era o ministro se posicionar de imediato, para impedir que essas substâncias continuem sendo consumidas de forma temerária e distribuídos como se fossem meios de prevenção ou “tratamento precoce” da covid: “Não só pelos efeitos colaterais; para mim, o que mais me preocupa é a falsa ilusão de que ‘eu estou protegido com ivermectina ou com hidroxicloroquina’. Isso é cruel!”, condenou a parlamentar, que é médica infectologista. Zenaide também cobrou uma campanha do Ministério da Saúde em defesa das medidas preventivas, como o distanciamento social e o uso de máscaras, dois pontos constantemente desrespeitados pelo próprio presidente da República.

Categorias
Matéria

Roberta Lacerda tem vídeo com pregação sobre “kit covid” removido no Instagram

Roberta Lacerda fez post reclamando ter sofrido censura (Foto: print/redes sociais)

Por Isabela Santos

Agência Saiba Mais

A médica potiguar Roberta Lacerda está acusando o Instagram de censurá-la porque teve um vídeo removido. A infectologista é defensora apaixonada do chamado “kit covid”, medicamentos vendidos como se prevenissem ou ajudassem a curar a covid-19, mas comprovadamente sem eficácia.

O Instagram exclui informações falsas quando denunciadas. A plataforma mantém aberto o canal de denúncias de perfis e posts que mentem sobre saúde, política, temas sociais e outros. A rede já admitiu também que esconde hashtags que propaguem fake news e seu algoritmo reduz o alcance de publicações suspeitas.

“A censura está aí. Apenas 2min depois. Não há mais tempo a perder! 16 de maio 16h vamos nos mobilizar NACIONALMENTE pela LIBERDADE de EXPRESSÃO, de ESCOLHA do PACIENTE, pela AUTONOMIA MÉDICA e pela ABORDAGEM PRECOCE NO SUS”, publicou a médica com print do aviso sobre violar as Diretrizes da Comunidade.

Em março, o Youtube também removeu da web o vídeo de uma entrevista com a infectologista no perfil da rádio 98 FM. O material foi excluído da plataforma por “promover desinformação sobre a covid-19”.

O posicionamento da médica sobre o “tratamento” é político. Adotam essa postura os fãs de do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que negligencia desde o começo a pandemia, ao promover aglomerações, criticar medidas de proteção, inclusive o uso da máscara e recusar compra de vacinas. Também seguindo o ídolo, a potiguar ataca jornalistas.

Roberta é seguidora também de espalhadores de fake news, perfis de pessoas declaradamente negacionistas e adeptas de teorias da conspiração, como o terraplanista e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho e seu discípulo Leandro Ruschel, o ex-ministro Osmar Terra, o comentarista Augusto Nunes e a deputada Carla Zambelli (PSL).

Categorias
Foro de Moscow

Foro de Moscow 31.03.2021 │Os perigos do kit Covid e o aumento das internações