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Polícia Civil do RN apreende 2,7 mil frascos de álcool em gel produzidos irregularmente

Apreensão foi na cidade de Lagoa de Pedras (Foto: Divulgação)

Policiais civis da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (DECON) realizaram, nesta quinta-feira (16), após recebimento de denúncias do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), diligências que resultaram na apreensão de 2.779 frascos de álcool em gel produzidos irregularmente em uma fábrica localizada no município de Lagoa de Pedras. O material, que foi encontrado pelos policiais civis armazenado em uma pousada, na cidade de Parnamirim, estava sendo vendido em estabelecimentos comerciais e em condomínios residenciais.

Segundo as investigações realizadas pela Polícia Civil, a empresa estava fabricando álcool em gel de maneira irregular e revendendo para mercadinhos potiguares, sem garantia de qualidade do produto, omitindo informações, descumprindo o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ao longo das investigações, os policiais civis notaram que a cada nova embalagem do produto o rótulo vinha alterado, com informações divergentes umas das outras, que já haviam sido repassadas. Além disso, o rótulo constava endereço inexistente, sendo um galpão abandonado, há aproximadamente, 5 anos, e site inacessível.

No local, foram encontrados 2.779 frascos contendo 500 ml de álcool em gel, além de algumas outras embalagens, contendo 5l do mesmo material, quando o máximo permitido por embalagem é 1l, seguindo às medidas sanitárias. O material foi encaminhado para o Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), onde será realizada a avaliação quanto à formulação química do álcool em gel comercializado de forma irregular.

Os responsáveis pela fábrica e pela pousada foram identificados e serão investigados pelos crimes de fazer afirmação falsa sobre produto, estelionato e falsificação de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. A Polícia Civil pede que a população continue enviando informações de forma anônima, através do Disque Denúncia 181.

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Governo do RN fará concurso para Polícia Civil

Fátima discute edital de concurso (Foto: Elisa Elsie)

As providências pendentes para a realização do concurso público da Polícia Civil foram discutidas durante reunião entre a governadora Fátima Bezerra; a secretária de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, Virgínia Ferreira; e a delegada geral da Polícia Civil, Ana Claudia Saraiva, nesta quinta-feira, 2. Também foi discutido o cronograma para aplicação do certame.

“Após grande esforço da equipe do Governo, destravamos o concurso da Polícia Militar que há 14 anos não tinha novas contratações. Agora, trazemos a notícia de que vamos realizar o concurso da Polícia Civil neste ano para que em 2021 possamos dar início às contratações”, afirmou a governadora. Ela lembrou que o último concurso da Polícia Civil foi realizado em 2008 com contratações realizadas em 2010.

Durante a reunião, ficou estabelecido que o processo será reiniciado a partir de um pedido de autorização feito pela delegada-geral à governadora, diante de inconsistências identificadas pela Procuradoria Geral do Estado e pela Secretaria de Administração e dos Recursos Humanos, no processo anterior.

Além disso, a previsão é que o edital seja lançado no mês de abril, com curso de formação a ser iniciado em agosto. “O objetivo é que, no início de janeiro de 2021, os candidatos já estejam aptos para as nomeações”, explicou a secretária de Administração, Maria Virgínia Ferreira.

“Haverá uma atualização do número de vagas, pois o último dado constante no processo era do ano de 2015, por isso estamos realizando um levantamento, para ampliar as vagas de reposição, conforme aposentadorias e falecimentos que ocorreram até 2019”, ressaltou a delegada-geral, Ana Cláudia Saraiva.

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Sem aumento de efetivo, RN terá menos de 500 Policiais Civis em 10 anos

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Por Nilton Arruda*

A diminuição do efetivo da Polícia Civil é uma realidade preocupante e, caso não seja revertida nos próximos anos, alcançará números insustentáveis. No início de janeiro deste ano, por exemplo, o efetivo era de 1401 policiais, entre agentes, escrivães e delegados. Em outubro, porém, caiu para 1358. Levantamento feito pelo SINPOL-RN aponta que em 2029 o efetivo será menor que 500, se não houver novas contratações, pois no decorrer dos próximos 10 anos 869 policiais civis estarão aptos a aposentadoria.

Com baixo efetivo e a perda mensal de policiais que se aposentam, as investigações se tornam cada vez mais lentas e inconclusivas. Com um déficit de 73,6%, a PCRN possui 3.792 cargos vagos, conforme Lei Estadual 417/2010, que deveriam ser preenchidos para suprir a demanda investigativa de um dos estados mais violentos do Brasil.

Esses números impactam de forma significativa no aumento da violência do Estado. Quem contestar essa afirmação, e não concordar com um real aumento do efetivo da nossa Polícia Civil, estará indo contra uma política de ação em desfavor da criminalidade. A violência vem cada vez mais afetando a economia do estado e a vida dos norteriograndenses.

A discussão sobre o efetivo se torna mais grave quando levamos em conta o número de policiais que vêm sofrendo de distúrbios psicológicos, pela carga excessiva de trabalho e falta de valorização, acarretando em pedidos de licença médica. Estudos realizados por duas universidades do Sul do país demonstram que 60% dos policiais civis sofrem de algum grau de distúrbio psíquico de caráter depressivo.

Os investimentos em segurança devem ser feitos em todas as frentes de atuação. Se um braço da Segurança Pública está com bom efetivo, mas o outro está defasado, este não processará de forma célere tudo que é produzido pelo outro.

Os crimes complexos realizados por organizações criminosas exigem esmero e intensa dedicação investigativa, mas a enorme demanda e os poucos profissionais disponíveis deixam a maioria desses crimes impunes. Os homicídios, roubos de veículos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, dentre outras atividades criminosas encontram um campo fértil no Rio Grande do Norte, e transformam nosso Estado, no estado da impunidade.

*É presidente do SINPOL-RN