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Justiça bloqueia cotas de mais de 30 empresas potiguares investigadas por fraudes e sonegação de impostos

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal deflagaram na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Caviloso. Ao todo foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, além de decretado o sequestro de bens de 36 pessoas – físicas e jurídicas, relacionadas aos empresários Sami Gires Elali, André de Souza Dantas Elali e Luiz Eduardo Matida Fernandes. Os mandados foram expedidos pela 15ª Vara da Justiça Federal.

Além d0 sequestro de bens, houve o bloqueio judicial de cotas de mais de 30 empresas.

Dentre os crimes investigados constam lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas, operação de instituição financeira não autorizada, pirâmide financeira, estelionato, falsificação de documento particular, apropriação indébita e uso de documento falso. As investigações tiveram início a partir de notícias de que o empreendimento Palm Springs, localizado em Ceará Mirim e vinculado à empresa Ritz Property Investimentos Imobiliários Ltda., teve algumas das unidades vendidas no exterior, sem a posterior internalização dos recursos no Brasil, caracterizando crime (art. 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86).

Da mesma forma, também surgiram indícios de que as referidas aquisições imobiliárias seriam, na verdade, investimentos com percentual garantido, o que caracterizaria o delito do art. 16 da Lei nº 7.492/86. Em decorrência, a existência de valores produto de sonegação e de crime financeiro, remetidos ao exterior e lá mantidos ocultos, como também a remessa ao Brasil simulada na forma de mútuo, caracterizam, em tese, atos de lavagem de capitais.

O parecer do MPF destaca que “diferentemente do que se acreditava no início da apuração, o grupo sob investigação reiteradamente captou recursos de estrangeiros, não apenas relacionado ao empreendimento Palm Springs, mas também aos empreendimentos Majestic Village, Parnamirim Hills, Airtropolis, Cabugi Hills, Park Village, Trampoline of Victory Village, Parnamirim Field Village e Green Field Village”. As investigações apontam para o envolvimento de mais de 30 empresas, todas relacionadas aos três investigados.

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Sonegação de impostos é um tema que precisa ser discutido no RN

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Números materializam a origem do desastre administrativo no RN

 

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O Blog do BG publicou ontem uma série de matérias assinadas pelo repórter Dinarte Assunção que mostram a origem do rombo no Rio Grande do Norte. São R$ 7.511.404.420,93 em dívidas acumuladas por pessoas físicas e empresas (pessoas jurídicas). Desse total, apenas 50 empresas acumulam R$ 2.192.254.049,50.

Esse dinheiro, segundo o levantamento, daria para pagar a folha durante 17 meses seguidos. Os custos com servidores estaduais totalizam R$ 430 milhões por mês.

O total sonegado no Rio Grande do Norte é o equivalente a mais de 10 vezes o aporte financeiro que o governador Robinson Faria precisa para pôr as contas do Estado em ordem.

O que mais assusta é a incompetência do atual governo em recuperar esses impostos. Em 2017 foram recuperados apenas R$ 20 milhões do total sonegado, isso é apenas 0,26% do total de dívidas não pagas ao Estado.

O problema é que os sucessivos governos nunca agiram no sentido de reverter essa situação. Não há uma cobrança efetiva, leia-se execução da dívida.

Há um peso político em toda essa história. Veja que a maior devedora é a American Distribuidora de Combustíveis Ltda deve mais de R$ 200 milhões. Essa empresa só existe no papel e ficou na história graças aos escândalos que culminaram na Operação Ouro Negro que converteu em presidiário o ex-governador Fernando Freire. Ninguém quer mexer nessa história porque pode exumar problemas do passado para muita gente importante.

Esse é um exemplo de empresa falida, mas existem outras na lista de devedores do Estado com algum peso político, o que dificulta também a recuperação dos recursos.

O resultado disso é um Estado que deixa de arrecadar e sem receitas não tem condições de investir em infraestrutura para atrair empresas e arrecadar mais e sem isso fica refém da Lei de Responsabilidade que o impede de contratar pessoal e é aí que surge o outro problema: o rombo previdenciário. O ideal é ter 4 servidores ativos para um inativo, mas hoje a paridade é de um para um porque o Estado não pode (ou pelo menos não poderia) contratar.

BANDERN

Essa conta não inclui os devedores do extinto Bandern. O Governo Robinson enviou à Assembleia Legislativa um projeto prevendo descontos de até 95% em juros e encargos com o antigo banco estatal que devem ser pagos à Empresa Gestora de Ativos do Rio Grande do Norte (Emgern). O problema aí é que a administração estadual sequer tem a lista de devedores que ainda está sendo elaborada após solicitação do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).

Abaixo a lista dos 50 maiores devedores do RN

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