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Terceirização cresce 508% nas prefeituras do RN

Em 2020, os municípios potiguares possuíam 3.623 pessoas contratadas sob regime celetista na administração direta. Esse número representa um aumento de 508% em relação a 2017 (713 funcionários celetistas).

Estes dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), divulgada nesta semana pelo IBGE. A MUNIC faz um levantamento da estrutura administrativa dos municípios brasileiros, registrando ainda informações sobre programas e ações implementadas pelas prefeituras em diferentes setores.

Ainda em relação ao pessoal ocupado, a pesquisa também indica  uma redução no quadro de funcionários da administração indireta municipal, saindo de 1.658 em 2017 para 785 em 2020. E isto ocorreu mesmo com o aumento do número de municípios que possuíam esse tipo de estrutura. Eram 22 prefeituras que contavam com administração indireta, passando a 28, de acordo com esse novo levantamento.

A cada ano a MUNIC investiga temas específicos relacionados à atuação dos governos municipais, reaplicando os questionários após quatro anos. Isto permite a identificação de mudanças nas estruturas das prefeituras, bem como nos programas e ações que elas executam.

Neste ano, além do questionário de Recursos Humanos (único que é aplicado em todos os anos), a MUNIC investigou os seguintes temas: agropecuária, meio ambiente, transporte, habitação, gestão de risco e COVID 19.

Fonte: IBGE

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Humilhação terceirizada

Humilhação

Assistir o vídeo de uma senhora, servidora terceirizada do município, revelando não ter nada para comer é de cortar o coração. A Prefeitura de Mossoró informa, por meio de nota, ter pago mais de 20 milhões em dívidas com terceirizadas este ano.

A solidariedade em relação aos terceirizados é mais potente que as justificativas da Prefeitura de Mossoró. Há casos de atrasos acumulando um semestre. O esforço da gestão em pagar o acumulado entre 2015 e 2016 não consegue abafar o sentimento de quem sente fome.

O mais chocante nisso tudo é a existência de pessoas defendendo terceirizações com a falaciosa alegação de serem “benéficas” para os trabalhadores. A terceirização dos serviços públicos é um desastre materializado em constantes atrasos salariais. Essa prática na iniciativa privada também é péssima.

A tragédia que comove Mossoró também se repete em menor grau no Governo do Estado e na iniciativa provada.

O único vitorioso nessa história toda é o dono da empresa terceirizada.

O trabalhador terceirizado é um empregado de segunda categoria sujeito a humilhações diárias e em casos como o da senhora que chorou na Câmara Municipal temos uma escandalosa falta de dignidade.

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No Brasil a luta por direitos está terceirizada

Dia-Nacional-de-Lutas-da-CUT-e-Centrais-11-de-julho.Crédito-Mídia-Consulte

A lei das terceirizações foi aprovada na calada da noite enquanto a massa ignara se divertia compartilhando memes na Internet sobre a crise provocada pela Operação Carne Fraca.

Poucos setores levantaram a voz contra a proposta que vai fortalecer o setor que mais massacra o trabalhador cortando direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pagando salários 40% mais baixos.

Mas só a classe média com ideologia de esquerda levantou a voz. A massa que será a maior prejudicada não falou, não foi as ruas.

Hoje 13 milhões de brasileiros trabalham em empresas terceirizadas, isso corresponde a algo em torno de 25% dos empregos formais no país. A tendência segundo estudo divulgado pelo Jornal Valor Econômico é de que até 75% dos brasileiros devem migrar para as terceirizadas nos primeiros sete anos após a sanção da lei.

A luta contra essa proposta, que certamente será sancionada na íntegra pelo presidente Michel Temer, está terceirizada. Os mais atingidos deixaram nas mãos dos líderes sindicais que se limitam a falar nos parcos espaços da mídia a respeito desse assunto.

Os sindicatos não se mobilizaram a tempo de barrar a proposta que passou sem dificuldades e a massa nem fez questão de que houvesse uma luta. Está acomodada deixando que os outros lutem por ela.

Luta terceirizada, como o trabalho terceirizado, não tem força nem ajuda o trabalhador.