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Zenaide debate risco para as mulheres oficiais de justiça

Zenaide comandou debate no Senado (Foto: divulgação)

A presidente da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher, senadora Zenaide Maia (Pros-RN) presidiu, nesta semana, audiência pública que deu visibilidade aos riscos corridos diariamente pelas mulheres que atuam como oficiais de justiça no Brasil. “Quando é mulher, nessa área, a violência ainda é maior. O fato de uma oficiala de justiça ir intimar alguém com uma medida protetiva da Lei Maria da Penha, isso já é motivo suficiente para eles acharem que podem agir com violência [contra a oficiala]”, observou Zenaide.

As oficialas de justiça convivem diariamente com injúrias, intimidações, ameaças e o medo de agressões, da violência sexual e até de assassinato, como o ocorrido, em 2009, com a oficiala Sandra Regina, 48 anos, morta a tiros ao entregar um mandado de busca e apreensão de uma motocicleta, em São Paulo. “A gente trabalha sozinha, sem viatura, sem armas, sem nenhum aparato de segurança”, revelou Mariana Ornelas Góes, da Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (FENASSOJAF) e oficiala de justiça no Rio de Janeiro.

“É a primeira vez que as mulheres oficiais de justiça são ouvidas no Senado”, afirmou a oficiala de justiça do Ceará, Fernanda Garcia, que representou a Federação das Entidades Sindicais dos Oficiais de Justiça do Brasil (FESOJUS/BR) no debate. Entre as reivindicações da categoria estão a construção de um sistema de proteção que contemple o oferecimento de cursos de capacitação em defesa pessoal, o fornecimento de equipamentos de proteção individual, um canal de denúncias e uma rede de dados nacional com estatísticas e protocolos específicos para o enfrentamento à violência voltada contra esses profissionais. Em termos legislativos, uma reivindicação é o porte de arma para a categoria.

A conselheira Ivana Farina representou, no debate, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o presidente do Conselho Nacional de Justiça. Ivana se comprometeu a levar ao CNJ as demandas das mulheres oficiais de justiça. “É importante enfrentar essa violência imediatamente, para que não se tenha a ideia de uma justiça intimidada”, defendeu a conselheira.

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Miliciano suspeito de matar Marielle Franco está em Mossoró

O avião que trouxe o suspeito de matar Marielle Franco
O avião que trouxe o suspeito de matar Marielle Franco

O miliciano Orlando Oliveira de Araújo desembarcou no Aeroporto Dix-sept Rosado no final da tarde desta terça-feira.

Conhecido como Orlando de Curicica ele é apontado como um dos autores (o outro é o vereador vereador Marcello Siciliano – PHS) do plano para matar a vereadora carioca Marielle Franco.

Orlando estava preso em Bangu I e agora fica no presídio Federal de Mossoró em “companhia” de Fernandinho Beira-Mar, mais notório traficante do país.

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Caso de mossoroense atingida por golpes de tesoura abre uma pergunta: até quando vamos tratar violência contra mulher como “vitimismo”?

Meme ajuda a estimular justificativas para violência contra mulher
Meme ajuda a estimular justificativas para violência contra mulher

A professora Márcia Regina Fernandes Lopes foi vítima de 12 golpes de tesoura pelo marido Genildo Duarte. As perguntas sempre são: “qual o motivo?”, “ela traia ele?” ou a leviana e vazia afirmação “aí tem coisa!”.

O fato é que a violência sofrida por Márcia é reproduzida todos os dias em vários lares. Todos nós conhecemos alguma história de mulheres agredidas por homens e alguns tratam isso como “mimimi”, “vitimismo” ou usa frases feitas como “ela gosta de apanhar” para esconder um problema que deveria provocar revolta na sociedade.

Aprendi com minha saudosa avó dona Darquinha que em mulher não se bate nem como uma flor e isso ficou no fundo do meu inconsciente.

O combate à violência contra a mulher precisa ser levado à sério e receber a adesão dos homens conscientes do tamanho dessa covardia. Isso tem que ser ensinado aos nossos filhos como fez comigo a minha avó, mas as filhas precisam ser conscientizadas a resistir a qualquer tipo de discriminação por elas serem meninas. Sabemos que o preconceito já começa na infância.

Mas também precisamos reagir contra esse e qualquer outro tipo de violência. O que aconteceu com Márcia é revoltante pela covardia, mas, infelizmente, não é um fato isolado. Se reproduz em vários lares.

Nós homens que rejeitamos a violência contra a mulher precisamos censurar nossos amigos que praticam esse tipo de crime. A crítica nas rodas de amigos a frases como “dei uma ‘mãozada’ para ela baixar a crista” precisa ser motivo até mesmo para se desfazer amizades e de denúncia.

A tolerância à violência contra mulher entre os homens estimula que essa prática nefasta se perpetue. Precisamos fazer a nossa parte para que não tenhamos novas Márcias.