O Governo do Rio Grande do Norte encara uma crise com altos níveis de tensão com os policiais civis. Tudo por causa de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra direitos da categoria.
Ontem numa mesa de negociações estavam o vice-governador Antenor Roberto (PC do B), representantes dos policiais civis além do Ministério Público e Judiciário.
A reunião foi encerrada quando Antenor chamou os policiais de irresponsáveis por não aceitarem o acordo e a categoria se retirou do local.
A fala inábil tornou ainda mais tenso o diálogo com os policiais civis que entendem que a proposta apresentada pelo Governo do Estado é considerada um “desastre”. “Até agora, o governo não se debruçou sobre a proposta apresentada pelas classes e só trouxe soluções absurdas que acabam com uma carreira construída por anos”, afirmou a presidente da associação, delegada Taís Aires, presidente da Associação de Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol/RN).
E qual foi a proposta do Governo?
Uma Lei Complementar para incorporação dos adicionais por tempo de serviço aos salários com o objetivo de evitar uma nova Adin que baixe os salários dos policiais. “hoje, nesse espírito de negociação, a tentativa é de preservar a categoria de medidas que os próprios órgãos de controle estão exigindo do governo”, frisou Antenor. “Se nenhum direito de vocês está sendo tirado, qual a razão dessa greve?”, questionou durante a audiência. “Eles assumam diante da sociedade que estão parando porque querem outra remuneração. Mas não porque estavam retirando ou ameaçando retirar adicional por tempo de serviço”, complementou o vice-governador.
Os policiais entendem que o formato apresentado desta vez, sob o pretexto de incorporar os valores recebidos como Adicional por Tempo de Serviço (ADTS), acabaria inviabilizando progressões na carreira, além de gerar disparidade salarial entre integrantes de uma mesma classe, e, finalmente, não atacar a inconstitucionalidade questionada sobre o anuênio.
O acordo entre Governo e policiais civis está cada vez mais distante.