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Fátima necessita ajustar crítica aos oligarcas do RN

Em um outro contexto o final do primeiro turno em 7 de outubro tornaria o pleito do dia 28 uma mera formalidade no Rio Grande do Norte. Foram mais de 220 mil votos de maioria para a senadora Fátima Bezerra (PT) deixando ela a poucos sufrágios de se tornar governadora.

Ainda mais em um quadro em que o adversário dela, Carlos Eduardo Alves (PDT), estava com a campanha em depressão por estar arrodeado de políticos derrotados. Sem contar que o prometido em Mossoró não foi entregue e ele só foi ao segundo turno graças ao desempenho em Natal, onde foi prefeito por quatro vezes.

Mas como se trata de uma candidata do PT a favorita ao Governo e em um contexto de antipetismo exacerbado o oponente Carlos Eduardo pode nutrir esperanças colando no bolsonaristas.

Enquanto Carlos Eduardo bate forte no PT, Fátima explora de forma cautelosa a questão das oligarquias. Somente nos dois últimos programas eleitorais que estão tocando no assunto. A falha, em minha opinião, reside na carência do discurso de causa e efeito. Tratam Carlos como Alves por ser Alves sem associar o atraso econômico do Rio Grande do Norte ao sistema oligárquico de mais de 40 anos.

O eleitor reage melhor quando enxerga base fática no discurso. Tem que mostrar que as famílias priorizaram o compadrio em vez de investir na modernização da máquina pública, mas isso não é feito. Tem que mostrar cada ex-governador de sobrenome Alves, Maia e Rosado tem responsabilidade na crise de hoje.

Também é preciso mostrar, hoje isso já apareceu, que nos nossos vizinhos o desenvolvimento veio, coincidência ou não, após a aposentadoria das famílias tradicionais.

Até aqui o que se faz vitimiza Carlos e leva o eleitor antipático ao PT a pensar: “não podemos julgar o candidato pelo sobrenome”. Isso tem sentido se não associar o atraso do Rio Grande do Norte ao modelo de gestão das últimas décadas, repito.

Carlos surfa no antipetismo sem que Fátima faça os ataques aos oligarcas pegar na veia.

Nota do Blog: Fátima já foi aliada dos Alves e Rosados em situações pontuais assim como Carlos Eduardo Alves apoiou e recebeu apoio do PT em diversas oportunidades. Mas esse é o tema colocado para as duas candidaturas no segundo turno. Carlos explora sem pudor com o passado. Fátima se contém.

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Confronto do Antipetismo x antioligarquia transforma segundo turno no RN em campanha de exclusão

Fátima e Carlos Eduardo representam projetos desgastados

Dois candidatos que representam as espécies políticas mais desgastadas da política atualmente: o petista e o oligarca estão na disputa pelo Governo do Rio Grande do Norte neste segundo turno. Será uma campanha de exclusão.

Fátima Bezerra (PT) flertou com a vitória no primeiro turno, mas terminou tendo 46,17% dos votos válidos e terá que enfrentar Carlos Eduardo Alves (PDT) no próximo dia 28.

Fátima montou um palanque pequeno com PHS e PC do B, colocando em risco seu êxito eleitoral para garantir espaços importantes na disputa proporcional. De uma forma ou de outra deu certo. A chapa dela elegeu Zenaide Maia (PHS) para o Senado e conquistou três vagas (sendo duas do PT) para a Assembleia e duas para a Câmara Federal.

Mas contra Fátima pesa a filiação partidária. O PT se lambuzou na lama da corrupção nos últimos anos despertando a ira popular. No entanto, é um partido em processo de recuperação política impulsionado pelos eleitores nordestinos, mas sempre sob desconfiança pelo passado recente muito embora Fátima Bezerra tenha passado ilesa no mensalão e petrolão.

Na outra ponta Carlos Eduardo, um legítimo representante da política tradicional. Membro da oligarquia Alves ele carrega consigo o peso de uma chapa distópica que reuniu as famílias Alves, Maia e Rosado desgastadas demais junto aos eleitores do Rio Grande do Norte.

Apesar dos 32,45 % de votos válidos, ele chega ao segundo turno cercado de aliados derrotados como José Agripino Maia (DEM), Garibaldi Alves Filho (MDB), Beto Rosado (PP) e Larissa Rosado (PSDB). Só um deputado federal foi eleito e a bancada da Assembleia Legislativa ficou aquém do esperado.

Carlos não é propriamente um político imune a escândalos nem sua família. Ele carrega um peso escondido representado na figura do ex-ministro Henrique Alves, seu primo.

A eleição do dia 28 será um plebiscito para saber quem é mais rejeitado no Rio Grande do Norte o petismo ou as oligarquias.