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Isolda realiza audiência pública sobre luta anticapacitista em parceria com Ivan Baron

Proposta pela deputada estadual Isolda Dantas (PT/RN), em articulação com o influenciador digital Ivan Baron e com o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) promoverá, nesta quinta-feira (7), no Auditório da Casa Legislativa, a partir das 14h30, a Audiência Pública: “A luta por um RN anticapacitista”. A parlamentar explica que o encontro, alusivo ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado anualmente aos 3 de dezembro, reunirá entidades ligadas ao tema para deliberar sobre o assunto que impacta de forma significativa a vida das pessoas com deficiência e sua respectiva inclusão em todos os espaços da sociedade.

“A urgência de organizarmos espaços de escuta e discussão acerca da temática, o qual afeta de forma direta a um expressivo contingente da população, enseja a iniciativa da audiência pública”, justifica Isolda. De acordo com o Censo IBGE, 23,9% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. Das 18,6 milhões de pessoas com deficiência, mais da metade são mulheres, com 10,7 milhões, o que representa 10% da população feminina com deficiência no País. O Nordeste é a região com o maior percentual de população com deficiência registrada na pesquisa, com 5,8 milhões, o equivalente a 10,3% do total.

“É fundamental construirmos um Rio Grande do Norte Anti Capacitista. Na prática do capacitismo, regido pela noção de que existem determinados tipos de pessoas e padrões corporais que são ‘normais’, e outros que destoam dessa ‘corpo-normatividade’, a pessoa com deficiência é tratada como um estado diminuído de ser humano, alguém inferior que deve ser ‘curado’ ou ‘reabilitado’, e isso não pode ser perpetuado em uma sociedade”, sinaliza Isolda Dantas.

A deputada reforça que esse debate não pode ser pautado a partir da reprodução de estereótipos. Ela pontua que, constantemente, as pessoas com deficiência são descritas ou como inaptas para desempenhar atividades comuns do dia a dia, como trabalhar, estudar, namorar e se divertir, ou ainda como exemplos de superação, devendo desempenhar o papel de “super-heroínas”. “Isso não nos serve. Precisamos reafirmar a responsabilidade coletiva em construir uma sociedade que inclua a diversidade de vidas, e que permita a realização de todos os sonhos, de todos os desejos, de todos os projetos”, alerta Isolda Dantas.

Além disso, a propositora destaca que a luta é para que todos os potiguares sejam respeitados, valorizados, protagonistas da sua história, livres para sonhar e conquistar o amanhã. “Queremos cada vez mais, novos cidadãos plenos com direitos iguais e o direito de viver uma vida sem as barreiras impostas pelo capacitismo”, afirma a deputada. O encontro contará também com os seguintes convidados: vereadora Brisa Bracchi, representando a Câmara Municipal de Natal, Olga Aguiar, Secretária da Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (SEMJIDH), Décio Santiago, representando o Conselho Nacional de Políticas para Pessoas com Deficiência, Pacha Carbo – multi artista e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), além de representação do Conselho Estadual de Políticas para Pessoas com Deficiência.

Dia da Pessoa com Deficiência

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é uma data comemorativa internacional promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1992, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas.

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Onde estão nossos direitos?!?! Podemos comemorar?

Por Thiago Fernando de Queiroz*

O dia 3 de dezembro é um dia especial para os segmentos de pessoas com deficiência em todo o mundo, pois, esta data memora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, ela foi criada pela Organização das Nações Unidas – ONU em 1992 com a finalidade de promover a discussão sobre as políticas voltadas as pessoas com deficiência pelos países signatários.

Todavia, esse 03 de dezembro de 2019 não foi uma data tão comemorativa, e sim, um dia de muita luta e discussões no Congresso Nacional. O Ministro da Economia Paulo Guedes encaminhou um Projeto de Lei com caráter de urgência que tem como viés modificar a Lei de Cotas voltado ao mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. A PL nº 6.159/2019 traz transformações principalmente ao que emana o Artigo 93 da Lei nº 8.123/91 e o Artigo 94 da Lei nº 13.146/2015.

Ao terem ciência desta PL, muitas entidades de pessoas com deficiência se organizaram e foram a Brasília/DF nesse dia 03 para reivindicar seus direitos no Congresso Nacional. Pelo fato de muitas ações retrógadas por parte do governo de Bolsonaro, muitas pessoas que disseram ter votado em Bolsonaro, argumentaram estarem arrependidos. Até a própria Senadora Mara Gabrilli (PSDB) que dizia na campanha eleitoral para Presidente que não apoiaria o PT, contudo, disse nesse dia 03 que o Brasil está retrocedendo, disse ela ainda que houve uma esperança quando a esposa de Bolsonaro disse que iria lutar pelas pessoas com deficiência, mas, foi uma pura mentira, pois, onde ela se encontra no momento? Ninguém ver ela mais falando em libras.

Depois de algumas discussões na Câmara Federal, o Presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) disse que enquanto ele estivesse como Presidente da Câmara Legislativa Federal, não colocaria o PL nº 6.159/2019 em pauta. Vitória para o segmento de pessoas com deficiência? Não! Esse governo vem ao máximo tentando defraudar as garantias conquistadas ao longo da história, sem ao menos dar importância aos princípios eminentes na Constituição Federal e aos pactos firmados em Tratados e Convenções Internacionais. Fato esse que traz uma instabilidade enorme, uma desconfiança, e, pode-se dizer em um descrédito por parte da sociedade que tem o conhecimento mínimo do que é Direitos Humanos e Direitos Fundamentais.

É importante que cada vez mais as pessoas se inteire dos fatos, busquem conhecimentos, para que ações retrogradas como essas não tenham força para destruir direitos conquistados, pois, o momento histórico que vivemos exige uma maior vigilância ao que ocorre em Brasília.

Portanto, vamos em busca de conhecimentos e não fiquemos mais inertes, vamos todos participarem da nossa política; e, se talvez você disser que não gosta de política, saiba que os governos passados utilizaram as mídias de telecomunicação para manipular sua mente para que você não queira participar da política. Assim, busque conhecer mais,

participe mais e transforme mais a sociedade onde vive. Você é um ser político, desta forma, vamos fazer uma política transformadora em nossa cidade, estado e país.

Vamos cuidar do que é nosso, vamos lutar por nossos direitos, pois, juntos somos mais fortes.

*É pesquisador em Inclusão e Direitos das Pessoas com Deficiência.