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Mais de 60 municípios do RN não tem uma única casa com Tarifa Social da Caern

O Instituto Mais Cidades teve acesso a uma lista que mostra que 61 municípios do Rio Grande do Norte não tem sequer uma residência que se enquadra na chamada tarifa social da CAERN, que que possibilita que o cliente de baixa renda pague menos R$ 10 reais na conta de água. O número é incompatível com a quantidade de pessoas que realmente precisam ter acesso ao benefício no estado, onde cerca de 445 mil pessoas recebem o Auxílio Brasil, programa social do Governo Federal voltado para famílias mais simples. No RN inteiro, apenas 4 mil residências pagam o menor valor pela água.

Algumas cidades com grandes quantidades de clientes, como Extremoz e Acari, somam 0 clientes na tarifa social. “Não é possível que não tenha nenhuma família nesses municípios que não precisem pagar um valor mais barato na conta de água. O problema é que os critérios adotados pela CAERN para a concessão da tarifa social são impossíveis de serem seguidos pelas pessoas que mais precisam”, comentou o presidente do Instituto Mais Cidades, advogado Alexandre Teixeira.

Por meio do Instituto, Alexandre tem brigado na justiça por uma mudança nos critérios da tarifa social, como forma de garantir que essa tarifa, e consequentemente o acesso à água potável, chegue à mais gente. “Eu criei o Projeto Tarifa Justa para tentar mudar os critérios adotados pela CAERN. Nós acreditamos que receber um programa social do governo, como o Auxílio Brasil, deve ser o único fator necessário para a tarifa social”, disse o advogado.

Atualmente, a família inteira de uma residência só pode consumir até 10m³ de água se quiser pagar a tarifa social. A ONU estipula que 3,3m³ por mês são suficientes para uma pessoa. “Mas como ficam as famílias com mais de 3 membros? E as famílias com renda per capta inferior? Uma família de três pessoas que possui renda total de um salário-mínimo não tem a mesma capacidade financeira de outra família com sete ou mais membros e renda total de dois salários mínimos, por exemplo. Seria essa família de sete membros capaz de viver com 10m3 de água?”, questiona Alexandre Teixeira. Quando a família consome mais que os 10m³ permitidos pela tarifa social, a conta sobe para R$ 46 reais podendo chegar até R$100 reais. Essa é um dos critérios da CAERN que o projeto Tarifa Justa quer mudar.

Critérios da tarifa social da CAERN

  • Consumo máximo de até 10m³ de água
  • Ser cadastrado e ativo em um dos Programas Sociais do Governo
  • O consumo de energia elétrica não pode ser superior a 110 KWh
  • O imóvel deve possuir área construída de, no máximo, 40m²

Proposta do projeto Tarifa Justa

  • 3,3 m³ de água por pessoa residente na unidade cadastrada
  • Família cadastrada em pelo menos um programa social do governo
  • Ultrapassado-se o limite de consumo per capta de água da unidade consumidora residencial familiar, poderia ser cobrada a sobretarifa.

    Clique aqui para visualizar a tabela com a distribuição da tarifa social da Caern nos municipios do RN.

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Ação judicial contra a Caern visa ampliar oferta da tarifa social

Uma Ação Civil Pública movida pelo Instituto Mais Cidades está buscando forçar a Caern a ampliar a oferta da tarifa social aos consumidores de baixa renda no Rio Grande do Norte.

A ação parte de um estudo econômico que apontou que somente em Natal 53.181 residências contavam com o aporte do extinto Bolsa Família em 2021, mas apenas 1.358 tinham acesso a tarifa social. Somente 0,6% das residências natalenses recebem o benefício da CAERN. “. Essa é uma realidade que se reflete também nas famílias de todo o Estado do Rio grande do Norte visto que, no estado o total de famílias beneficiárias do mesmo programa é de 371.379 (trezentos e setenta e uma mil, trezentos e setenta e nove)”, diz a ação.

Outro argumento usado é que as famílias de baixa renda comprometem entre 8 e 14% do orçamento doméstico com as tarifas de água.

A ação alega que as exigências da Caern são difíceis de serem cumpridas e pede que se estabeleça como critérios que famílias que possuam uma renda per capta de até um salário mínimo sejam beneficiadas considerando como base o consumo per capto de 3,3m3(três inteiros e três décimos de metro cúbico) de água, ao mês.

Atualmente para receber a concessão da tarifa social é necessário cumprir critérios como ser cadastrado em um dos Programas Sociais do Governo, com a apresentação dos documentos para comprovação da inscrição e da regularização no(s) programas(s), devendo estar na situação de ativo; ter consumo de energia elétrica inferior a 110 KWh, com base na média dos últimos seis meses; o imóvel possuir área construída de, no máximo, 40m ².

Essa é a segunda tentativa do Instituto Mais Cidades em acionar a Caern para ampliar a tarifa social. A primeira foi rejeitada por um problema de formalidade por ter sido uma Ação Popular.

Leia a ação movida contra a Caern