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RN se prova competitivo ao garantir escolha da Guararapes por Natal em vez de Fortaleza

Em 2012 o empresário Flávio Rocha, ídolo do Plano Palumbo e dono da Riachuelo e do Grupo Gaurarapes, declarou que o ambiente para negócios no Rio Grande do Norte era hostil.

A frase caiu como uma bomba na mídia potiguar, sobretudo a natalense que considera qualquer coisa que o empresário diga a palavra final sobre qualquer tema.

O que ele disse na era Rosalba Ciarilini também foi dito na gestão de Robinson Faria. Dois governadores de direita contestados pelo ídolo da direita potiguar.

Quem diria que a coisa fosse mudar no governo da petista Fátima Bezerra? Pois bem! O próprio Flávio Rocha ao encerrar os boatos de que a Guararapes encerraria as atividades no Rio Grande do Norte em setembro de 2020 classificou a governadora como “grande e querida parceira do setor têxtil do Rio Grande do Norte”. Na época ele elogiou os programas RN Cresce Mais e o Pró-Sertão (assista o vídeo abaixo).

De ambiente hostil a governo parceiro. Uma irônica mudança de discurso que se materializa mais uma vez com o Rio Grande do Norte obtendo uma rara vitória econômica sobre o pujante Ceará com a Guararapes fazendo mudança de rota preferindo fechar a fábrica de Fortaleza para concentrar a produção em Natal.

Enquanto uns viajam na maionese tratando a decisão como um gesto de magnanimidade de Flávio Rocha com o Rio Grande do Norte motivada pela sua relação afetiva com o Estado, lamento reforçar o clichê de que no capitalismo não existe almoço grátis.

Ele optou por Natal porque tem incentivos do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do RN (Proedi) sem contar que a decisão vem no contexto de uma crise de imagem de um dos maiores empreendimentos do grupo, o Midway Mall, que está sendo questionado por ter passado a cobrar estacionamento dos clientes contribuindo, para tumultuar ainda mais o trânsito de uma das áreas mais conturbadas do tráfego urbano de Natal.

Números

Em quatro anos, o Proedi já rendeu 232 concessões, atraiu 110 novas empresas ao RN e colaborou para a manutenção/geração de 113 mil empregos. O número de oficinas cadastradas no Pró-sertão subiu dede 53 para 116 desde 2019. Atualmente dois mil costureiras(os) estão em processo de qualificação no Estado numa parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Federal do RN (IFRN).

Quando há fuga de investimentos ataca-se quem governa, mas quando o Rio Grande do Norte vence uma disputa é preciso reconhecer.

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Brisa compra briga com ídolo do Plano Palumbo e o argumento dela vai além do debate raso

A vereadora Brisa Bracchi (PT) entrou numa briga de cachorro grande com a elite natalense e com a mídia local ao questionar a cobrança de estacionamento do Midway Mall, maior shopping da capital.

Brisa disse que a cobrança do estacionamento não é um assunto meramente privado, mas algo que envolve a esfera pública.

Confira:

O problema é que o shopping pertence a Flávio Rocha, dono da Richauelo, ídolo do Plano Palumbo, área residencial onde vive a elite natalense. O gesto, logo repercute de forma negativa na mídia, que repercute o pensamento médio do baronato local.

Brisa tem sido bastante criticada. Mas o que circunda o posicionamento dela vai além do debate raso sobre a cobrança ou não do estacionamento. Há outras questões envolvidas.

A questão é se forem aprofundar na história do shopping fica claro que ela tem razão. O sociólogo Daniel Menezes, editor do Blog O Potiguar, relembrou em um texto a forma controversa como o maior shopping do Estado se viabilizou.

O terreno foi doado para um parque industrial. Quando se decidiu colocar ali um shopping a então governadora Wilma de Faria questionou. Especialistas em tráfego urbano atentaram para problemas no fluxo do trânsito. Flávio Rocha, ídolo do Plano Palumbo, ameaçou levar o empreendimento para o Ceará e Wilma cedeu.

A alegação para a cobrança, apoiada não só pela elite como por parte da classe média, é de que tem gente estacionando no shopping e se deslocando a outros lugares.

Se hoje, o shopping beneficiado por doação de terreno e incentivos fiscais, proporciona o caos nas avenidas Bernardo Vieira, da Salgado Filho e da Romualdo Galvão, imagina com a cobrança. Muita gente vai deixar o carro do lado de fora, inclusive para consumir no shopping, piorando ainda mais o trânsito.

Pelo visto, Brisa tem razão. Não se trata apenas de uma simples decisão privada. Tem muito interesse público envolvido.