A vereadora Brisa Bracchi (PT) entrou numa briga de cachorro grande com a elite natalense e com a mídia local ao questionar a cobrança de estacionamento do Midway Mall, maior shopping da capital.
Brisa disse que a cobrança do estacionamento não é um assunto meramente privado, mas algo que envolve a esfera pública.
Confira:
O problema é que o shopping pertence a Flávio Rocha, dono da Richauelo, ídolo do Plano Palumbo, área residencial onde vive a elite natalense. O gesto, logo repercute de forma negativa na mídia, que repercute o pensamento médio do baronato local.
Brisa tem sido bastante criticada. Mas o que circunda o posicionamento dela vai além do debate raso sobre a cobrança ou não do estacionamento. Há outras questões envolvidas.
A questão é se forem aprofundar na história do shopping fica claro que ela tem razão. O sociólogo Daniel Menezes, editor do Blog O Potiguar, relembrou em um texto a forma controversa como o maior shopping do Estado se viabilizou.
O terreno foi doado para um parque industrial. Quando se decidiu colocar ali um shopping a então governadora Wilma de Faria questionou. Especialistas em tráfego urbano atentaram para problemas no fluxo do trânsito. Flávio Rocha, ídolo do Plano Palumbo, ameaçou levar o empreendimento para o Ceará e Wilma cedeu.
A alegação para a cobrança, apoiada não só pela elite como por parte da classe média, é de que tem gente estacionando no shopping e se deslocando a outros lugares.
Se hoje, o shopping beneficiado por doação de terreno e incentivos fiscais, proporciona o caos nas avenidas Bernardo Vieira, da Salgado Filho e da Romualdo Galvão, imagina com a cobrança. Muita gente vai deixar o carro do lado de fora, inclusive para consumir no shopping, piorando ainda mais o trânsito.
Pelo visto, Brisa tem razão. Não se trata apenas de uma simples decisão privada. Tem muito interesse público envolvido.