Em entrevista ao Foro de Moscow o secretário estadual de Tributação Carlos Eduardo Xavier foi questionando sobre as declarações do ministro das comunicações Fábio Faria (PSD) de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter pago os salários atrasados.
Cadu, como é conhecido, lembrou que o pai do ministro, Robinson Faria (PSD), deixou quatro folhas em aberto e que o Governo Fátima Bezerra (PT) quitou três com recursos próprios. “Fizeram uma gestão pífia e não aceitam o que a gente fez”, frisou.
Ele ainda citou a nota do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que desmentiu a história contada por Fábio e lembrou que o pai do ministro utilizou recursos da saúde para pagar servidores.
“Essa turma não consegue lidar com a realidade que a gente encontrou um estado destruído por eles e conseguimos estruturar”, frisou.
Ontem o ministro da comunicações Fábio Faria (PSD) cumpriu agenda em Natal lançando 20 pontos de Internet do Programa WiFi Brasil.
A presença de Fábio, logicamente, ganhou contornos políticos ainda mais pelo fato dele atuar como uma espécie de ministro dos fatos alternativos.
Em entrevista ao Meio-Dia RN (96 FM) ele voltou a dizer que a governadora Fátima Bezerra (PT) utilizou recursos federais enviados para covid-19 para pagar salários atrasados. O ministro insistir no assunto é um atentado aos fatos verídicos. O próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE) já desmentiu a informação e o mais irônico: foi o pai dele, Robinson Faria (PSD), quem deixou quatro folhas atrasadas para Fátima pagar.
Mas o ministro dos fatos alternativos seguiu duelando com a realidade dizendo que vai tudo bem entre ele e o ministro do desenvolvimento regional Rogério Marinho quando este está lhe deixando para trás na articulação com as forças conservadoras para se viabilizar ao Senado e que está “de namoro” com deputado federal Beto Rosado que está prestes a perder o comando do PP para ele.
Outro fato alternativo de Faria foi a acusação de que a governadora “só faz politicagem” quando na verdade ele organizou um evento em que ela sequer a convidou para o evento. Já pensou em algo nesse sentido nos tempos em que o pai dele era governador? A secretária de turismo Ana Morais foi ao evento e sequer foi chamada para compor o dispositivo das autoridades presentes.
Mas o evento teve ares de realidade paralela a começar pelo fato de o ex-governador Robinson Faria ter ido discursar num lugar em que a atual governadora deveria ocupar. No discurso, o pai de Fábio Faria declarou que o RN ali estava unido. Unido? Que união é essa que exclui a governadora, três senadores e teve a ausência anotada do presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) que alegou não estar vacinado para comparecer.
União sem as principais autoridades políticas do Estado?
Num cenário em que o Brasil se aproxima de meio milhão de mortos por causa da covid-19 o ministro do turismo Gilson Machado fez um show musical e prometeu homenagear com um música o casal de deputados Carla Dickson e Albert Dickson, ambos do PROS, conhecidos pela propagação de tratamentos ineficazes contra a covid-19.
Tudo como se o país estivesse as mil maravilhas a ponto da visita de Gilson não render nenhuma discussão sobre a crise do turismo no RN e a necessidade de socorrer o “trade”.
No meio da farra ainda sobrou tempo para anunciar R$ 1,6 milhão para um teleférico no Santuário de Santa Rita de Cássia, na cidade Santa Cruz.
Foi um encontro da realidade paralela com o ministro dos fatos alternativos.
O governador Robinson Faria (PSD) se sente em um mundo à parte onde a gestão dele é de excelência, o povo está ao lado dele e está pronto para derrotar toda a classe política do Estado. Pelo menos foi o que ele demonstrou em entrevista aos jornalistas Thaisa Galvão e Eugênio Bezerra da FM Cidade.
Sem qualquer preocupação o calendário ele falava dando a impressão de ainda estar em 2014 ao lembrar que após ser isolado pelos grupos tradicionais acabou vencendo as eleições derrotando Henrique Alves, atualmente um presidiário. “Quando eu saí do governo (após romper com a então governadora Rosalba Ciarlini) todo mundo rompeu comigo. Eu era um ‘leproso’. Ninguém queria nem tomar um café comigo e hoje sou governador do Estado”, disparou.
Cada vez mais isolado, Robinson acredita que o povo está ao lado dele. “Querem me isolar de novo? Que tentem me isolar. Quero ver é me isolar do povo do Rio Grande do Norte”, disparou.
O governador disse ainda que quebrou paradigmas e em três anos fez o que não fizeram em 30 anos. “Isso que é o novo”, argumentou.
Com mais de 85% de desaprovação, governador mais impopular da história potiguar, Robinson disse que pode ser candidato até sozinho. Ele também acredita que a crise acabou e quando começar a explicar o povo perceberá que nasceu “um novo Rio Grande do Norte”. “Quando cortina que escondia o belo for descortinada o belo vai aparecer”, projetou.
Nota do Blog: alguém precisa convencer Robinson Faria a fazer as pazes com a realidade.