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Crônica

O “isentão”

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Por Bruno Barreto

O “isentão” é um espécime curioso na fauna políticas das redes sociais. É acima aquele chato que se coloca acima dos demais e está sempre com o dedo apontado para os outros com a intenção de desacreditá-los e encher o peito que venceu o debate.

O “insentão” é o chamado moralista de goela. Todos os outros são corruptos, menos ele. É a figura que se coloca sem qualquer contradição. Ele é liberal na economia, mas é um concurseiro de plantão. É o cara que manda o esquerdista abrir um negócio para ver como é difícil ser empresário, mas ele mesmo não bota não tem nenhuma bodega. Pode reparar, o “isentão” sempre foca seus ataques aos esquerdistas.

O “isentão” se diz honesto e “cidadão de bem”. Mas estaciona o carro na vaga de deficientes e idosos, faz fila dupla na frente da escola, dá “bola” ao guarda de trânsito para se livrar da multa ou é próprio guarda corrupto.

O “isentão” não diz não ter ideologias e sempre tenta encerrar as discussões com o argumento de que “esse negócio de esquerda e direita não existe”. O problema é que o “isentão” diz não ter posição, mas se posiciona. Geralmente ele é de direita, mas não admite. Ele procura desesperadamente um muro para subir. Geralmente encontra isso dizendo que vota em Marina Silva para presidente.

O “isentão” diz querer todos os corruptos presos, mas na TL dele só existem memes tratando da corrupção petista. Ele só compartilha notícias negativas contra a esquerda nos grupos de Whatsapp. Quando é pressionado pelo interlocutor, ele geralmente ataca a esquerda para justificar sua própria incoerência.

“Por que a esquerda não vai para as ruas pedir a prisão do Aécio?”. É a muleta padrão para justificar-se.

O “isentão” brada “fora todos”, mas a prisão de Lula ele já está de bom tamanho para ele.

O “isentão” defende votar no “novo” e não reeleger os que estão aí, numa ingênua e estreita visão de como funciona a política. Ele não consegue entender que não adianta mudar os nomes sem mudar o sistema e fazer o controle social sobre a atuação política. É um acomodado político que aparece de quatro em quatro anos nas urnas para votar nos mesmos de sempre mesmo pregando o extermínio deles da política.

O “isentão” prometeu dar sequência a limpeza política pedindo pela saída de Temer, mas teve duas grandes chances e ficou calado. Ele culpa o PT por ter escolhido Temer como vice nas eleições de 2014 para tentar justificar a sua incoerência.

Veja: para o “isentão” a culpa é sempre do PT!

O “isentão” possui um sentimento de superioridade moral em relação a quem assume posições claras seja pela esquerda ou direita.

O “isentão” diz odiar política e que todos os políticos são ladrões. Ele generaliza o debate e adora classificar como fanáticos quem discorda dele.

Autoproclamar-se “neutro” é o maior orgulho do “isentão”.

O “isentão” é um chato acima de tudo, mas também é um hipócrita. Ele pode ser eu ou você!

O “isentão” vai reclamar desse texto!

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Enquanto o Brasil leva banho de solidariedade, Temer está preocupado em não ser vaiado

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Coisa feia! O Brasil inteiro chocado com a morte de jornalistas, dirigentes e atletas no voo que deveria levar a Chapecoense para a glória e o presidente Michel Temer preocupado em não ser vaiado.

Isso mesmo! Temer quer fazer uma solenidade fechada no aeroporto com os familiares dos atletas. A reação insensível do presidente provocou irritação do pai do jogador Felipe Machado: “Eu não vou lá. Cumprimentar ele para que? Eu vou cumprimentar o presidente para dar ibope pra ele na política? Deixe ele lá. Para pra pensar. Eu vou deixar meu filho velando e vou lá encontrar o presidente? Qual a razão? Quem está com problema sou eu. Ele que tem que vir me ver”, disparou.

A frase resume bem a situação. O presidente quem deve descer do pedestal e ir prestar solidariedade ao seu povo deixando a vaidade insensível de lado.

Num momento como esse o que menos importa é se o presidente vai ou não ser vaiado.

Desculpe a franqueza (e a passionalidade), mas enquanto Temer estiver aboletado no Palácio do Planalto sentirei vergonha de ser brasileiro!