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Fátima errou!

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Fátima recuou após reação nas redes sociais (Foto: Web/autor não identificado)

Vou desagradar a gregos, troianos e seja quem for. Mas não me perdoaria se ficasse em silêncio vendo a hipocrisia e a histeria de setores de uma classe média irreflexiva que não consegue compreender questões orçamentárias e quais são os serviços fundamentais em tempos de pandemia.

Sim, a governadora Fátima Bezerra (PT) errou ao baixar a cabeça diante da dispensa de licitação para contratar uma agência de publicidade para veicular uma campanha de conscientização ao coronavírus. Faltou ao Governo a tranquilidade de prestar esclarecimentos ao povo potiguar sobre a importância da comunicação.

Vou ser franco e sincero mesmo que isso me custe a perda de leitores e questionamentos sobre minha honra, mas vou tratar de fatos que precisam ficar claros mesmo que você não se convença.

O contrato de R$ 3 milhões não era um valor alto. Seriam seis parcelas de R$ 500 mil. O orçamento mensal do Governo do Estado para o setor é de R$ 1,5 milhão. Desde o dia 28 de fevereiro a administração estadual está sem contratos de agência de publicidade e a nova licitação vai durar meses.

Por princípio não gosto de dispensa de licitações, mas neste caso a excepcionalidade salta aos olhos.

Neste momento de pandemia são fundamentais os entregadores de delivery, os policiais, profissionais da saúde, trabalhadores da limpeza urbana e os meios de comunicação.

Sim, os meios de comunicação.

É o jornalismo bem feito quem te blinda das fake news que geram tanta confusão. Com as empresas parando de funcionar quem você acha quais são os primeiros cortes? Na publicidade. E estão certas, diga-se.

Em situação normal, o maior cliente dos veículos de comunicação do Rio Grande do Norte é o Governo do Estado. Aí sem a publicidade estatal, o que vai acontecer? Salários vão atrasar e as demissões vão acontecer. Você sentir falta da informação necessária para tomar decisões. A situação vai piorar.

O Governo precisa prestar esclarecimentos por meio de campanhas educativas. Se fosse promoção pessoal da governadora estaria pronto para denunciar, mas não era o caso. O chamado para dispensa de licitação deixou bem claro do que se tratava a destinação dos recursos.

É necessária muita atenção para contrapor-se ao discurso obscurantista do presidente Bolsonaro.

Defendo a intervenção estatal para preservar empregos e empresas. Os veículos de comunicação serão fundamentais na sua vida e se eles não sobreviverem será você o maior prejudicado. Será você o refém das notícias falsas. Talvez você nem fique sabendo quando a pandemia acabar.

A governadora errou. Seguiu o conselho dos antipetistas, agradou um público que a detesta, recuou quando poderia esclarecer do que se tratava.

A imprensa do Rio Grande do Norte se calou e em alguns casos até fez coro para a propagação de uma informação que agrada a classe média irreflexiva. Prefiro dar a cara a tapa para botar a bola no chão e te colocar para refletir sobre a importância do jornalismo e da publicidade neste momento. Não peça trabalho voluntário de quem ganha mal. Isso! Jornalistas no Rio Grande do Norte recebem em média salários baixíssimos. O piso salarial do jornalista potiguar é menor que o salário inicial de um policial militar. Estou fazendo a comparação por considerar duas profissões fundamentais neste momento.

Em tempos de pandemia comunicação é artigo de primeira necessidade e não luxo. Se você não conseguiu entender tudo isso, paciência. A minha consciência está em paz com a exposição deste texto. Estou trabalhando voluntariamente cerca de 16 horas/dia sem descansar nos finais de semana.

A governadora errou!

Entenda isso como quiser!

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Bispo vai celebrar eucaristia por meios de comunicação a partir deste domingo

Bispo vai celebrar eucaristia nos meios de comunicação (Foto: cedida)

O bispo Diocesano de Mossoró, Dom Mariano Manzana, vai celebrar a Eucaristia através do rádio e TV a partir deste domingo, 22.

A medida faz parte do plano de ação para o período de isolamento social provocado pela necessidade de prevenção ao Coronavírus.

A transmissão da missa deste domingo terá o apoio de todas as rádios AMs e FMs de Mossoró e de diversas emissoras da região Oeste do Estado em cadeia com a Rádio Rural de Mossoró.

A TCM Telecom Canal 10, a TV Mossoró e a rede Telecab vão transmitir também a Santa Missa pela Saúde.

Também será possível assistir a celebração pelo Facebook e YouTube da Paróquia Santa Luzia Mossoró e pelo Facebook da Diocese de Mossoró.

Serviço:

Domingos às 11h;

Segunda a sábado às 18h.

Emissoras parceiras:

Rádio Rural de Mossoró 990 AM

Rádio Difusora 1170 AM

Rádio RPC Mossoró 1060 AM

Rádio FM 105 Santa Clara

Rádio 95 FM de Mossoró

Resistência 93.7 Mossoró

Liberdade FM de São Miguel

Rádio FM Fraternidade Umarizal

Venha Ver FM

Rádio Dumbo FM 96.5 de Pau dos Ferros

FM Portalegre 104.9

Ação Web Rádio de São Miguel

Opção FM de Coronel João Pessoa

98FM de Apodi

LutaFM de Apodi

Rádio Vitória FM de Marcelino Vieira

A Rádio Voz Serriense de Serrinha dos Pintos

Minha Vida FM 107,9 – Martins

Rádio educadora Patuense 87.9 – Patu

A Rádio FM Salinas 104,9 – Grossos

FM Bom Lugar 104,9 –  Severiano Melo

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Drauzio Varella e o erro da Globo

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Assessoria de Comunicação atrelada ao Marketing Digital

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Por Vera Lúcia Rodrigues*

Há uma complementariedade entre a assessoria de imprensa e o marketing digital, que precisa ser mais bem explicada. Um bom serviço de assessoria de imprensa é fundamental para divulgação de uma empresa de qualquer porte. É importante que esse trabalho seja bem organizado e diferentemente da comunicação publicitária, a assessoria de imprensa consegue dar mais relevância para seu cliente na medida que ela envolve o jornalista das diferentes mídias no seu trabalho.

Quando uma empresa faz uma comunicação publicitária, ou seja, um anúncio, que é publicado e pago por essa inserção, é a empresa falando dela mesma. Quando uma empresa usa o serviço de assessoria de imprensa para divulgá-la, todos sabem que ao publicar uma matéria, é o veículo que está falando a respeito dela. Não é a empresa pagando para falar dela mesma. De fato, é o veículo que resolve publicar a notícia da empresa, ou um press release, ou fazer uma entrevista, portanto, empresta sua credibilidade para esta empresa que está usando a assessoria de imprensa.

De outro lado, mais modernamente, o marketing digital tem como proposta fornecer um conteúdo que seja relevante para poder ajudar nas palavras-chaves que o grande mestre Google vai indexar, para permitir que a empresa apareça nos mecanismos de busca.

A assessoria de marketing ou seu inbound marketing vai produzir um conteúdo que leve em considerações as palavras-chaves que vão ser pesquisadas no Google para que o anunciante apareça. Ele vai publicar esse conteúdo produzido pela agência no site dele e sempre nas suas mídias sociais. Portanto, o anunciante tem uma limitação determinada pela própria atividade.

Quando a empresa agrega uma assessoria de imprensa neste processo e ela também informa as palavras-chaves que podem otimizar a busca orgânica dessa empresa, da presença digital, esses textos produzidos pela assessoria de imprensa, que também são conteúdos da mesma forma que o marketing digital, vão para os canais que têm pertinência editorial.

Desta forma a assessoria de imprensa vai procurar todos os sites, blogs, jornais, revistas, mídias online, programas de entrevistas, que tenham a ver com a atividade da empresa para publicar o texto com as palavras-chaves do cliente. O resultado é imbatível. De um lado você tem o marketing de conteúdo e do outro a assessoria de imprensa, que também dá capilaridade para esse marketing de conteúdo, que, sem assessoria, fica restrito às mídias do cliente.

A assessoria de imprensa pode transformar esse conteúdo num material noticioso e desta forma consegue espalhar essas notícias por vários canais, de tal sorte que os robôs do Google podem rastrear esses textos e posicionar melhor a busca orgânica do cliente.

Resumindo, são duas ferramentas imprescindíveis hoje para quem quer ter relevância digital, quem quer ser encontrado pelo Google ou por outros mecanismos de busca como Yahoo e outros. Quando alguém precisa de um serviço ou produto de uma empresa X e digita o nome da marca X dessa empresa e ela aparece na primeira página, certamente esse é o resultado de uma forte presença digital. Assim, concluímos que a junção do marketing digital e da assessoria de imprensa é fundamental para garantir uma presença constante nos mecanismos de busca.

*É jornalista, professora universitária e diretora da Vervi Assessoria de Imprensa. É graduada e mestre em Comunicação pela ECA/USP.

 

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A hora H na assessoria de imprensa

Paulo Sérgio Pires*

“Relógio que atrasa não adianta”. Esse despretensioso jogo de palavras pode traduzir precisamente um dos maiores problemas atualmente do serviço de assessoria de imprensa: o gerenciamento de tempo inadequado dos clientes na divulgação dos press releases para a imprensa.

Para um executivo de gestão, comunicação ou de marketing muitas vezes é difícil entender o quanto o tempo é uma questão central no jornalismo. No filme Noivo em Fuga, um personagem resumiu muito bem o assunto, definindo que “o jornalismo é a literatura que tem pressa”. Por isso, o processo decisório nesse espaço é quase sempre muito acelerado e não volta atrás. Uma vez perdido um prazo ou um fechamento de edição dificilmente alguma coisa poderá ser recuperada e refeita.

Os jornalistas, queiram ou não, são escravos do momento. Por sinal, jornalismo e imprensa nasceram regidos pelo tempo. Recorrendo à etimologia, o jornalismo vem do francês “journal”, que corresponde à relação diária (jour=dia) ou publicação periódica. Daí também surgirem outros termos que têm essa ligação intrínseca como periódico, que em espanhol significa jornal, e giorno, palavra que em italiano é dia e seu derivado para jornal é gionarle. Um jornal diário, que foi durante séculos a mídia básica da humanidade, sai todos os dias e não pode cabular edição. Isso é sagrado. Houve tempos também que alguns diários produziam três edições por dia: Matutina, vespertina e noturna. Em situações emergenciais há também a famosa edição extra.

Para um decisor em comunicação corporativa é essencial que entenda que não é seu tempo que importa para a opinião pública, mas na prática é o tempo dela que conta realmente. Por exemplo, se uma fábrica foi inaugurada e a diretoria só decidiu que deveria divulgar isso três meses depois do acontecimento por uma razão particular, o fato deixa de ter relevância para a imprensa e passa a ser apenas história da empresa. Para uma publicação, a informação só é importante se ela irá influir no universo dos seus receptores ou se pode ser transformada em conhecimento ou alguém usá-la para algum fim relevante.

A informação em jornalismo tem urgência e há quase uma obsessão da busca para publicação de notícias em primeira-mão, o chamado ‘furo jornalístico’. “Quando não é possível conseguir sair na frente, então, que se saia junto com os outros veículos”, é o pensamento dominante da indústria jornalística.

O jornalismo, em verdade, tenta ser a fotografia imediata do fato e a publicação da notícia dependerá também da periodicidade de cada veículo. Há meios de comunicação em ‘tempo real’ como as agências de notícias, aqueles que podem transmitir ‘ao vivo’ como rádios e TVs, como também os diários, os semanários (hebdomadários), quinzenários, mensários, veículos bimestrais, trimestrais, quadrimestrais, semestrais e até anuais. A partir das publicações bimestrais fica mais comum encontrá-las apenas na mídia especializada e científica. A dita ‘grande imprensa’ ou mainstream press (MSM) é quase sempre instantânea, no máximo mensal. Mas qualquer que seja a periodicidade, todos os veículos têm compromisso rigoroso com seu receptor, seus anunciantes e por consequência com seus rígidos fechamentos de edição (deadline ou linha da morte).

Uma notícia ou reportagem velha não serve para muita coisa na mídia, e ainda mais, hoje em dia, quando as redes sociais, mesmo que não sejam jornalismo ou imprensa, costumam despejar informes à população antes da imprensa, por causa da proximidade e autonomia do emissor com esses canais. No entanto, as redes sociais não têm um protocolo da divulgação formal, nem uma técnica discursiva própria, nem um código de conduta, que imponha limites aos seus produtos midiáticos.

Quase tudo é permitido nos posts/publicações e tuítes. Encontram-se facilmente nesses espaços mensagens múltiplas, fotos, fofocas, fakenews, áudios, streamings, comentários, reclamações, alertas, avisos, piadas, estórias, recados, etc.etc.etc. E como afirmou o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão, “quem escreve, escreve o que quer”. Mas na técnica jornalística, além do texto claro, objetivo, preciso e conciso é necessário que seja ágil. Os bons jornalistas são verdadeiros ‘Lewis Hamilton’ do relato, da narrativa, de como contar um acontecimento com velocidade.

Os profissionais dos jornais impressos, possivelmente a mídia mais profunda, todo dia têm um bom espaço em branco para ser preenchido. Se por acaso uma matéria chegar após o fechamento de nada adiantará. Tudo tem seu tempo e especialmente no jornalismo porque a notícia velha não tem nada de novo, portanto deixa de ser notícia.

Nos telejornais o duelo contra o tempo também é uma luta de samurais. Aqui os repórteres, produtores e editores também enfrentarão o ‘inimigo tempo’ com galhardia. Os jornalistas trazem as imagens de campo, entrevistas (sonoras) e às vezes a narração gravada da matéria (off). A seguir os editores de VT montam na ilha de edição a reportagem de acordo com as diretrizes dos editores de texto e tudo supervisionado pelos editores de jornalismo. O projeto da edição do telejornal ou ‘espelho’ precisa ser concebido com rapidez no decorrer do dia até o fechamento da edição.

Em geral, o telejornal de uma cabeça de rede tem meia hora de duração, mas leva o dia inteiro para ser produzido. E quando ele vai ao ar, acontece impreterivelmente a X horas, nem mais, nem menos. Trata-se de um encontro marcado preciso, matemático e impiedoso. Algumas vezes, a matéria pode cair, mas com certeza haverá outra muito em breve com o mesmo número de segundos que a anterior para substituí-la. Se o material bruto não for editado a tempo, finalizado até seu horário limite, de nada valerá o esforço desprendido. Jornalistas que falham em suas entregas não têm muito tempo ou vida longa na profissão.

De todas as periodicidades jornalísticas a de ‘tempo real’ possivelmente seja a mais desafiadora no que diz respeito ao fechamento, porque os segundos reinam absolutos, soberanos como aqueles imperadores que cortam as cabeças dos inimigos. Nas redações das agências de notícias, repórteres, redatores e editores correm contra os ponteiros do relógio para noticiarem o acontecimento o mais próximo do fato, que é a filosofia do “tempo real’. Por isso, as notas e notícias são ‘flashes’, que reduzem ao absolutamente essencial para serem levadas aos leitores e internautas quase que instantemente. Gritos às vezes também fazem parte do tempero editorial nas suas redações. E o resultado é comemorado em muitos momentos. Houve uma vez em que a agência Reuters se vangloriou, porque deu a notícia dois minutos depois que o líder da União Soviética de então, Mikhail Gorbachev, deixou seu cargo.

No rádio, como as matérias são transmitidas muitas vezes ‘ao vivo’ pelo celular, não há muitos entraves de prazos e com frequência nem é preciso redigir o texto, o que levaria mais algum tempo. A situação radiofônica pode ser narrada prontamente, sendo muito parecida com os ‘vivos’ das televisões. Mas vale deixar claro, que a maior parte de um telejornal ou radiojornal é produzida com diversas matérias previamente gravadas, que são inseridas no seu roteiro final.

Então, é de total importância, que porta-vozes, fontes informativas e gestores de releases fiquem mais conscientes de que “o tempo não para”, como cantava Cazuza, e convém destacar ainda que nesse ambiente comunicacional isso é para todos indistintamente, até para os geradores da informação.

Um anônimo definiu certa vez que “o tempo tem duas caras, se bem aproveitado será um grande aliado, senão será seu pior inimigo”. Na mídia é assim e isso é dogmático. Há também outros pensamentos sobre essa questão como o da atriz, escritora e cineasta Liv Ullmann, que indagou num dia filosófico: “Por que o tempo é tão implacável, roubando-nos as oportunidades se não formos suficientemente rápidos para agarrá-las imediatamente? Pois bem, esse artigo termina por aqui, porque o tempo acabou.

*É gerente de atendimento da Vervi Assessoria e Comunicações, jornalista, publicitário e professor de Comunicação. É pós-graduado/especialista e mestre em Comunicação pela USP, onde foi pesquisador-bolsista.

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Blog do Barreto estará no Enfoque Político

Convidado pelo apresentador Saulo Vale (Blog Saulo Vale) o Blog do Barreto estará no programa Enfoque Político exibido na Super TV através 14.1 na TV aberta e 173 na Brisanet. A conversa começa às 18h45.

O programa também estará disponível ao vivo na fanpage do canal no Facebook.

Na conversa abordaremos assuntos relacionados as eleições 2020.

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Conversa de Alpendre recebe Daniel Sampaio e Gutemberg Dias

Gutemberg Dias está no programa de hoje (Foto: cedida)

Dando continuidade ao Verão TCM, o programa Conversa de Alpendre desta semana recebeu, nos alpendres de Tibau, os pré-candidatos à prefeitura de Mossoró, o médico psiquiatra Daniel Sampaio (PSL) e o empresário Gutemberg Dias (PCdoB), que conversaram com os jornalistas Carol Ribeiro e Moisés Albuquerque.

Dr. Daniel falou sobre a necessidade de Mossoró ser “renovada”, os planos de eventos de negócios na cidade, a ligação direta com o presidente Jair Bolsonaro e a possibilidade de não se criar a tempo para a eleição o novo partido “Aliança pelo Brasil”.

Daniel Sampaio é um dos entrevistados (Foto: cedida)

Já Gutemberg Dias defendeu a união da oposição “sem vaidades”, a aliança histórica com o PT e a possibilidade do partido PCdoB passar por uma renovação.

As entrevistas completas vão ao ar hoje (17), às 20h10, na TCM Telecom. O programa também pode ser acompanhado pelo tcm10hd.com.br ou pelo ap TCM10Play. A reprise acontece no domingo, às 17h.

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E de repente aquele curso improvisado virou o melhor do país

Era algum dia de agosto de 2003 quando vários jovens e alguns não tão jovens assim saíram de casa para realizar o sonho de se tornar jornalistas, radialistas e publicitários. Foram os 45 aprovados no vestibular da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Ao chegar na universidade foi assustador para todos nós. O curso era mambembe. Não tinha corpo docente, a grade curricular era improvisada e nem prédio a gente tinha para estudar.

Enquanto o curso de medicina estava com a construção de seus blocos de salas de aula a todo vapor antes mesmo de realizar seu primeiro vestibular, a primeira turma de comunicação recebia os conteúdos no laboratório de cartografia.

Aqueles alunos eram conscientes que eram as “cobaias” e nunca baixaram a guarda. Foram muitas lutas, greves de aula até a construção do primeiro bloco, chegada dos primeiros equipamentos e realização do concurso.

No primeiro concurso chegaram os professores Marcília Gomes, Veruska Sayonara e Ricardo Silveira. No semestre seguinte foram convocados Jeferson Garrido, Giovani Rodrigues e Fabiano Morais.

O curso começava a ganhar cara, o departamento foi criado e as coisas foram evoluindo com muito esforço. Foram muitas desavenças e guerras de ego no corpo docente, mas nada disso impediu o surgimento dos primeiros resultados logo na sofrida primeira turma. Grandes profissionais foram entregues ao mercado em 2007 quando os primeiros alunos colaram grau.

É inegável a melhora na qualidade do jornalismo praticado em Mossoró após o curso. Diria que a mídia local tem um antes e depois do DECOM/UERN.

Nossa formação foi muito improvisada. As aulas de planejamento gráfico foram realizadas na redação de O Mossoroense, gentilmente cedida pelo hoje professor do DECOM/UERN Cid Augusto. As aulas de TV foram nos estúdios da TCM, graças à boa vontade do então reitor Milton Marques de Medeiros.

Faltava estrutura, sobrava garra.

Hoje o Departamento de Comunicação da UERN celebra a conquista do curso de jornalismo, considerado o melhor do Brasil. Para mim é só um detalhe a nota nos Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2018 divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC). Escrevo isso por causa dos resultados do curso de jornalismo são diários com a rotina de alunos ganhando espaço no Geração Futura, com os profissionais formados na UERN conquistando espaços no mercado de trabalho de trabalho não só em Mossoró, mas também outros centros como Natal e Fortaleza.

Esse ano tive a missão de produzir a retrospectiva da UERN e fiquei impressionado com a quantidade de conquistas dos egressos do curso de comunicação em várias áreas.

Tenho muito orgulho de ter sido parte desta história lá no comecinho e de ver os frutos sendo colhidos em tão pouco tempo. A UERN, tão combatida por setores obscurantistas da elite natalense, escolhe dá sua resposta com esse tipo de resultado.

Pois é! O curso que nasceu improvisado hoje é o melhor do país.

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Jornalista mossoroense ganha prêmio nacional

Com esta foto Jeane Meire ficou em segundo lugar no Prêmio Cidadania em Foco” (Foto: Jeane Meire)

Blog Saulo Vale

A Jornalista mossoroense Jeane Meire ganhou o segundo lugar do concurso de fotografia “Cidadania em Foco”, fruto de um esforço conjunto de servidores da Ouvidoria-Geral da União, em Brasília, e do Núcleo de Ações de Ouvidoria e Prevenção da Corrupção da Controladoria Regional da União no Estado de Minas Gerais (CGU MG).

A categoria em que a mossoroense foi uma das vencedoras contempla fotografias que mostram situações nas quais os serviços e políticas públicas não estão sendo executados adequadamente e, portanto, podem ser objeto de reivindicação de melhorias, através da participação social.

Invisibilidade Social

A fotografia, com título “Invisibilidade Social”, foi feita nas proximidades do Mercado Público da Cobal, em Mossoró e a repórter fotográfica captou a realidade de centenas de pessoas que vivem nas ruas da cidade.

“Este homem trabalha limpando carros. Mas, as pessoas não olham para ele. Não sabem sua idade, se tem família, não procuram saber sua história. Ele só é visto através do trabalho e por causa do trabalho. Apenas um limpador de carros, infelizmente. Assim como ele, há centenas em nossa cidade. Precisamos olhar mais ao nosso redor. Enxergar as pessoas de verdade”, ressalta Jeane Meire.

A premiação será nesta terça-feira, 03, às 14h, em Brasília.

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Ataque raso

O mundo das redes sociais desvendou o mistério de uma das áreas mais difíceis de trabalhar na pesquisa em ciências sociais: os estudos sobre recepção das notícias.

A teoria da agulha hipodérmica não se confirma. O público não absorve as notícias como algo pronto e acabado. Pelo contrário duvida e muito do que nós jornalistas noticiamos.

A profissão que escolhi está em crise.

Mas essa reação não se dá por critérios como cidadania ou desejo de querer esclarecer os fatos. Numa sociedade politicamente polarizada como a nossa as versões são mais importantes.

A pós-verdade controla as mentes. As pessoas acreditam no que querem e não no que se impõe como fato. A cobrança por imparcialidade não é fruto do clamor por bom jornalismo, mas para que se denuncie os adversários e se cale contra os aliados.

Resumindo: ninguém é imparcial.

Essa postura é ruim porque empobrece qualquer debate. É péssimo porque a verdade é a maior vítima.

No meio disso, os argumentos desaparecem. É como se o público quisesse um jornalista moldado à sua corrente de pensamento. Enxergar qualidades em quem pensa diferente é um exercício de bom senso pouco usado.

O mais importante é “lacrar”, “mitar” ou coisa que o valha. O interesse maior não é travar o bom debate, mas deslegitimar quem está tentando propor uma discussão. É uma tática boa para o líder político que está se beneficiando com isso, mas ruim por ser autoritária. Trata-se de uma demonstração, também, de indigência intelectual de quem apela a este recurso. É preciso refletir sobre o que é escrito, diferenciar notícia de artigo de opinião.

Nas redes sociais, principalmente no Facebook, percebo um deserto de pobreza argumentativa. A maioria das pessoas aparecem para xingar quando discordam. “comunista”, “petista”, “assessor do PT”, “parcial” e tantos outros adjetivos fazem parte da minha rotina. Já sofri com isso, hoje dou boas risadas embora não seja tão paciente quanto dizem.

Antes de criticar um texto se pergunte: “por que discordo?”, “no lugar dele o que eu escreveria?”, “tem alguma mentira/omissão?” ou “o que faltou neste texto?”. É uma forma mais interessante de se debater os fatos.

As Redes Sociais viraram apenas um ponto para o julgamento inquisitorial de haters. Lidar com isso será um grande desafio para os jornalistas nos próximos anos. Uns preferem se ausentar do debate em nome da saúde mental, outros escolhem tentar argumentar dando murro em ponta de faca. Cada um reage dentro da sua visão de mundo e eu respeito quem prefere não se desgastar.

Gostaria mesmo era de que as pessoas rebatessem um artigo ou notícia que publico com argumentos. Para mim seria um exercício intelectual interessante porque me levaria a refletir sobre o que estou produzindo.

Pena que raramente acontece.