Categorias
Matéria

RN chega a 47ª morte por covid-19

 

No início da noite desta segunda-feira, 29, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal confirmou a 11ª morte por covid-19 na capital.

A vítima era uma idosa de 80 anos que sofria de diabetes, hipertensão e cardiopatia.

Assim o Rio Grande do Norte chega a 47 mortes causadas pela doença.

Natal e Mossoró são as cidades com o maior número de óbitos sendo 11 em casa uma delas. A depender do critério a capital do Oeste pode ser considerada com 12 mortes porque houve um caso que um paciente do Ceará que faleceu na cidade.

Categorias
Matéria

Isolda destina emendas para pequenos negócios

Isolda faz proposta em favor dos pequenos negócios (Foto: cedida)

Que a pandemia do Covid-19 fragilizará ainda mais a população vulnerável é fato. Na economia, os pequenos comerciantes locais e produtores rurais estão sendo os mais impactados. A economia solidária é um setor composto por homens e mulheres que produzem de forma coletiva e autogestionada e que já faz outra economia acontecer no RN. Através de ações e emendas destinadas à economia solidária, a deputada estadual Isolda Dantas busca estimular estes pequenos empreendimentos.

Isolda destinou 150 mil reais em emendas para Economia Solidária produzir kits hospitalares. Além disso, solicitou que a SETHAS compre enxovais hospitalares da produção destes empreendimentos solidários e solicitou à Agência de Fomento do RN S.A, AGN, a criação de linha de crédito especial para cooperativas da economia solidária com juros zero e carência mínima de 90 dias.

Em suas redes, Isolda defende que o momento não se trata de uma briga entre economia e vidas: “Uma coisa não descarta a outra. Neste momento, é essencial manter a economia girando, portanto, apoiar e fortalecer a economia solidária é também fundamental”.

Categorias
Matéria

Natal já registrou dez óbitos por coronavírus

Dados do boletim da SESAP RN foram extraídos às 23h de ontem, 26 (Imagem: Reprodução)

Dez pessoas com diagnóstico positivo para o novo coronavírus já perderam a vida na capital do Rio Grande do Norte. O décimo óbito foi informado pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal no sábado passado, 25.

De acordo com o site da Prefeitura, “a paciente, do sexo feminino, 83 anos, com históricos de pneumonias de repetição e de epilepsia, acamada por fratura de fêmur, buscou o serviço público em 20 de abril, sendo transferida para outra unidade com UTI em 21 de abril, evoluindo para óbito no dia 25 de abril”.

O primeiro óbito com confirmação de Covid-19 na capital do RN foi de homem de 23 anos de idade, que morreu na noite de 31 de março.

Dados do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN) informam que Natal tem 396 casos confirmados de coronavírus, 2.136 casos suspeitos e 396 descartados.

Nota do Blog: Mossoró chegou a 11 mortes hoje.

Categorias
Matéria

Pagamento do auxílio emergencial gera aglomeração em agência da Caixa

Filas colocam pessoas em risco de contágio de covid-19 (foto: cedida)

Como era de se esperar o pagamento presencial do auxílio emergencial gerou aglomerações na frente da agência da Caixa Econômica Federal da Rua Coronel Gurgel, no Centro de Mossoró. A situação favorece a propagação do novo coronavírus.

O problema decorre da exclusão digital tendo em vista que a maioria dessas pessoas não tem Internet em casa ou planos com 4G, mas também da desorganização do banco que não organiza a fila respeitando as distâncias recomendadas pelas autoridades de saúde.

Hoje estão sendo pagos os benefícios para quem nasceu nos meses de janeiro e fevereiro. Recebem quem não é beneficiário do Bolsa Família e não tem conta em outro banco.

Categorias
Matéria

Sem isolamento social adequado, Sistema de Saúde do RN pode entrar em colapso mais rápido

“O que tem acontecido nos últimos dias tem nos preocupado demais”, afirmou o secretário adjunto de Saúde do RN, Petrônio Spinelli (Imagem: Reprodução)

Com 832 casos confirmados e 45 óbitos por coronavírus, o Rio Grande do Norte tem enfrentado dias de pressão. O alerta foi feito hoje, 27, pelo secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, durante mais uma coletiva de imprensa, realizada em Natal.

“Eu quero iniciar essa coletiva dizendo que esse final de semana foi muito duro para Sesap, para as equipes assistenciais, porque foi um final de semana de muita pressão. De muita pressão assistencial, de muita pressão por demanda por leitos e por regulação. Eu quero começar dizendo isso porque eu tenho dito aqui e quero repetir hoje porque nós estamos avisando à população que todas as medidas de isolamento social são necessárias, particularmente, a necessidade das pessoas, com sua própria consciência, trabalharem para que o isolamento, para que o distanciamento social fique em, pelo menos, 60%. Outro apelo que nós queremos reafirmar no início é que as pessoas precisam usar máscaras, as pessoas precisam cuidar dos seus idosos”, pediu Spinelli.

“O que tem acontecido nos últimos dias tem nos preocupado demais e nós queremos deixar claro que não vai ser por falta de alerta, não vai ser por falta de afirmarmos publicamente que nós estamos avisando que o sistema pode sim entrar em colapso mais rápido do que a gente imaginava”, revelou o secretário.

Com base em dados do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN), ele informou que o Estado conta com 4.122 casos suspeitos, 2.966 descartados e 289 pessoas recuperadas (número que pode ser alterado, conforme dados enviados pelos municípios).

Além dos 45 óbitos confirmados, sete estão em investigação.

Outro ponto que o secretário voltou a comentar foi sobre a faixa etária das vítimas do Covid-91. Em entrevista anterior, Spinelli destacou, naquele momento, o percentual elevado de adultos com menos de 60 anos que faleceram em consequência do coronavírus, resultado, segundo ele, de um maior cuidado com os idosos, quando a pandemia ainda não tinha migrado para classe sociais mais vulneráveis economicamente.

“Eu alertava, naquele momento, que isso acontecia muito em função da capacidade que nós tivemos de proteger os idosos quando essa epidemia estava muito forte na classe média, nos setores que têm uma condição de isolamento um pouco melhor, que tem uma situação social que permite uma proteção maior aos seus idosos e alertava que a possibilidade desse quadro mudar com a ida da epidemia para as periferias e para o interior era muito forte”, relembrou o secretário, antes de informar que quatro dos cinco últimos óbitos registrados no Estado são de pessoas a partir de 60 anos.

 

Taxa de ocupação hospitalar

De acordo com o secretário adjunto de Saúde, hoje o RN tem 39,5% de ocupação dos leitos críticos nos hospitais da rede estadual voltados para o tratamento de pacientes com sintomas do coronavírus. Além disso, ele informou que existem pacientes com Covid-19 que estão sendo tratados em hospitais não voltados especificamente para pessoas com essa enfermidade.

Para Spinelli, o Estado precisa abrir, no mínimo, 50 leitos críticos nos próximos dias. “Se a gente não conseguir abrir a doença poderá, de fato, levar a um colapso antecipado do Sistema de Saúde”, considerou.

Ativação de leitos

Com relação à projeção de novos leitos, Petrônio Spinelli listou as unidades que devem colocar leitos em funcionamento na Região Metropolitana de Natal e no Oeste potiguar.

“Nós trabalhamos muito pesado nessa semana para viabilizar pessoal e condição de a gente ter a plenitude do Giselda nos seus 25 leitos; abrir os dez leitos do hospital da Polícia ainda nas próximas horas, até amanhã, e nós estamos trabalhando fortemente para apressar a abertura do Hospital João Machado”, afirmou.

“Lembramos também que nós estamos abrindo mais dez leitos em Mossoró de UTI e, no mais tardar quarta-feira deveremos ter a abertura de leitos Covid, no hospital contratado em parceria com a Prefeitura de Mossoró e com o Ministério Público, o Hospital São Luiz”, acrescentou.

Os dez leitos de UTI em Mossoró se referem ao Hospital Regional Tarcísio Maia, que no dia 7 abriu 20 leitos de UTI para pacientes com sintomas de Covid-19, dos quais dez estavam em funcionamento e, na sexta-feira passada, 24, já estavam lotados, conforme matéria publicada aqui.

 

Categorias
Matéria

21 municípios do RN já registraram mortes por Covid-19

O Rio Grande do Norte registrou óbitos confirmados pelo novo coronavírus em 21 municípios. De acordo com boletim epidemiológico da Secretária da Saúde Pública do Estado (SESAP RN), os quatro óbitos com confirmação da doença ocorridos até às 23h do sábado, 25, foram registrados em Macaíba, São José do Mipibu, Assú e Mossoró.

Em Macaíba, a primeira morte de paciente por Covid-19 é referente a um homem de 37 anos, com diabetes, que apresentou os primeiros sintomas no dia 19 de abril, segundo informou a Prefeitura da cidade, em seu perfil em uma rede social. De acordo com a postagem, posteriormente o paciente procurou o serviço de saúde em uma unidade de pronto atendimento na região metropolitana de Natal. O óbito ocorreu no sábado, 25.

Em São José do Mipibu, o óbito foi confirmado no boletim epidemiológico publicado pela Prefeitura em sua página do Facebook no sábado, 25. De acordo com a Prefeitura, o município tem 63 casos notificados, 12 casos suspeitos, 41 descartados, dez confirmados e dois recuperados.

Assú registrou o segundo óbito por coronavírus. Boletim epidemiológico publicado no sábado informou que há 32 casos suspeitos, 63 descartados, 29 confirmados e onze recuperados na cidade.

Mossoró chegou a onze mortes com confirmação do vírus. Um dos casos ocorridos no município se refere a uma pessoa residente no Ceará que foi a óbito em Mossoró, por isso, o boletim da SESAP, que apresenta os dados por município de residência do paciente, informa, no detalhamentom que foram registrados dez óbitos.

O Estado tem 44 mortes com confirmação do novo coronavírus.

Os outros óbitos registrados no RN por Covid-19 ocorreram em Alexandria (1), Apodi (1), Canguaretama (3), Carnaúba dos Dantas (1), Ceará-Mirim (1), Cerro Corá (1), Encanto (1), Ipanguaçu (1), Lagoa de Pedras (1), Natal (9), Nísia Floresta (1), Parnamirim (1), São Gonçalo do Amarante (2), São Rafael (1), Taipu (1), Tenente Ananias (2) e Touros (1).

Boletim epidemiológico de São José de Mipibu com situação do município (Imagem: Reprodução)
Categorias
Artigo

Alternativas ao Genocídio

 

Foto: Kim Kyung-Hoon

Por Marcelo Zero

Jair “la Constitution ces`t moi” XIV, da ilustre Casa de Intolerância, é o maior patife político da história do país.

Despreparado, desqualificado, mentiroso, hipócrita e, last but not least, sociopata, Jair foi um mau militar, um deputado medíocre e é (pasmem!) um péssimo presidente. Quem diria. Ninguém podia prever.

Não sabia governar antes da pandemia. Agora, muito menos.

Muito mais preocupado em salvar as suas chances eleitorais em 2022, Jair XIV está se lixando para a democracia, para as instituições e para a vida dos brasileiros.

Quer se aproveitar da crise para colocar a culpa nos seus adversários e se apresentar como um falso “salvador da Pátria”. Completamente falso, pois o negócio dele é America First, Brazil Last.

Para tanto, Jair XIV pretende romper com a ciência, a OMS e o bom senso e retirar o país, de qualquer jeito, sem qualquer planejamento, do isolamento horizontal.

Claro está que o isolamento social estrito não poderá perdurar eternamente. Embora os estímulos contracíclicos à demanda possam e devam permanecer por muito tempo, a coisa não é tão simples de resolver pelo lado da oferta (produção), que sofre muito com lockdowns e o isolamento social horizontal.

Mesmo com isolamento estrito e extenso, há cadeias que precisam continuar a funcionar a contento, como a produção, distribuição e comercialização de alimentos, de medicamentos, de insumos hospitalares, de energia e combustíveis etc. Do mesmo modo, serviços essenciais precisam continuar a operar, como os de energia elétrica, de telecomunicações, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de coleta de lixo, de transporte (principalmente mercadorias) etc.

Ademais, cadeias produtivas e serviços não essenciais não podem permanecer totalmente paralisadas por muito tempo, pois isso imporia um custo inviável e poderia afetar também a produção de bens e serviços essenciais. A falta de produção de insumos agrícolas, por exemplo, poderia acabar afetando, em prazo mais longo, a produção de alimentos.

Um limite claro para o isolamento é dado pela ameaça do desabastecimento e pela carestia, que afetaria mais os setores pobres da população. Assim, em algum momento mais à frente, o país terá de começar a flexibilizar o isolamento e partir para outras fases do combate ao Covid-19.

Mas isso tem de ser feito de forma planejada e muito cautelosa, no momento adequado, seguindo as diretrizes da OMS e os embasados conselhos dos verdadeiros cientistas. “Doutor Bolsonaro” não conta.  Flexibilizar de qualquer forma, para ser obrigado depois a fechar tudo de novo, seria um desastre, tanto sanitário como econômico.

A experiência da gripe espanhola nos EUA demonstra que as cidades que se recuperaram mais rapidamente, do ponto de vista econômico foram justamente aquelas que agiram mais precocemente nas medidas de isolamento e prevenção.

Alguns países da Europa, como Áustria e Dinamarca, que estão numa fase diferente da epidemia que o Brasil, já tentam iniciar seus cautelosos processos de flexibilização. Esses países, graças ao isolamento, já entraram numa curva descendente de novos casos. O mesmo também começa a acontecer em alguns estados dos EUA, menos afetados pela pandemia.

Entretanto, tais processos causam compreensível temor e resistência. Na Dinamarca, por exemplo, as mães se insurgiram contra a abertura de escolas e iniciaram o movimento “Meu Filho Não Será Cobaia”. No estado da Georgia, EUA, os prefeitos se insurgiram contra a decisão do governador de acabar com o isolamento horizontal e continuam recomendando que a população permaneça em casa.

A questão essencial para se iniciar qualquer processo de flexibilização é a informação. Não se pode planejar nada sem informação fidedigna. Por isso, qualquer tentativa de flexibilização do isolamento social horizontal pressupõe, como condição sine qua non, uma ampla disponibilidade de testes rápidos para a detecção precoce de infectados. Sem isso, qualquer tentativa de flexibilização é um perigoso salto no escuro.

Há até países que conseguiram controlar sua epidemia do Covid-19, sem recorrer a lockdowns extensos, com base numa estratégia baseada em informação e ampla testagem.

É o caso da Coreia do Sul, que passou de quase um milhar de novos casos por dia, no início da epidemia, para menos de 50, atualmente.

A estratégia da Coreia do Sul baseia-se no seguinte tripé:

  1. Ampla testagem da população

  1. Rastreamento intenso e rápido de possíveis infectados, via tecnologia digital, de modo a eliminar as hotzones

  1. Imposição de quarentena para os infectados

A Coreia do Sul testou e testa mais de 10 vezes que a média dos países europeus e, como é uma sociedade hiperconectada pelas redes sociais, desenvolveu formas eficientes de rastreamento digital de possíveis infectados.

Mas isso não é tudo. A Coreia do Sul estava mais preparada para lidar com o Covid-19, pois tinha passado pela epidemia da MERS (Middle East Respiratory Syndrome), uma doença também causada por um tipo de coronavírus semelhante ao Covid-19, em 2015.

O surto coreano de MERS ocorreu devido à inexistência de testagem e informação. Os primeiros pacientes, vindos do Bahrein, onde supostamente não havia MERS, foram tratados como vítimas de gripe comum, o que acabou levando à morte de 36 pessoas.

A Coreia do Sul aprendeu a lição e agora testa massivamente. Até o final de fevereiro, a Coreia do Sul já havia testado quase 50 mil pessoas, ao passo que os EUA haviam testado apenas 426. Até 21 de abril, a Coreia do Sul já havia testado mais de 571 mil pessoas, numa população de aproximadamente 50 milhões de habitantes. Proporcionalmente, o Brasil teria de testar ao redor de 2,4 milhões de pessoas para chegar ao nível da Coreia do Sul. Além disso, a Coreia do Sul desenvolveu respiradores de custo barato (US$ 200,00), em 2016.

Outros fatores também explicam o sucesso da estratégia “flexibilizada” da Coreia do Sul.

O primeiro deles tange ao fato de que se trata de um país geograficamente pequeno (pouco menos de 100 mil quilômetros quadrados) e com hiperconectividade digital, o que facilita muito o rastreamento de novos infectados e a eliminação precoce de hotzones. A Coreia do Sul já desenvolveu aplicativos que permitem a conexão via bluetooth de celulares e que informarão aos usuários se eles interagiram com pessoas infectadas, nos últimos 14 dias.

O segundo diz respeito ao seu sistema de saúde. A Coreia do Sul tem 12,3 leitos de hospital para cada grupo de 1.000 habitantes, enquanto a média da OCDE é de 4,7. A Itália tem ao redor de 3 e o Brasil apenas 1,95. Na realidade, muitos países do mundo, mesmo os mais ricos, andaram sucateando seus sistemas de saúde, como o Reino Unido, por exemplo,  o que explica muito dos gargalos criados pelo Covid-19. Aparentemente, a Coreia do Sul não seguiu esse caminho. A China, outro exemplo de sucesso no combate ao Covid-19, fez o contrário: investiu muito em saúde.

A Coreia do Sul realiza 16,6 consultas médicas anuais per capita. A média da OCDE é de 6,8 consultas, o mesmo índice da Itália. Nos EUA, país onde a medicina é privada e muito cara, são apenas 4 consultas anuais per capita.

Trata-se, portanto, de uma realidade completamente diferente da realidade brasileira. Muito embora o Brasil ainda tenha o SUS, que o próprio Mandetta tencionava desconstruir, houve grande desinvestimento recente no sistema e o programa Mais Médicos, que levava assistência médica básica aos mais carentes, foi paralisado por motivos puramente ideológicos. Ademais, nosso país é continental, ainda pobre e com enormes desigualdades sociais e regionais.

Nessas condições estruturais e conjunturais (falta de testes, falta de informação, ausência de rastreamento etc.) flexibilizar precocemente e sem qualquer planejamento é crime de genocídio. Simples assim.

Contudo, como assinalamos, o Brasil precisará, mais à frente, fazer um planejamento sério e cauteloso da saída gradual e segura do isolamento horizontal.

A questão essencial é: quem fará isso?

Parece-me que o governo Bolsonaro não tem competência e vontade política de fazer a coisa certa, no momento certo.

Caberia, portanto, aos governadores, prefeitos e a outros poderes, como o Congresso Nacional, começar a desenvolver para o país alternativas racionais e viáveis à loucura genocida de Bolsonaro et caterva. Essa é uma missão histórica que cabe a todos os brasileiros responsáveis.

Uma primeira etapa desse processo poderia ser a elaboração de diretrizes e condições seguras para o início de qualquer flexibilização gradual do isolamento horizontal estrito, como:

  1. Haver ampla disponibilidade de testes e capacidade operacional de realizá-los.

  1. Ocorrer a implantação de um banco de dados fidedigno, transparente e auditável sobre a epidemia.

  • Existir mecanismo eficiente de rastreamento de possíveis infectados e de eliminação precoce de hotzones.

  1. O número de novos casos registrados, após amplas testagens, estar em nível baixo e descendente.

  1. Os hospitais estiverem com reservas seguras de equipamentos (respiradores, leitos de UTI, etc.) para o atendimento de novos casos.

  1. A decisão de flexibilizar ou não, e em que extensão fazê-lo, teria de caber, em última instância, aos governadores e prefeitos, face à realidade muito desigual do Brasil, e teria de estar baseada em dados cientificamente sólidos, respeitadas todas as diretrizes cautelares.

Além disso, o país tem de começar também a monitorar mais eficientemente todas as cadeias produtivas essenciais, de modo a evitar qualquer ameaça de desabastecimento, bem como reprimir remarcações abusivas de preços.

Nosso país tem cientistas preparados para fazer esse trabalho de desenvolver um planejamento seguro e racional para as novas fases do combate ao Covid-19. Eles só precisam de respeito, apoio e liberdade para trabalhar sem pressões eleitoreiras e ideológicas dos ignorantes de plantão.

O Brasil não pode continuar a depender de um governo central que já era um desastre em 2019 e que agora se transformou numa calamidade sociopática.

Precisamos salvar vidas. Precisamos salvar os empregos e a renda. Precisamos salvar a democracia. Precisamos salvar o Brasil dos vírus e dos abutres. Com ou sem impeachment.

 

 

 

 

 

 

 

Categorias
Artigo

Aula à distância. E agora?

Por Mariane Regina Kraviski*

Nos últimos dias, tenho recebido muitas mensagens de colegas professores pedindo ajuda para utilizar a tecnologia para o planejamento de suas aulas. “Como posso gravar um vídeo?”, “Qual o melhor programa ou aplicativo?”, “Como prender a atenção dos estudantes em uma live?”, “Como fazer uma live?”

Enfim, inúmeras dúvidas que estão chegando para que eu possa auxiliá-los de alguma maneira. Sim, esse cenário é atual, estamos em meados de abril e em plena quarentena nos resguardando da pandemia do coronavírus que assola nosso país e o mundo. Esses tipos de pedidos de ajuda esporadicamente chegavam a mim e, normalmente, surgiam na própria sala de aula, em disciplinas relacionadas ao uso de tecnologias ou vinham de algum colega mais próximo. Mas, e agora? Como dar aula a distância se não estou preparado para isso?

Presenciar essas mudanças aumenta minha crença na importância de formar professores para o uso das tecnologias na educação. Dedico minha pesquisa acadêmica a esse tema por pelo menos quatro anos e venho sustentando essa teoria de que professores precisam ter em sua formação inicial o contato com a educação a distância ou buscar em uma formação continuada esse conhecimento.

No entanto, nessas últimas semanas, participar dessa disrupção na educação, em que professores têm que readequar sua prática para dar aulas, mudar suas estratégias e metodologias, traz a certeza da importância da formação do professor para o uso das tecnologias. Parece tão simples ligar o celular, conectar a câmera e gravar uma aula, “Você vai conseguir se virar sozinho, é fácil, não é possível que não entenda”. Mas sabemos que não é fácil e nem simples, pois somos capazes de perceber que nos exige um mínimo de conhecimento e de expertise.

As escolas estão se adaptando à nova demanda, as políticas públicas estão abrindo portarias para a legislação educacional, a educação a distância está mais presente do que nunca. Professores estão gravando aulas e ensinando de suas casas, os alunos aprendendo de suas casas. O MEC driblou a LDB e autorizou as escolas de educação infantil e ensino fundamental a substituir aulas presenciais por aulas a distância. Grupos de professores e especialistas estão se unindo para disseminar conhecimento, com dicas, lives e encontros de como dar aula em vídeo.

Vemos que medidas estão sendo tomadas, há uma transformação na educação que está mexendo com todos e percebemos que o trabalho virtual requer capacidades que não foram alcançadas para este novo contexto.

Formar professores oriundos de outra geração para atuação no contexto atual evidencia-se como uma das problemáticas para a equipe gestora. Este cenário ainda é repleto das tendências educacionais, que se configuram com a incorporação de novas roupagens para as temáticas de necessidade constante de inovação nas práticas pedagógicas, com discursos de ambientes enriquecidos com tecnologias.

Talvez os professores não tenham tido a oportunidade de realizar uma formação específica para atuar na EAD. Quando são convidados para ministrar disciplinas na EAD, percebemos que apresentam uma certa resistência com a atuação nessa modalidade e com a utilização das tecnologias educacionais. São profissionais que possuem uma vasta experiência no ensino presencial, mas que nunca atuaram nesse campo.

São docentes formados em licenciaturas, mas que não cursaram uma disciplina da grade curricular de seu curso de formação inicial, que visasse a utilização das tecnologias educacionais como base a utilização de ambientes virtuais ou como recurso para o ensino de diversas disciplinas a distância. Consequentemente, deparam-se com esse conhecimento em uma formação continuada, fator este gerador de preconceitos com esta modalidade.

Diante desses fatos, concluímos que são novos tempos e precisamos nos reinventar. Depois que tudo passar, será o momento para dar mais valor à EAD e buscar por formações complementares para auxiliar com a tecnologia, com a inovação e estar preparado para essas transformações.

*É mestre em Educação e Novas Tecnologias e professora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

Categorias
Matéria

Carnaúba dos Dantas e Nísia Floresta estão entre municípios que registam óbito por Covid no RN

A Prefeitura de Carnaúba dos Dantas emitiu nota informando sobre o primeiro óbito de paciente do município com confirmação do coronavírus. Esse é um dos 40 óbitos causados pelo Covid-19 no Rio Grande do Norte, como foi anunciado hoje, 25, pela Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN).

Segundo nota publicada pela Prefeitura de Carnaúba dos Dantas, o paciente tinha 41 anos e estava internado no Hospital Regional do Seridó Telecila Freitas Fontes, em Caicó. De acordo com o Hospital, o paciente faleceu ontem, 24, na UTI.

O outro óbito decorrente do coronavírus inserido no boletim epidemiológico da SESAP nas últimas 24 horas foi de uma mulher de 78 anos de Nísia Floresta.

Os outros óbitos registrados no RN foram em Assú (1), Alexandria (1), Apodi (1), Canguaretama (3), Ceará-Mirim (1), Cerro Corá (1), Encanto (1), Ipanguaçu (1), Lagoa de Pedras (1), Mossoró (10 – sendo um de paciente residente no Ceará, que faleceu em Mossoró), Natal (9), Parnamirim (1), São Gonçalo do Amarante (2), São Rafael (1), Taipu (1), Tenente Ananias (2) e Touros (1).

 

Em nota, Prefeitura lamenta morte do paciente de Carnaúba dos Dantas (Imagem: Reprodução)
Categorias
Matéria

RN tem 40 óbitos por Covid-19, sendo 10 ocorridos em Mossoró

O Rio Grande do Norte registra 40 óbitos de pessoas com confirmação do coronavírus. Dez dos óbitos ocorreram em Mossoró, sendo a última confirmação referente a um paciente que residia no Ceará e, por isso, não aparece no detalhamento da Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN), segundo havia informado a assessoria de comunicação.

Os dois últimos óbitos ocorridos no RN foram nos municípios de Nísia Floresta e Carnaúba dos Dantas, como informou o secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, na coletiva de imprensa de hoje, 25, em Natal.

De acordo com os dados apresentados pelo secretário, o Estado tem 781 casos confirmados de Covid-19 em 53 municípios e 3.928 casos suspeitos chegam a 155 dos 167 municípios do RN.  Mas Spinelli acredita que o vírus já circula em todas as localidades. “Eu posso afirmar, sem nenhum medo, que não tem nenhum município do Rio Grande do Norte que o vírus não esteja circulando. Não tem nenhuma possiblidade”, enfatizou.

Dados divulgados pela Secretaria da Saúde Pública do RN (SESAP RN) informam que 2.838 casos foram descartados e há 289 pessoas recuperadas do Covid-19.

Antes de anunciar os números, o secretário adjunto de Saúde chamou a atenção sobre situação dos leitos hospitalares no Rio Grande do Norte, o perfil das internações dos últimos dias e a condição dos profissionais de Saúde.

“Nós tivemos uma semana extremamente preocupante, que teve que mobilizar muito os trabalhadores da Sesap, as pessoas da Saúde. É um momento delicado, onde as pessoas que estão trabalhando diretamente com Covid, das UPAs, dos hospitais estão cada dia mais tensionadas. É importante lembrar que o número de pessoas que está chegando aos hospitais ele não só está crescendo como ele está crescendo de forma perigosa, porque ele cresce com pessoas com gravidade”, disse.

Segundo ele, antes havia uma grande quantidade de pessoas procurando hospitais, mas com quadros leves, agora o movimento nas unidades tem sido de pacientes graves. “E isso preocupa muito esse perfil que a curva epidemiológica da doença tem acontecido”, acrescentou.

Além disso, de acordo com o secretário, 41,5% dos pacientes são críticos. “Quando a gente fala que 41% está ocupado não significa que esses 59% estão aptos para receber de imediato os pacientes”, disse. Ele explicou que, em primeiro lugar, são leitos localizados em regiões diferentes e em algumas unidades os leitos não são voltados especificamente para pacientes com sintomas do Covid. O secretário voltou a chamar a atenção para a situação do Oeste do Estado e para a Região Metropolitana.

“Esse momento é um momento extremamente delicado”, ressaltou.

Spinelli também chamou a atenção para a faixa etária das pessoas atingidas.  “A gente percebe, claramente, que há uma redução da idade média, diferente do início da pandemia e há também essa forte tendência em pacientes homens jovens ou relativamente jovens”.

Para ele, esse é o fato que merece reflexão, pois mesmo que a maioria da população acredite na necessidade de isolamento e uma parte cumpra a medida, aqueles que não acreditam podem ter consequências graves. “Ainda persiste a tese da gripezinha e isso é muito grave”, atentou o secretário.

Petrônio Spinelli também comentou que todo o esforço feito pela Saúde pode ser neutralizado pelo comportamento social da população e reforçou a importância do cuidado, sobretudo com as pessoas mais vulneráveis, e a importância do uso de máscaras.

 

Casos suspeitos que constam no boletim da SESAP RN se referem a 155 municípios (Imagem: Reprodução)