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Espetáculo “Auto da Liberdade 2023” estreia nesta quarta-feira

As apresentações do espetáculo “Auto da Liberdade 2023” terão início nesta quarta-feira (27). O evento acontecerá nos dias 27, 28 e 29 deste mês, às 20h, na Estação das Artes Elizeu Ventania.

O “Auto da Liberdade” resgata os quatro atos libertários de Mossoró: Motim das Mulheres, a Libertação dos Escravos, a Resistência ao Bando de Lampião e o Primeiro Voto Feminino.

Motim das Mulheres – Em 4 de setembro de 1875, cerca de 300 mulheres saíram pelas ruas de Mossoró em protesto contra a obrigatoriedade do Alistamento Militar. À época, protestavam sobre a convocação de seus esposos e filhos para o Exército ou Marinha. As mulheres ocuparam unidades públicas e delegacias, munidas de utensílios domésticos para chamar atenção das autoridades.

Libertação dos Escravos – Mossoró foi pioneira na abolição dos escravos. O município fez jus à liberdade aos escravos da cidade em 30 de setembro de 1883, cinco anos antes da Lei Áurea. À data, todos os homens que moravam na cidade estavam livres.

Resistência ao bando de Lampião – Em 1927, a cidade de Mossoró sofreu um grande ataque promovido pelo bando de Lampião. Os cangaceiros queriam extorquir relevante quantia em espécie do banco e comércio local. Com bravura e resistência, os mossoroenses montaram trincheiras comandada pelo prefeito Rodolfo Fernandes. Mossoró conseguiu vencer a batalha e expulsar o bando de Lampião.

Voto Feminino – Celina Guimarães Vianna foi a primeira eleitora do Brasil. O Tribinal Superior Eleitoral pontua que, com advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que estabeleceu que não haveria distinção de sexo para o exercício do sufrágio. Assim, em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, foi incluído o nome de Celina Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte. O fato repercutiu mundialmente, por se tratar não somente da primeira eleitora do Brasil, como da América Latina.

O “Auto da Liberdade 2023” oportunizará ao público um momento de revisitação da história. Ao todo, considerando elenco e produção, este ano, são mais de 140 pessoas envolvidas na construção do espetáculo, entre figurinistas, aderecistas, cenógrafos, ferreiros, marceneiros, produtores, produção musical, coreografia, assistência de direção, maquiagem. A direção é de Leonardo Wagner.

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Editais da Lei Paulo Gustavo serão publicados nesta segunda-feira e contemplarão 30 modalidades

A Prefeitura de Mossoró publicará nesta segunda-feira (25), no Diário Oficial de Mossoró (DOM), dois editais da Lei Paulo Gustavo. A iniciativa permitirá o fomento da produção cultural, o que deverá fortalecer o segmento na cidade.

Considerando os dois editais, serão 216 vagas em 30 modalidades. Trata-se de um edital para projetos culturais e outro destinado à área audiovisual. Artes visuais, dança, produção circense, oficinais de gastronomia regional, produção de livros, artes cênicas, documentários, curtas-metragens e projetos de produção de cinema itinerante estão entre as diversas áreas contempladas.

“Grande notícia para os que fazem cultura na cidade de Mossoró. São mais de 2,4 milhões em projetos de cultura para a população mossoroense que faz cultura, que tem a oportunidade de evidenciar, de levar o nome de Mossoró pela cultura e arte”, disse o prefeito Allyson Bezerra.

Titular da Secretaria Municipal da Cultura, Igor Ferradaes explicou que a inscrição poderá ser efetivada por meio de uma plataforma on-line. “A partir de amanhã, os interessados poderão acessar uma plataforma on-line para inscrição dos projetos, de forma acessível, com relação à Lei Paulo Gustavo”, detalhou.

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Carta

Sobre editais de cultura e a “cultura” dos editais

Por Caio César Muniz*

Já faz algum tempo que nós, fazedores e sofredores do fazer cultural nos deparamos com este modelo de acesso a recursos públicos para a realização das nossas atividades: os benditos (ou não) editais.

Intensificados com as recentes leis de “emergência” devido à pandemia através das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, eles vieram fazer parte do nosso dia-a-dia como nunca antes e constará do nosso calendário em definitivo, ano-a-ano, se é que queremos ter acessos ao dinheiro.

Em 99,99% das vezes são elaborados de cima pra baixo, mesmo com as famigeradas e infindáveis “consultas públicas”. Muitas das vezes só para cumprir tabela e dizer que ouviu o público-alvo, o fazedor de cultura. Ao final, sai do jeito que a cabeça do organizador pensa e em 99,99% das vezes, saem ruins de doer no juízo.

Burocráticos que só o cão, alguns chegam ao ponto de ter mais de 100 páginas, mesmo que até a página 20 seja apenas encheção de linguiça e puxação de saco de gestor público.

Vejamos três exemplos de absurdos dos nossos editais atuais, só para exemplificar: Um: o edital da Lei Paulo Gustavo, da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará “para realização de Feiras Literárias nos municípios do Ceará”, não é exatamente um modelo de democratização dos recursos públicos. As feiras “nos municípios do Ceará” já são pré-determinadas onde acontecerão: Sobral, Icó e Aracati. Então, para quê edital? Segundo o documento para empresas se habilitarem a organizar tais encontros literários. Agora me diga qual o sentido de uma empresa, aqui de uma cidade no baixo Jaguaribe, por exemplo, se habilitar a coordenar feiras tão distantes. É óbvio que empresas próximas terão vantagem sobre as demais.

Dois: o edital da cidade de São Bento, na Paraíba, no que tange o audiovisual, tem um quesito específico: “Apoio a produção de obra audiovisual de curta-metragem Associação Quilombola”. Só existe uma “associação quilombola” no município. Mais específico e direcionado que isto, impossível. Então, por que simplesmente não repassar o dinheiro para a associação visto que ela não tem concorrente?

Por fim, uma portaria publicada em 20 de maio deste ano no Diário Oficial do RN, sob o número 56, sem qualquer discussão com a classe artística, piorou uma lei que já não é tão boa e que tende a ser colocada em segundo plano, tendo em vista as dificuldades de se conseguir captar os seus recursos “destinados” pelo Estado.

É o Programa Cultural Câmara Cascudo, nascido como Lei Câmara Cascudo (Lei N° 7.799), criado em 30 de dezembro de 1999. Segundo a portaria, agora não é mais permitido que equipamentos adquiridos fiquem com o proponente e sejam, agora, deverão ser devolvidos aos porões da Fundação José Augusto, gestora do programa. Imaginemos, pois, que, se tenha uma grande quantidade de projetos aprovados nos anos que se seguem e seus recursos captados para aquisição de equipamentos, principalmente neste momento de “boom” do audiovisual, em pouco tempo a FJA terá sobre sua posse um verdadeiro depósito de equipamentos. Sabe-se Deus para quê. Mas, a portaria diz que a Fundação pode destinar a outras instituições os bens adquiridos, então, porque não deixar com o proponente, sendo que este sabe da sua necessidade e foi quem montou o projeto originalmente e captou o recurso?

O certo é que, aquilo que deveria ser feito para facilitar, não tem facilitado. Mas, infelizmente, nós, artistas e fazedores de cultura, não temos opção. É participar ou ficar reclamando de pires na mão.

É torcer que algum dia melhore este cenário e que mecanismos menos cheios de preciosismos faça, de fato, chegar aos artistas, principalmente os mais necessitados, recursos para suas sobrevivências culturais.

Finalizando, para não dizer que só reclamei, o edital da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura da Paraíba tem apenas onze páginas, objetivo e conciso, “pei, pufo”, serve de exemplo para outros. Aguardemos o do Rio Grande do Norte, que como diz o poeta Nildo da Pedra Branca, de tanto demorar, já dava pra ter morrido de fome umas três vezes.

Jornalista, poeta e fazedor de cultura*

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

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Consulta pública para propostas dos editais da Lei Paulo Gustavo segue até amanhã

Está aberta até o próximo domingo (17/09) a consulta pública com as propostas que irão compor os editais da Lei Paulo Gustavo (LPG) para o audiovisual e demais áreas culturais no Rio Grande do Norte.

O documento, lançado pelo Gabinete Civil do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Secretária Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto (FJA), lançado em 5 de setembro, pode ser acessado no site oficial da FJA www.cultura.rn.gov.br, nas abas Editais Culturais/Consulta Pública.

As fazedoras e fazedores de cultura poderão opinar e dar sugestões enviando suas opiniões respondendo o formulário https://forms.gle/24eoC4Pyath8NwGMA.

O documento foi elaborado a partir das necessidades e contribuições manifestadas pelo setor artístico potiguar, por meio de diálogos virtuais e presenciais, e das propostas apresentadas pelos setores, bem como por estudos técnicos e pesquisas produzidas pelo grupo de assessoria técnica da Lei Paulo Gustavo RN.

A Lei Complementar n.° 195/2022 (Lei Paulo Gustavo) trata do apoio financeiro da União aos Estados, Distrito Federal e Municípios para o fomento das atividades artísticas e produções culturais prejudicadas em razão dos efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19.

Os recursos acumulados do superávit da cultura, por meio do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), prevê o repasse de R$ 3.862.000.000,00 para serem aplicados no setor cultural em todos os estados e municípios do país.

Estão destinados para o Governo do Estado um total de R$ 39.7 mi para aplicação em editais e premiações à cadeia da cultura potiguar.

Forma simplificada

A Consulta Pública segue o artigo 9 do Decreto Federal que regulamenta a Lei Paulo Gustavo e que orienta sua apresentação à sociedade civil de forma simplificada com o objetivo de facilitar o entendimento das propostas construídas pela Secretária Extraordinária da Cultura.

“A consulta ocorre de forma objetiva, simplificada e acessível com valores, quantidade e natureza dos projetos para facilitar a compreensão do que está sendo proposto para a aplicação dos R$ 39,7 milhões da LPG pelo Governo do Estado. O documento exibe questões essenciais dos editais como os documentos necessários para inscrição e habilitação’. enfatizou a secretária.

Mary Land Brito destaca que os pontos essenciais para o entendimento das minutas dos editais estão incluídos na Consulta Pública. “As minutas apresentarão as questões específicas de cada área como documentos e anexos padronizados com linguagem simples formatos visuais que orientem os interessados, facilitando o acesso dos fazedores e fazedoras de cultura ao fomento. Neste momento nosso foco é apresentar a divisão dos recursos sugeridos.”

O Diretor Geral da FJA, Gilson Matias destaca a importância da consulta pública: “O que estamos apresentando para consulta pública é fruto das contribuições oferecidas pelos segmentos culturais, por meio dos diálogos organizados pelo Governo do Estado, com sugestões ouvidas, colhidas, debatidas e analisadas democraticamente pela gestão, com critérios técnicos e em consonância com os anseios de uma sociedade que espera que o Estado cumpra seu papel na salvaguarda da Cultura, um direito inalienável para os(as) artistas da nossa terra”.

As propostas, construídas a partir de diálogos com a sociedade, estão disponíveis para consulta pública no link   http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/secretaria_extraordinaria_de_cultura/doc/DOC000000000317296.PDF

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Crônica

Vale mesmo a pena

Por Marcelo Alves Dias de Souza*

Dia desses, uma colega de trabalho, projetando seus estudos no exterior, me perguntou se valia mesmo a pena estudar no Reino Unido (onde fiz meu PhD), no caso dela para fazer um mestrado e, quem sabe, já em seguida, engatar num doutorado/PhD. Ela tinha dúvidas gerais do tipo: onde morar? Em Londres? Qual o custo da aventura financeiramente falando? Qual o custo em termos de tempo e de sacrifício para a família? E dúvidas acadêmicas: qual universidade? E o direito inglês, incluindo a sua metodologia de ensino, não seria muito diferente do nosso, já que fazem parte de duas famílias jurídicas diversas, o common law e o civil law? E por aí vai.

Respondi na medida do meu conhecimento. Dei notícias boas, claro. Londres, onde morei, é fantástica. As universidades são excelentes. Muitas estão entre as tops do mundo. E dei notícias, digamos, não tão animadoras, a exemplo do custo de vida, que, com a nossa desfavorável conversão da moeda, parece estar bem mais caro do que no meu tempo.

Mas, feito um balanço de tudo, minha resposta foi deveras positiva.

Na verdade, eu sempre enxerguei um mestrado/doutorado no exterior como uma oportunidade não apenas acadêmica, mas também linguística e, sobretudo, cultural.

Quanto à língua – e aqui anoto, por experiência própria no doutorado, a dificuldade com um idioma que não era o meu –, um período de estudos no Reino Unido deve melhorar exponencialmente o inglês do cidadão, inclusive o jurídico. E “os limites da nossa linguagem são os limites do nosso mundo”, acrescento, usando aqui livremente a famosa assertiva de Ludwig Wittgenstein (1889-1951). O português também. Textos mais elaborados. Mais concisos (à moda inglesa). Mais distantes do enfadonho “juridiquês”. Até mais fáceis e gostosos de ler, posso dizer.

E a oportunidade cultural justifica a opção por estudar em Londres, em lugar das mais “provincianas” Oxford e Cambridge. Sempre acreditei na assertiva de Samuel Johnson (1709-1784): “Quem está cansado de Londres, está cansado da vida”. Culturalmente, Londres está entre as cidades mais interessantes do mundo. Muita história e muita arte. Abundam museus de todos os tipos (morei pertíssimo do Museu Britânico). Música de altíssima qualidade. Teatro (e mil vivas para os musicais de West End) e cinema dos melhores. E, sobretudo, pelo menos para mim, tem a literatura. A imersão na cultura e na literatura inglesas torna o aprendizado do direito mais suave e lúdico. Para além das “filosofias” na relação de Shakespeare (1564-1616) com o direito, é possível travar contato com outro gigante da literatura inglesa, Charles Dickens (1812-1870) e a sua notadamente jurídica “A casa sombria” (1853). É possível se tornar íntimo da minha amiga Agatha Christie (1890-1976) ou mesmo ler/sonhar com as aventuras do detetive Sherlock Holmes nos locais onde as cenas se passam. É divertidíssimo.

E para não dizer que não falei de direito, especialmente sobre as idiossincrasias dos sistemas jurídicos brasileiro e inglês, aduzi que, apesar das origens diversas e do desenvolvimento até certo ponto paralelo, países filiados à tradição do civil law (ou romano-germânica) e países filiados à tradição do common law tiveram uns com os outros, no passar dos séculos, inúmeros contatos. No passado, instituições do common law foram absorvidas pelo civil law, e vice-versa. Esses contatos, recentemente, vêm, cada vez mais, se estreitando. Hoje, com a facilidade das comunicações e do intercâmbio cultural, um jurista inglês pode estar conectado com um jurista brasileiro em tempo real. Isso faz com que os sistemas se aproximem cada vez mais. E nunca esqueçamos que, em ambas as tradições, o direito sofreu forte influência da moral cristã. As doutrinas filosóficas coincidentemente em voga puseram em primeiro plano, desde a época da Renascença, o individualismo, o liberalismo e a noção de direitos subjetivos. A própria substância do direito – e aqui se está falando da concepção de justiça que, em ambos os casos, é a mesma – impõe semelhantes soluções para as questões jurídicas em ambas as famílias.

E, assim, intimei: escolha sua linha de pesquisa, faça suas malas e vá para a outrora Terra da Rainha. Quem sabe você não se torna amiga do Rei?

*É Procurador Regional da República e Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

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Jornalista William Robson lança revista digital Bolsa de Discos, voltada para a produção cultura de Mossoró

Está no ar o site Bolsa de Discos, uma revista digital dedicada à música e à cultura de Mossoró e do RN. Trata-se de uma publicação jornalística de caráter colaborativo, onde especialistas da música e de outras áreas comentam discos, shows, bandas e outros temas. O Instagram também está em funcionamento (@bolsadediscosbr)

“Este espaço nasce da necessidade de movimentar a cena da música e da cultura pop em Mossoró e no RN. Há muitas publicações que buscam analisar discos, shows, entrevistas bandas e artistas, destacar notícias que interessam à audiência do mundo cultural, porém, em Mossoró, o Bolsa de Discos vem com um ingrediente a mais: olhar para os talentos mossoroenses, composições, shows, agenda e propostas musicais”, explicou o jornalista William Robson, idealizador e editor do Bolsa de Discos.

O site busca influências em tradicionais revistas do gênero e que já foram descontinuadas no âmbito nacional.

O Bolsa de Discos não vai tratar apenas de rock ou das bandas alternativas. Tudo cabe nesta revista digital. Do forró ao brega, do progressivo ao grunge, tudo estará neste espaço (claro, em muitas casos, com o olhar crítico dos nossos especialistas).

‘Cinema, teatro, literatura, outras manifestações artísticas serão notícia também. Para complementar, o Bolsa de Discos contará com vídeos semanais no Youtube, trazendo entrevistas, debates com músicos e artistas, análises de shows e interação com a audiência”, disse William.

O site está no ar no endereço www.bolsadediscos.com.br

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Redução de valores de cachês deixa artistas insatisfeitos com Allyson

A alegria demonstrada pelos artistas locais no Pingo da Mei Dia e camarotes contrasta com o sentimento interno a respeito do prefeito Allyson Bezerra (SD), que muitos só desabafam com pessoas próximas temendo represálias.

Em conversas com artistas e produtores culturais o Blog do Barreto foi informado da insatisfação generalizada dos artistas locais com o prefeito.

O motivo é a redução dos cachês em relação ao ano passado. Em alguns casos a pancada chegou a 50% de redução.

A organização do Mossoró Cidade Junina não colocou um limite de cachê por polo. Os artistas apresentaram notas com a média dos cachês cobrados em outros eventos públicos e os valores que serão pagos ficaram abaixo da média inclusa na proposta.

Aristas que reclamaram foram excluídos do “Pingo” e ficaram fora da Estação das Artes, onde se apresentam para um público maior. Outros, ficaram nos principais eventos, mas tocando em um horário em que o público estará reduzido.

“Eles tiraram o amor da gente tocar aqui. As bandas crescendo, levando o nome de Mossoró para fora e eles baixando os cachês”, desabafou um artista que pediu para não ser identificado. “Politicamente é horrível para o prefeito”, avaliou.

Outra reclamação é de falta de prestígio. Os artistas locais ficaram de fora do material de divulgação que privilegiou os artistas de fora.

Outro lado

O Blog do Barreto entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Mossoró que por meio de nota informou que os cachês foram negociados respeitando os limites legais. “A Secretaria Municipal de Cultura esclarece que todos os cachês dos artistas mossoroenses, contratados para o Mossoró Cidade Junina 2023, foram negociados com cada artista, respeitando os trâmites legais e baseando-se no Credenciamento nº 01/2023”, explicou. “A exemplo no MCJ 2022, o pagamento de todos os artistas que se apresentaram no Pingo da Mei Dia deve ser pago ainda nesta segunda-feira, dia 5 de junho”, informou a nota.

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Sorte minha

Por Marcelo Alves Dias de Souza*

Fazia algum tempo que não recebia uma mensagem do Goodreads. Para quem não conhece o dito cujo, criado em 2007, ele se intitula “o maior site do mundo para leitores e recomendações de livros”, com a missão específica de “ajudar as pessoas a encontrar e compartilhar os livros que amam”. Segundo seu fundador, o Goodreads “é um lugar onde você pode ver o que seus amigos estão lendo e vice-versa. Você pode criar ‘estantes’ para organizar o que leu (ou quer ler). Você pode reciprocamente comentar as avaliações dos demais usuários. Você pode encontrar seu próximo livro favorito. E nessa jornada com seus amigos você pode explorar novos territórios, reunir informações e expandir sua mente”. Um pouco autoajuda esse final, mas tá joia.

Fiquei felicíssimo com a mensagem, sobretudo porque ela trazia consigo uma lista de 80 recentes “romances de mistério”, com as devidas recomendações, para que o usuário/leitor possa se enfronhar em novas aventuras do tipo: “você está procurando os romances de mistério mais populares dos últimos três anos? Oitenta deles? Em ordem? Temos uma coincidência extraordinária a relatar. Reunimos abaixo os novos mistérios e thrillers mais populares em circulação recente, conforme determinado pelo que seus colegas Goodreads recomendaram e adicionaram às suas prateleiras. Os livros aqui são classificados como os mais populares e cada um tem uma classificação média geral de 3,5 estrelas ou melhor. Normalmente melhor”.

Realmente, a proposta era/é instigante. E caí para dentro da lista.

Todavia, qual foi a minha surpresa ao descobrir que, dessa lista de mistérios do Goodreads, tidos como os mais badalados dos últimos três anos, pouquíssimos eu conhecia ou mesmo tinha ouvido falar. E olhem que a lista era/é bem diversificada: os tradicionais whodunits, cozy mysteries da moda, thrillers, cold cases, com títulos de escritores do momento e dos famosos ases da turma (tipo Stephen King, James Patterson, Harlan Coben). Conhecia talvez uma meia dúzia: “The Thursday Murder Club” (por Richard Osman), “The Cartographers” (Peng Shepherd), “The Guest List” (Lucy Foley), “The Woman in the Library” (Sulari Gentill), “The Boy from the Woods” (Harlan Coben) e “State of Terror” (Louise Penny e Hillary Rodham Clinton, a outrora primeira-dama e Secretária de Estado dos EUA). Dois deles porque tinham me chamado a atenção título e enredo, que associei à minha amiga Agatha Christie, um deles em razão da autora estadista famosa e os outros porque havia topado com eles (até nas traduções em português) em livrarias daqui e d’alhures.

Por falar em Agatha Christie, devo reconhecer, resignado, que a minha praia são mesmo os clássicos – além da minha amiga, Conan Doyle, C.K. Chesterton, Ian Fleming, Georges Simenon, Raymond Chandler, Dashiell Hammett e por aí vai –, que, graças às venturas da vida, já tive a oportunidade de ler e apreciar.

Fiquei decepcionado comigo mesmo por essa falta de familiaridade com “contemporâneos”. Quase triste. Até que me lembrei de um “slide” do nosso Américo de Oliveira Costa no seu maravilhoso “A biblioteca e seus habitantes” (Achiamé/Fundação José Augusto, 1982): “‘Homem feliz que ainda tem alguma coisa de Eça para ler’, disse, um dia, Afonso Arinos a Tristão de Athayde, ante a informação negativa deste à pergunta se lera certo volume do autor de Os Maias. Carta de Claudel a Gide (1910): ‘Você é feliz por não haver ainda lido as Mémoires d’Outre-Tombe, tendo por isso, em reserva, uma grande satisfação’. O que é uma paralela à pergunta de Eduardo Prado a Batista Pereira: ‘Já leu as Mémoires d’Outre-Tombe?’. E como a resposta não fosse afirmativa, Prado exclamaria como Arinos e Claudel: ‘Que homem feliz! Ainda pode ter esse prazer de ler pela primeira vez!’”.

Pensando bem, tudo sorte minha. Ainda tenho todos esses mistérios para desvendar, todas essas aventuras para sonhar.

*É Procurador Regional da República e Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

 

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Casa da Praia Lab lança edital para promover roteiros de longas-metragens nordestinos

Entre os dias 26 e 30 de junho, em Natal, acontecerá o Casa da Praia Lab – Outros Nordestes, a segunda edição do laboratório de roteiro organizado pela Casa da Praia Filmes, produtora do premiado curta “Sideral”.

O laboratório, em seu novo formato, além de incentivar a produção cinematográfica nordestina, pretende também fomentar novos imaginários sobre o Nordeste, fugindo dos estereótipos propagados sobre a região.

Para se inscrever, basta acessar o site www.casadapraiafilmes.com.br e preencher o formulário até às 23h59 do dia 18 de maio. Os itens obrigatórios para inscrição incluem “logline”, sinopse, argumento, três cenas desenvolvidas e proposta criativa, visual e sonora. O envio do roteiro completo é opcional.

Serão selecionados 15 roteiros de longa-metragem de realizadores nordestinos ou residentes na região há pelo menos três anos, sendo sete vagas destinadas a roteiristas potiguares ou que residam no Rio Grande do Norte pelo mesmo período.

O Edital, também disponível no site da produtora Casa da Praia Filmes, apresenta ainda uma política de diversidade e inclusão. O projeto é orientado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, desenvolvida pelas Nações Unidas (ONU), e tem como alguns de seus princípios assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade; reduzir as desigualdades; e promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável.

O principal critério de seleção é a proposta do filme lançar novas perspectivas sobre o Nordeste. Os 15 roteiros selecionados passarão por processos de aperfeiçoamento durante a semana do evento, com o acompanhamento de profissionais especializados. Todos os roteiristas selecionados receberão uma bolsa de 1.500,00 reais.

“A intenção do laboratório é criar novos e outros Nordestes possíveis, para além dos clichês temáticos e estéticos que muitas vezes são a única representação da região. É usar o cinema como um meio de reinventar o Nordeste na sociedade”, explica o produtor geral do projeto e fundador da Casa da Praia Filmes, Pedro Fiuza.

O evento será integralmente no formato presencial. A programação contará com espaços abertos ao público que discutirão temas como a cinematografia nordestina e a produção de imaginário sobre a região.

O projeto Casa da Praia Lab – Outros Nordestes tem patrocínio da Cosern e do Instituto Neoenergia através do Programa Estadual de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Norte, a Lei Câmara Cascudo, e conta com apoio do Sebrae-RN.

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Prefeitura prorroga prazo de inscrições para credenciamento e seleção de propostas de atividades artísticas

A Prefeitura de Mossoró prorrogou o prazo para as inscrições voltadas ao credenciamento e seleção de propostas de atividades artísticas e de profissionais de arte e de cultura. A prorrogação foi oficializada na edição desta quinta-feira (9) do Diário Oficial de Mossoró (DOM). O prazo para as inscrições segue até 17 de março.

O objetivo do credenciamento é receber inscrições de propostas de atividades artísticas e de profissionais de arte e de cultura em todas as suas manifestações e linguagens, para compor a programação de eventos e manifestações culturais no município de Mossoró, pelo período de um ano.

“A prorrogação visa atender aos diversos pedidos da classe, pois muitos artistas e produtores estiveram ocupados durante os eventos de carnaval e procuraram a secretaria, solicitando mais um período para reunir sua documentação e apresentar seus projetos”, declarou o secretário municipal de Cultura, Igor Ferradaes.

O recebimento da documentação acontecerá na sala de licitação da Diretoria-Executiva de Licitações e Contrato, no horário das 8h às 13h e das 14h às 17h. O edital completo está disponível no site www.prefeiturademossoro.com.br pelo link: http://187.19.199.130/licita/frmlicita.php. Caso o interessado queira adquirir uma cópia do edital por meio de pen drive, CD, HD, dentre outros, é só se dirigir à Diretoria-Executiva de Licitações e Contratos, na rua Idalino de Oliveira, 106, Centro, Mossoró-RN.

Fonte: Secom/PMM.